Especial Arkade: Overwatch, 1 ano depois
Esta semana Overwatch está comemorando seu primeiro aniversário. E foi um ano realmente meteórico para o game, que se tornou um fenômeno, foi eleito Jogo do Ano no VGA 2016 e mantém uma comunidade de mais de 30 milhões de jogadores ativa e empolgada até hoje. E eu faço parte desta comunidade.
Bastidores do jornalismo gamer
Overwatch é a antítese de tudo o que eu gosto no mundo dos games: eu não sou um grande fã de FPS. Eu abomino jogos que não têm uma campanha. E, para completar, eu geralmente passo longe de jogos que só têm basicamente multiplayer online e nada mais.
Quando o jogo estava para ser lançado em maio de 2016, eu estava com um feeling meio “meh” em relação a ele. Claro que, como jornalista de games, eu estava acompanhando o hype crescente pelo jogo, mas simplesmente não conseguia embarcar no “trem do hype” por todos os motivos que listei ali em cima: Overwatch parecia ter tudo o que eu não gosto em videogames.
Mal participei das fases alpha e beta do game, e, quando a assessoria da Blizzard nos enviou uma cópia do jogo para análise, confesso que olhei para ela sem muita empolgação, e quase passei adiante, para outro membro da equipe assumir. Porém, acabei assumindo eu mesmo o jogo.
E essa foi sem dúvida uma das melhores decisões gamers que tomei nos últimos tempos.
O que torna Overwatch tão especial?
Antes de mais nada, vamos deixar uma coisa bem clara: esta não é uma análise do jogo. Já temos uma publicada aqui no site, se quiser ler é só clicar aqui. Este artigo é simplesmente uma celebração, pois Overwatch é um fenômeno que merece ser celebrado, especialmente por quem, como eu, torcia o nariz para o jogo no passado.
De maio de 2016 para cá, joguei dezenas de jogos diferentes, dos mais variados gêneros. Jogos ótimos, jogos bons, jogos ruins (atenção aos links para reviews que você porventura não leu)… mas só teve um que me cativou a ponto de continuar retornando para ele “de vez em sempre”. Overwatch.
Overwatch é o jogo que mais joguei nos últimos meses, e mesmo agora, 1 ano depois, eu ainda me reúno com os amigos para trocar tiros em King’s Row ou Hanamura, e me empolgo sempre que um novo personagem, um novo mapa ou — principalmente — um novo evento temático é anunciado.
Mesmo após centenas de horas jogando Overwatch, eu não tenho uma resposta definitiva para explicar o que torna ele tão especial. Acho que o fato dele ser absurdamente viciante é um fator muito importante, mas se analisarmos além do “vício”, vamos ver que ele é um jogo extremamente carismático, bem polido e (na medida do possível) balanceado.
O carisma
Aí não tem segredo: a Blizzard simplesmente sabe criar mundos e personagens carismáticos, e Overwatch mostra a empresa em seu ápice criativo. O visual bonitinho e cartunesco contribui muito com isso: personagens como Tracer, Lucio e Torbjorn parecem saídos diretamente de uma animação da Disney/Pixar. Combine o visual ao excelente trabalho de dublagem — ouso dizer que a dublagem brasileira é melhor que a original — e o que temos é um game cheio de personalidade!
Mas não é só isso: o carisma dos personagens está diretamente ligado ao lore do game, que (pela falta de uma campanha) é muito melhor explorado fora do game, através de HQs e animações. As conversas que os personagens têm entre eles antes das partidas arranha a superfície de um cristal imenso, e mostra que, por mais que não tenhamos uma história convencional sendo mostrada, cada personagem tem um background muito bem delineado.
Com 4 classes diferentes — ofensivo, defensivo, tanque e suporte — o elenco de Overwatch é muito variado: de pistoleiros no melhor estilo velho oeste até ninjas cibernéticos, passando por snipers que atiram dardos de cura (?!), cyberatletas em mechs de combate e gorilas super inteligentes, é impossível que você não simpatize com quase todos os personagens.
Isso está diretamente ligado ao grau de afinidade do jogador com seu(s) main char(s). A tela de seleção de personagens tem tantas caras diferentes e exóticas que, ao jogar pela primeira vez e sem saber muito sobre cada um, você acaba escolhendo “o que mais lhe agrada” e vai se afeiçoando ao personagem a cada partida. Um ano depois, meus mains definitivamente não são mais os mesmos de antigamente, mas eu ainda tenho um carinho especial por eles (e odeio cada vez mais personagens como Mei e Genji… e nem vamos citar os Hanzo mains).
O polimento
A Blizzard é famosa por pegar um gênero já estabelecido e fazer sua própria versão dele, com o capricho e cuidado que a gente já conhece. Foi assim com Hearthstone, com Heroes of the Storm… e, claro, com Overwatch. Aproveitando a fórmula dos “hero shooters de arena” no estilo Team Fortress, ela criou algo que está longe de ser “novo”, mas sem dúvida é extremamente satisfatório, fluido e gostoso de jogar.
