Análise Arkade: A abrasiva trama de Game of Thrones A Telltale Game Series – The Sword in the Darkness ( Season 1, Ep. 3)
É hora de saber como o terceiro episódio de The Game of Thrones A Telltale Game Series se saiu. Confira agora a nossa resenha de The Sword in the Darkness!
Diferente de outras franquias adaptadas pela Telltale Games, Game of Thrones ainda sofre para conseguir capturar o clima do seriado e transportar ao game. The Walking Dead, The Wolf Among Us e o mais recente Tales from the Borderlands estabeleceram o tom e o ambiente logo no começo ao lado de personagens cativantes e uma história simplificada, mas interessante, nos deixando sempre com aquela vontade de querer um pouco mais.
O segundo episódio de Game of Thrones, intitulado The Lost Lords, foi extremamente lento e deu um passo atrás, com situações similares ao primeiro episódio e uma apresentação cansativa para os personagens que foram introduzidos na trama. A esperança era que o terceiro episódio colocasse a série nos trilhos e compensasse toda a lentidão para algo mais coeso que pudesse capturar o interesse.
The Sword in the Darkness consegue cumprir esta esperança mas acaba tropeçando em alguns momentos pelo excesso de conteúdo. Mas antes de discutir o terceiro episódio, fica o aviso de spoilers tanto dos dois primeiros episódios do jogo quanto a série de TV, sendo que The Sword in the Darkness foca nos eventos que ocorrem no início da quarta temporada.
Se preferir, confira as nossas análises dos seguintes episódios:
A EXPLOSIVA E FRENÉTICA INTRODUÇÃO
A primeira sequência de The Sword in the Darkness simboliza exatamente o caminho que o episódio pretende seguir. Começamos de cara com a jornada de Asher ao lado de seu tio, Malcolm, e sua amiga, Beshka, a procura de mercenários em Meereen. E neste caminho temos a cena definitiva que mostra o resultado de toda a demora testemunhada no segundo episódio, com toda a ação, adrenalina e escolhas cruciais que queríamos ver desde o começo em um jogo que tem Game of Thrones como material de base.
Logo após a primeira sequência, Asher é deixado de lado e somos guiados por diferentes protagonistas e suas respectivas tribulações. Mira se encontra dividida pela toda jogada política entre os leões que dominam o Porto Real; Rodrik continua segurando o pouco que resta de Ironrath enquanto um novo líder da família Whitehill surge para piorar a situação da Casa Forrester; e Gared se torna um guardião do Night’s Watch e se prepara para uma nova e interessante jornada.
As quatro tramas encontradas em The Sword in the Darkness são interessantes e cada uma delas apresentam decisões importantes e difíceis de fazer, dando uma sensação de que a sua escolha está valendo não só o destino daquele personagem, mas sim da Casa Forrester por inteiro.
Os objetivos também ficaram cada vez mais claros para o jogador com cada personagem tendo o seu papel para a ajudar a família de alguma forma, seja com a Mira negociando a matéria prima de Ironrath, a s arvores Ironwood, para Tyrion Lannister; Asher procurando mercenários que estejam dispostos a lutar ao seu lado; ou Gared, que tem a missão com o maior peso envolvendo todo o mistério de North Grove e o que está por trás deste lugar.
PERDENDO O PASSO
Um dos poucos problemas no enredo desta vez é a situação similar encontrada na trama de Rodrik, com o antagonista introduzido na história se colocando na mesma situação que vimos com Ramsay Snow e subsequentemente, com Ludd Whitehill, nos dando motivos e mais motivos de odiar a Casa Whitehill por tudo que eles estão fazendo para acabar com a família Forrester.
O processo é o mesmo e Rodrik continua lutando contra o seu orgulho para manter a família unida até que ele consiga resolver este problema, sendo tão repetitivo que acaba se tornando maçante e cansativo. No entanto, o que salva a trama de Rodrik é a intriga em torno os personagens da família e como eles estão lidando com o incessante sofrimento, demonstrando a personalidade distinta de cada um deles, além de alguns momentos que parecem mover a história em Ironrath para frente.
Enquanto a história de Rodrik parece não andar, a de Gared está correndo uma maratona. Em pouco tempo Gared se torna um guardião do Night’s Watch, resolve uma série de problemas pessoais – de formas extremamente satisfatórias – e já encontra novos problemas que serão resolvidos nos próximos episódios.
O motivo disto é que Gared se mantém como o personagem mais importante para o jogo, e era necessário correr um pouco com o seu desenvolvimento pessoal para colocá-lo no lugar e na hora certa, ainda mais quando lembramos que faltam somente mais três episódios para concluir a saga (se é que a história será concluída nesta temporada e não prolongada em mais episódios).
ANDANDO SEM MULETAS
Por sua vez, a trama de Asher se torna válido somente nos momentos finais e acaba focando na dualidade entre o exílio da família e sua felicidade encontrada após o abandono, deixando nas mãos do jogador em qual direção ele deve ir. Enquanto isso Mira se encontra na dificuldade interagindo com as maiores figuras do Porto Real, precisando de fazer escolhas difíceis que possam ajudar a Casa Forrester com um alto preço: a sua própria segurança.
Ambas as histórias se beneficiam com o local que eles estão se situando, aparecendo mais personagens conhecidos da série de TV de uma forma mais sutil que antes, ainda temos alguns momentos gratuitos demais e que parecem terem sido feitos para os fãs da série ficarem felizes, mas dá para notar um certo progresso em que no futuro o jogo não precise da série de TV para se sustentar.
Mais uma vez a jogabilidade se encontra inalterada e utilizando o mesmo estilo encontrado nos jogos anteriores da desenvolvedora, as poucas diferenças se encontram no uso de QTEs e a estética que remete a pintura a óleo, com personagens desenhados sem um traço especifico e uma paleta de cores pastéis para acentuar o ambiente.
CONCLUSÃO
The Sword in the Darkness conseguiu dar o gás que a série tanto precisava, nos dando uma trama interessante envolvendo escolhas difíceis sem uma visão clara do que é certo e errado, deixando o destino da Casa Forrester em um ponto imprevisível na série. Seus maiores problemas é pela forma lidada ao distribuir este conteúdo — com The Lost Lords contendo praticamente nada e The Sword in the Darkness nos dando até demais — e pela falta de balanceamento com os personagens, sendo que alguns são extremamente importantes para a trama e outros parecem não ter impacto algum.
Mas seus problemas não impedem de um episódio satisfatório que remete a qualidade encontrada no primeiro episódio, com cenas cheias de adrenalina e uma trama que desenrola tanto quanto faz perguntas sobre o que está por vir.
Game of Thrones Telltale Game Series: The Sword in the Darkness foi lançado no dia 24 de Março e está disponivel para PC, Xbox One, Xbox 360, PS4, PS3, e os dispositivos móveis Android e iOS.