A MotoGP agora também é da Liberty Media, assim como a Fórmula 1
A Liberty Media, grupo americano de mídia que detém os direitos da Fórmula 1, anunciou nesta segunda-feira a aquisição da MotoGP, o principal campeonato mundial de motovelocidade. O acordo foi fechado em 4,2 bilhões de libras, o equivalente a mais de R$ 26 bilhões.
Com a conclusão do negócio, a Liberty Media agora possui 86% das ações da categoria, enquanto os 14% restantes permanecem sob a gestão da própria MotoGP, liderada pelo presidente Carmelo Ezpeleta.
A MotoGP, fundada em 1949, é uma das competições mais antigas e prestigiadas do mundo, tendo consagrado diversos ícones ao longo de sua história, como Giacomo Agostini, Michael Doohan, Valentino Rossi e Marc Marquez. Atualmente, o campeonato conta com 22 etapas em 18 países.
A categoria é muito prestigiada no mundo de duas rodas e conta com montadoras globalmente conhecidas como Honda, Yamaha ou Ducati, entre outras. Assim como a Fórmula 1, disputa suas corridas em autódromos por todo o mundo, como no Oriente Médio, nas pistas tradicionais da Europa, como a inglesa Silverstone, ou nas Américas, onde corre no COTA, em Austin, nos EUA.
Desde 2016, a Fórmula 1 está sob posse da Liberty Media, quando adquiriu os direitos da categoria de Bernie Ecclestone, o então chefão da F1. Naquela época, o negócio foi avaliado em 8,5 bilhões de dólares, aproximadamente R$ 42 bilhões atualmente.
Após a transação, Chase Carey, ex-vice-presidente da 21st Century Fox, assumiu a presidência da F1, sucedendo Ecclestone. Em 2021, Stefano Domenicali, ex-chefe da Ferrari, tornou-se o novo CEO do Grupo Fórmula 1, sucedendo a Carey.
Na Fórmula 1, há dois nomes diferentes na liderança da categoria. A Liberty Media é a detentora dos direitos comerciais, e tem trabalhado em levar corridas para locais como Miami ou Las Vegas, além de exponenciar a audiência com uma categoria mais “show”, o que inclui, por exemplo, a série Drive to Survive, na Netflix. Enquanto isso, a FIA, a Federação Internacional de Automobilismo, é a responsável por organizar o “esporte Fórmula 1”, organizando suas regras, monitorando as provas e julgando casos de corrida, quando necessários.
A tendência é que algo semelhante aconteça com a MotoGP. A FIM, que organiza a parte esportiva, seguirá organizando as provas, com a Liberty buscando explorar novas oportunidades comerciais para a categoria. Já foi ventilado, inclusive, a possibilidade de MotoGP e Fórmula 1 dividirem um mesmo final de semana.