Análise Arkade: Acelere em Steel Rats, agora no Xbox One
Lançado em novembro de 2018 para PlayStation 4 e Steam, Steel Rats é um jogo inusitado que mistura ação, corrida de motocicleta e plataforma 2.5D. Desenvolvido e distribuído pela Tate Multimedia, o título agora está disponível para Xbox One e vamos contar o que achamos em nossa análise.
Sobre a história
A Tate Multimedia tem vários jogos em seu catálogo: as franquias Kao The Kangaroo e Urban Trial, Asterix & Obelix XXL 2: Mission Wifix, Lucky Luke – Go West!, entre outros.
O que todos eles tem em comum? Nenhum tem uma história particularmente complexa, afinal, são focados majoritariamente em mecânicas.
Em Steel Rats é exatamente isso que acontece. A história é só um flavor que dá um contexto para o jogador seguir em frente. A premissa é que há uma invasão de alienígenas robôs na terra e nossos quatro personagens principais, Toshi, James, Randall e Lisa, devem eliminar essas ameaças com a ajuda de suas motocicletas.
Existe esse pequeno argumento para justificar as missões que realizamos, mas nenhuma grande construção além disso. Talvez a parte mais substanciosa esteja contida em segredos no formato de audiologs que encontramos em locais escondidos nas fases. Não há desenvolvimento de personagens e nossas interações se resumem a diálogos expositivos no começo, meio e fim da fase.
Outro fato que não contribui para que a história seja relevante é a maneira que é contada. Veja bem, Steel Rats é um jogo no qual estamos pilotando uma motocicleta bem rápido, em um cenário cheio de inimigos, projéteis, obstáculos e múltiplos caminhos, logo, se torna bem difícil prestar atenção em um balão de texto em meio a tudo isso.
O game tem legendas em português do Brasil e dublagem em inglês, mas em meio a tal frenesi, é praticamente impossível absorver qualquer fragmento da narrativa. Dito isso, os elementos de jogabilidade são a força e, em um prisma menor, a fraqueza do jogo e vamos abordar isso a seguir.
Jogabilidade interessante e problemática
Nesse tópico me sinto genuinamente dividido. Quando me sentia hábil o jogo me proporcionava bons momentos, mas boa parte do tempo o controle foi problemático e pouco responsivo. O cenário é 2.5D e podemos andar em quatro direções: esquerda, direita, para cima e para baixo.
O level design é bem construído, as fases são inventivas e em alguns momentos complexas, especialmente porque descobrir o caminho correto por si só já é uma espécie de puzzle. Em momentos que minha habilidade estava afiada consegui maximizar algumas fases e terminá-las com um bom fluxo de gameplay, porém, o controle não é muito preciso quando estamos lidando com os dois eixos da fase, ou seja, há uma profundidade nos níveis do cenário que impossibilitam uma navegação mais intuitiva.
Repito, em alguns momentos fui perfeito durante a fase, mas isso não foi em decorrência de estar melhorando como jogador ou algo assim. Há uma questão sistemática em jogos baseados puramente em mecânicas e dominar esse sistema significa falhar menos, mas em Steel Rats tem alguma equação entre personagem e cenário que simplesmente não conversam entre si.
No total são 28 fases a serem exploradas, divididas em 5 distritos distintos. Para quem gosta de desafios específicos cada fase proporciona três, sendo eles: terminar a fase em um tempo determinado, eliminar uma quantidade definida de inimigos, não sofrer dano, utilizar determinada habilidade, etc. No começo os desafios são simples, mas no decorrer do jogo o nível aumenta consideravelmente.
Os distritos em si têm essa mesma dinâmica, começam fáceis e depois se tornam bem difíceis. É interessante pelo desafio, mas também pode ser frustrante porque os controles não são tão precisos. Também existem habilidades e skins que podem ser compradas com o dinheiro do jogo. Felizmente, é bem fácil de adquirir mais Pontos de Vida ou algum disparo especial, mas não há nada que mude drasticamente o gameplay ou facilite nossa jornada a partir da metade do jogo.
Podemos andar para frente e dar ré, pular, atirar, girar e dar uma espécie de dash, tudo isso pode ser usado para driblar os obstáculos da fase ou atacar os inimigos. Quanto a eles, não há grande variedade, são apenas robôs com o mesmo design, só que em tamanhos distintos. O design dos personagens, assim como suas personalidades, não são marcantes.
O maior destaque é o level design e a maneira inventiva que podemos navegar pelos cenários. Ele não é um jogo feio, como podem ver nas imagens acima, mas também não tem grande personalidade ou algum traço particularmente marcante. A trilha sonora é esquecível, mas o design de som é interessante, especialmente o ronco do motor das motocicletas.
Conclusão
Apesar de todas essas ressalvas, entendo que existem qualidades em Steel Rats e ainda acho que é um jogo que vale a pena ser ao menos testado. Nunca me empolguei enquanto estava jogando, mas quando não estava sempre tive o sentimento de que “existe algo interessante ali”.
Steel Rats está disponível para PlayStation 4, Steam e agora Xbox One. No console da Microsoft ele custa R$ 54,95.