Análise Arkade: enfrentando Templários e tanques de guerra em Assassin’s Creed Chronicles: Russia

18 de fevereiro de 2016

Análise Arkade: enfrentando Templários e tanques de guerra em Assassin's Creed Chronicles: Russia

Depois de nos levar para combater Templários na China e na Índia, a trilogia Assassin’s Creed Chronicles chega ao seu fim com uma aventura na Rússia! Confira na sequência nossas impressões do game!

Campanha 2 em 1

A trama de Assassin’s Creed Chronicles Russia se passa em 1918, logo após a Revolução que derrubou a autocracia dos Czares, colocou o Movimento Bolchevique no poder e instituiu a União Soviética como o primeiro país socialista do mundo.

Neste cenário conturbado, eis que encontramos Nikolai Orelov, um veterano do Credo que só quer se aposentar e partir com sua família para os EUA. Só uma última missão o separa da liberdade: ele precisa recuperar um Artefato que, claro está na mira dos Templários.

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Essa última missão, porém, se mostra mais complexa do que deveria, quando, em sua busca pelo Artefato, ele acaba resgatando Anastasia, princesa e filha do Czar Nicolau II que teve toda sua família assassinada.

As coisas ficam ainda mais estranhas quando o Artefato — que obviamente é uma relíquia dotada de poderes da civilização precursora — faz com que Anastasia receba “o espírito” de Shao Jun, aprendiz de Ezio e protagonista de Assassin’s Creed: Chronicles China que morreu mais de 4 séculos antes.

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E assim, unidos por estas bizarras circunstâncias, Orelov e Anastasia precisam lutar para sobreviver, enquanto protegem o Artefato e tentam entender o que acontece com Anastasia e qual seu elo de ligação com Shao Jun.

Gameplay 2 em 1

Com Orelov e Anastasia na jogada, Assassin’s Creed Chronicles Russia tem uma cadência diferente dos dois jogos anteriores: Orelov e Anastasia possuem suas próprias fases, e em alguns casos precisam unir forças e proteger um ao outro para prosseguir.

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Isso abre uma nova vertente de gameplay, pois Orelov é o Assassino “padrão” e bem equipado, enquanto Anastasia tem 2 momentos distintos: em sua versão “normal” só o que ela pode fazer é fugir e se esconder, enquanto em sua versão “possuída” por Shao Jun ela ganha habilidades do Helix e pode eliminar furtivamente os inimigos.

Na prática, a Ubisoft dividiu as habilidades que antes eram de um personagem só entre os dois, visto que nos jogos passados, tanto Shao Jun quanto Arbaaz Mir tinham tanto o arsenal do Credo quanto as habilidades do Helix. Essa divisão não deixa o jogo tão diferente assim dos anteriores, mas afeta a maneira como você progride pelas fases, alternando entre a dupla para vencer desafios cuidadosamente pensados para cada um deles.

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Em seus melhores momentos, Assassin’s Creed Chronicles Russia coloca Orelov e Anastasia trabalhando juntos: em uma missão específica, você alterna o controle entre eles, com Orelov buscando locais estratégicos para usar seu rifle e cobrir Anastasia, enquanto ela (que não está “possuída” por Shao Jun neste trecho) pode apenas se esgueirar por entre os ambientes, abrindo janelas e atraindo a atenção dos inimigos para que seu parceiro tenha uma linha de tiro desimpedida.

Confira abaixo um breve vídeo de gameplay que mostra Orelov dando cobertura para Anastasia:

Como estamos em uma época bem mais avançada que a maioria dos jogos da série, temos novidades interessantes: Orelov é quase um Batman com suas bombas de fumaça e seu grappling hook que pode não só puxar objetos e abrir portas, como também é capaz de disparar descargas elétricas para sobrecarregar painéis de controle e desabilitar sistemas de segurança.

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E você também vai ver locomotivas e até enfrentar tanques de guerra em sua jornada pela Rússia, algo novo que só é possível graças à proximidade cronológica deste jogo com a tecnologia bélica do pós-guerra.

Audiovisual

Talvez pelo fato de estarmos em um local e em um período deveras conturbado, a Rússia deste jogo não é tão charmosa quanto foram a China e especialmente a Índia dos games anteriores. Tudo aqui é muito cinza, granulado, e só o que se destaca são os detalhes vermelhos do cenário (bandeiras, redes, escadas, parapeitos), que geralmente também demarcam caminhos e atalhos.

Apesar disso, o céu da Rússia se destaca, pois geralmente denota tons de pôr-do-sol, acrescentando bem-vindos tons de amarelo e alaranjado à paisagem cinzenta tradicional do game:

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As cutscenes estáticas também não tem o mesmo charme, apresentando poucas cores e um visual “duro” que é competente, mas não traz nenhum diferencial estilístico que se destaque, como estilo aquarelado do primeiro jogo da trilogia. Pode ser que a Rússia não tenha tido muita expressividade artística nesta época, o que explicaria o jogo não ter a personalidade e o estlilo dos demais.

Apesar disso, o jogo é bonito em sua simplicidade, com ambientes 2.5D que tem muita profundidade e até alguns momentos em que a câmera assume uma posição diferente, meio isométrica, para te mostrar melhor os arredores.

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A trilha sonora soa sutil, mas de qualidade, e as dublagens (e sotaques) estão muito bons. Ah, e sempre é bom lembrar que o jogo está com menus e legendas totalmente em português.

Uma questão de timing

Assassin’s Creed Chronicles: Russia é um episódio competente de uma série bacana, mas acho que o timing da Ubisoft não foi muito bom. Do primeiro para o segundo jogo se passaram vários meses (China saiu em maio de 2015, Índia em janeiro de 2016), mas do segundo para o terceiro jogo, nem se passou um mês.

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Como os três jogos são muito semelhantes mecanicamente, acho que o episódio russo acaba perdendo seu brilho por ter sido lançado logo em seguida do episódio indiano —  que na minha opinião, foi o ponto alto da trilogia, especialmente por seu level design. Embora os 3 jogos mantenham um nível ímpar de qualidade, quando jogados em sequência eles tendem a ficar meio repetitivos.

Apesar disso, a trilogia como um todo é muito competente em adaptar mecânicas clássicas da série à ambientação 2.5D, e oferece muito mais ênfase no stealth do que a série principal, onde os personagens são cada vez mais overpowered. Se for para escolher apenas um jogo, sugiro que fique com o AC Chronicles India, mas se puder, jogue os 3 para ter a experiência completa.

Assassin’s Creed Chronicles Russia foi lançado no dia 9 de fevereiro de 2016, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One. Em abril, a trilogia toda será lançada para o PS Vita.

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Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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