Activision Blizzard anuncia demissão de centenas de funcionários
Desde a última Blizzcon, que aconteceu em novembro do ano passado, as coisas dentro da Blizzard não tem sido muito boas. Depois da decepcionante recepção de Diablo Immortal, um MMO para smartphones, rumores e informações sobre os bastidores da produtora começaram a ser divulgados, mostrando que mudanças negativas estão ocorrendo lá dentro.
Para o público, tudo começou a ficar estranho quando notícias passaram a surgir sobre a “intrusão” da Activision dentro do modelo de negócios da Blizzard, com a companhia maior forçando sua visão no estúdio, o que resultou numa política de “corte de custos”, em que o estúdio teria como meta não desperdiçar dinheiro em projetos que possivelmente não iriam para frente, e mostrar que está crescendo.
Agora, uma triste notícia atingiu muita gente da Activision Blizzard: 8% de seu corpo de funcionários (englobando várias empresas do conglomerado, incluindo a Activision, a Blizzard, a King e estúdios menores subordinados à Activision), com cargos não relacionados a produção de games, seriam dispensados. Esses funcionários trabalhariam em cargos relacionados a publicação e esports, e no caso da Blizzard, essas demissões aconteceram por que o corpo de funcionários é grande demais para poucos games sendo produzidos. Em outras palavras, eram demissões infelizmente já previstas.
Para os funcionários da Activision Blizzard a situação foi deprimente, pois o corpo de diretores não notificou os funcionários com clareza até o momento final, e com os rumores se espalhando, muitos funcionários comentaram que a situação era como se eles estivessem “apenas esperando uma arma descarregar seus tiros”. Com um funcionário contando à Kotaku que no fatídico dia das demissões, muitos funcionários chegaram para trabalhar chorando, com muitos se abraçando no estacionamento.
A razão para essas demissões aparentemente foi pela falha em atingir a meta de lucros para o ano de 2018. Novamente dentro da Blizzard, a meta para o ano passado era atingir U$ 3,09 bilhões. O CEO da produtora, Bobby Kotick, contou para investidores que em 2018 a Blizzard atingiu sua maior margem de lucro em toda a sua história, mas ainda assim, abaixo dos 3,09 bilhões (cerca de 1 bilhão a menos). Dessa forma, os planos para 2019 é diminuir a meta, o que resultou nas já mencionadas demissões.
Felizmente, a Blizzard prometeu compensar os funcionários demitidos, pagando todas as quantias as quais eles tem direito, continuando a prover plano de saúde, bônus por participação nos lucros referentes ao ano passado e assistência para que eles encontrem novos empregos rapidamente, numa forma de tentar facilitar a difícil saída da empresa. Vale lembrar que a falha em cumprir tudo isso gerou imensos problemas durante o encerramento das atividades da finada Telltale Games.
Apesar dessas demissões, a Blizzard iniciou um processo de contratação de novos desenvolvedores para a equipe de produção da série Diablo, para trabalharem em “vários projetos”. A produtora não entra em detalhes sobre esses projetos, apesar de já sabermos que Diablo 4 está em produção, enquanto Diablo Immortal deve ser lançado ainda este ano.
Após todas essas notícias, o futuro da Blizzard parece ser conturbado. As novas políticas internas deverão ser mantidas daqui pra frente, com a meta de cortar custos, crescer e trabalhar em mais games (pois a Blizzard é famosa por trabalhar em poucos games ao mesmo tempo). Se tudo isso dará certo ou não, teremos que esperar. Talvez nunca chegue a isso, mas recentemente a Bungie desligou-se da Activision, tornando-se independente e mantendo os direitos da série Destiny. Com todas essas crises internas, não seria de se espantar se essa fosse uma possibilidade provável para o futuro.
(Via: Kotaku, Eurogamer, PC Gamer)