Análise Arkade – Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok
Após o lançamento de Assassin’s Creed Valhalla, em 2020, a Ubisoft seguiu sua atual tendência de, ao invés de lançar novos games anualmente para sua franquia, trazer novos conteúdos para os games já lançados, como forma de expansão. O atual game, que tem como temática central a era dos povos nórdicos na atual Inglaterra, já conta com expansões que levam os jogadores para a Irlanda e a França, conhecida na época como Frância.
Desta vez, a proposta da nova DLC, chamada Dawn of Ragnarok, é explorar um pouco mais o mundo mitológico do game, levando Eivor a aceitar seu destino como Odin, o que rende um “novo game”, com direito a novos poderes, novos locais para se explorar, e uma aprofundada maior no universo do cenário.
De assassino para deus
A grande mudança em Dawn of Ragnarok é que, dentro do arco mitológico, o foco muda. Saem as alianças e busca por poder nos reinos pelo o que conhecemos hoje como Inglaterra, e entra a urgência do iminente Ragnarok. Voltando a ser Odin, a missão da vez envolve o resgate de Baldr, seu filho, que está prisioneiro.
Para alcançar seu objetivo, é preciso se infiltrar em território hostil, fazer novas alianças, desta vez com anões, e efetuar sua vingança. Os anões vivem escondidos em abrigos, os quais devem ser encontrados através de pistas deixadas pelos próprios seres. Svartalfheim, o mundo dos anões, está sob invasão e, por isso, o belo local está bem hostil, com inimigos e ameaças por todos os lados.
Você terá, diferente do game padrão, um certo incômodo pois, em qualquer local, podem aparecer inimigos prontos a te colocar em ação, o que inclui corvos, que estão até em locais mais altos. Mas ainda assim, é possível apreciar o novo mundo, com abrigos subterrâneos, e picos dourados.
Para encarar todas as missões, agora você poderá ter um aliado divino: os poderes sobrenaturais que, assim como em Mega Man, podem ser absorvidos dos inimigos derrotados. Isso traz uma dinâmica nova ao game, uma vez que novas necessidades surgem. Por exemplo: você pode transformar sua pele em magma, para andar nas lavas sem sofrer danos, ou se tornar em um corvo, para alcançar locais mais altos rapidamente.
Entretanto, os slot são limitados e você só poderá trocar de poder se encontrar outro inimigo com o poder desejado. Isso traz um pouco de estratégia ao game, uma vez que você não pode trocar de poder tão simples como troca de aptidões. De qualquer forma, logo você descobre onde ficam os inimigos com os poderes desejados, para fazer a troca de forma mais simples.
E, quanto aos inimigos, espere encontrar Jotnars, os já conhecidos inimigos de gelo, e Muspels, adversários de fogo, que contam com poderes novos. Tudo isso para encarar frente a frente no final, Surtr, um inimigo que exigirá muito de Odin para a vitória.
Um game dentro de outro
As expansões são conhecidas por adicionarem conteúdo extra, mas nem sempre de forma profunda. As expansões recentes de Valhalla foram bem interessantes, com a Irlanda e a Frância oferecendo novos desafios, mas Svartalfheim conseguiu ir um pouco além. São muitas missões novas, secundárias e desafios para o jogador conhecer.
O modo história pode ser concluído em cerca de dez horas, tempo muito abaixo do game principal. Entretanto, para explorar cada canto do novo mundo, mais tempo será investido, pois há muita coisa para se fazer no jogo. Somando todas as expansões mais o game principal, um jogador mais dedicado pode usufruir tranquilamente de 100 a 200 horas de jogatina, com muita atividade e conteúdo.
Como estamos falando de expansão, e não de um game novo, a vantagem é que é possível explorar novos mundos sem começar “do zero”, aproveitando os níveis já alcançados anteriormente, assim como seus equipamentos e armas. Neste ponto, é melhor mesmo um game “durar mais” com conteúdos adicionais, do que um novo Assassin’s Creed.
E, como a Ubisoft apostou em unir dois universos em seu game, então seria mesmo questão de tempo que a saga mística pudesse mesmo ser melhor explorada, fazendo Valhalla ser, no final das contas, um “dois em um”, com a parte histórica e a parte mística sendo, no final, dois games “diferentes” dentro de um só. Apenas lamento que, jogo após jogo, e expansão após expansão, o legado dos Assassinos, e até questões envolvendo a mitologia da série, vão sendo mais deixados de lado.
Mas, tirando isso, Dawn of Ragnarok continua o bom trabalho que Valhalla iniciou em 2020. Quem gostou do atual Assassin’s Creed, com certeza gostará desta nova aventura, e de conhecer um novo mundo, com seus novos personagens e desafios. A expansão traz algumas novidades, mas, como era de se esperar, mantém o gameplay essencial do jogo padrão. As novidades não são das mais relevantes, mas cumprem bem seu papel para evoluir o conceito de mundo histórico para mundo místico.
Assassin’s Creed Valhalla chegou em 2020, com versões para PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, e Google Stadia. Você pode conferir o review do game aqui.