Boa parte do charme de Overwatch está em sua simplicidade: aqui não há perks nem power ups, nada de cards de upgrades ou toneladas de armas diferentes: cada herói tem um set de armas e habilidades específico e pré-definido, e pronto. Escolha o seu personagem e aprenda a tirar o máximo de vantagem de cada característica de seu gameplay.
E quando algo é simples, não quer dizer necessariamente que é mal feito: ele simplesmente funciona sem frescuras, mas foi meticulosamente planejado para ser assim, limpo, intuitivo, “plug and play”. O tanto de informações que podemos absorver só pelo áudio do jogo (a diferença de quando um aliado ulta e de quando um inimigo ulta, por exemplo) já é prova mais do que suficiente de como esse jogo foi planejado nos mínimos detalhes, mas não vamos nos estender muito nisso por aqui.
O fato é: seja no PC ou no seu console favorito, jogar Overwatch é simplesmente uma delícia! Os comandos são rápidos e responsivos, o design de cada fase é cheio de possibilidades, a sinergia que rola entre diferentes heróis cria “combos” (muitas vezes não planejados) incríveis… tudo é bem calibrado e funciona bem neste jogo.
As atualizações
Se a Blizzard simplesmente tivesse lançado Overwatch no ano passado e parado por aí, talvez eu já estivesse esquecido dele, por todos os motivos que listei lá em cima. Porém, ela continua acrescentando novos conteúdos regularmente, e entre heróis, mapas, modos de jogo e eventos, tivemos um primeiro ano muito movimentado, que expandiu e evoluiu o game de muitas formas.
Não falo por toda a comunidade de jogadores, mas na minha opinião o que há de melhor são os eventos temáticos, que geralmente chegam acompanhados de novos modos de jogo — inclusive divertidas contendas PvE — e caixas de loot recheadas de novas skins, emotes, animações de destaque, sprays e falas.
Os desenvolvedores estão sempre ligados no feedback da comunidade, fazendo ajustes de balanceamentos, nerfando alguns personagens e buffando outros. Alguns personagens — como a Symmetra, por exemplo — até ganharam um ult novo, vários meses após o lançamento do game. E é por tudo isso que Overwatch se mantém interessante, mesmo um ano
As recompensas
Eu falei ali em cima de “caixas de loot recheadas de novas skins, emotes, animações de destaque, sprays e falas”… mas quem joga Overwatch sabe que não é bem assim, né? O alto índice de tranqueiras e itens repetidos torna-se frustrante com o passar do tempo… mas felizmente, as caixas de loot não são as únicas recompensas que Overwatch oferece.
Sempre disposto a valorizar o trabalho de todos e não deixar ninguém “passando vergonha”, em Overwatch cada player recebe seus próprios resultados, com direito a medalhas por seu desempenho. E se você não é o típico jogador de FPS que mata o time inimigo inteiro em uma jogada, não tem problema: feitos como “cura realizada” e suporte também são levados em conta, de modo que você pode “mandar bem” sem matar ninguém!
E não é só isso: detalhes como a já famosa “Jogada da Partida” (que virou até elemento de campanha eleitoral na Coréia), que promove aquela jogada épica já se tornaram referências, valorizando o jogador por seu sucesso.
E mesmo que você não consiga muitas “Jogadas da Partida” oficiais, o game cria uma galeria com seus melhores momentos, só para deixar claro que você também é essencial para o time. <3
A diversão
Por último, mas não menos importante, temos a diversão. Sim, existem muitos jogadores tóxicos xingando uns aos outros, e nas partidas rankeadas “o buraco é mais embaixo”. Mas, para quem quer simplesmente reunir os amigos online para dar uns tiros depois de um dia estressante de trabalho, Overwatch é simplesmente uma das melhores opções do mercado.
Mesmo sendo jornalista de games que leva isso um pouco mais a sério do que a média — para trazer análises e artigos para você, caro leitor — ainda acho que uma das coisas mais importantes quando se trata de videogames é a diversão. E, de maio de 2016 para cá, poucos jogos me ofereceram tantas horas de diversão quanto Overwatch.
Conforme eu fui enchendo o saco de convencendo mais amigos a comprarem o game, o time foi aumentando, e a diversão também. É simplesmente muito legal reunir a galera em uma party para bater papo enquanto tomamos um ponto de controle ou escoltamos uma carga. E olha que a gente joga no PS4, ou seja, estamos bem longe do perfil “PC gamer pro player de mouse e teclado”… a gente quer ganhar as partidas? Claro! Mas a gente também quer falar besteira e dar umas boas risadas!
Feliz aniversário, Overwatch!
E é por tudo isso — e muito mais! — que Overwatch, mesmo que tendo apenas um aninho de vida, já fez história no mundo dos games! É um jogo acessível, dinâmico, cativante, bem calibrado, gostoso de jogar e muito, mas muito divertido!
E se você ainda não se viciou experimentou, aproveite que o game poderá ser jogado DE GRAÇA de 26 a 29 de maio (aka por todo o final de semana) em todas as plataformas, baixe, chame seus amigos e boa diversão! Ah, e tá rolando evento especial de aniversário, cheio de skins, sprays e dancinhas novas! Imperdível! 😉