Análise Arkade: revisitando Gotham City em Batman Return to Arkham
Essa geração está cheia de remasters, mas quando o jogo é bom, a gente não liga de revisitá-lo, não é? Este é justamente o caso de Batman: Return to Arkham, combo que traz os 2 primeiros jogos desta ótima série ao Playstation 4 e ao Xbox One!
Arkham Asylum
Batman: Arkham Asylum foi lançado em 2009 e redefiniu tudo o que conhecíamos em se tratando de jogos e super-heróis. Produzido pela Rocksteady e publicado pela Warner, o game foi aclamado por público e crítica, e se aprofundou no universo e na psique do Homem-Morcego como nenhum game (ou filme) conseguiu.
Só a introdução do game, com o Batman escoltando o Coringa pelos corredores do Arkham Asylum já é memorável, lembra? Se não, relembre abaixo com o vídeo que capturamos:
Foi com Batman Arkham Asylum que conseguimos “ser o Batman“ decentemente pela primeira vez em um game, enquanto tentávamos impedir uma explosiva rebelião encabeçada pelo Coringa, que se deixou prender de propósito para tocar o horror ao lado de Arlequina, Crocodilo, Espantalho e diversos outros vilões clássicos.
Arkham City
Quando a gente achava que não tinha como melhorar, eis que 2 anos depois, em 2011, Rocksteady e Warner lançaram Batman Arkham City. Continuação direta do game de 2009, desta vez o game coloca o herói em um pseudo-mundo aberto, um enorme presídio a céu aberto onde os maiores malfeitores de Gotham e seus capangas vivem.
Quem administra o lugar é ninguém menos que o Dr. Hugo Strange, e ele parece saber mais do que deveria sobre a vida do Batman. Claro que o Coringa também está envolvido na treta: debilitado pelo vírus Titan (que injetou em si mesmo no jogo anterior), o palhaço faz o Batman trabalhar para ele em busca de uma cura. Mulher-Gato, Duas Caras, Ras AlGhul, Cara de Barro e outros vilões também marcam presença.
Vale lembrar que este jogo possui uma das melhores introduções jogáveis dosa últimos anos, lembra? Se não, relembre com o vídeo que gravamos:
E o visual, tá bom?
Para começar, os jogos agora rodam em 1080p e a engine de ambos foi atualizada. Na geração passada, eles rodavam na Unreal Engine 3; agora, foram adaptados para a Unreal Engine 4. Isso por si só já dá um belo upgrade no visual, pois a engine aprimorada suporta texturas melhores e efeitos de luz otimizados. O framerate se mantém nos 30fps, mas no geral entrega uma experiência fluida e satisfatória.
As melhorias ficam especialmente evidentes no traje do Batman, cuja textura está super bonita. Além disso, efeitos de chuva, umidade e gotículas de água se acumulam e deslizam pela capa do herói, um efeito que impressionou todo mundo em Batman Arkham Knight e não faz feio nestes remasters.
Uma coisa que eu achei que iria me incomodar foi o excesso de cores saturadas que foi aplicado nestes remasters. Lembro que a primeira vez que vi o vídeo abaixo, ele deixou uma impressão bem ruim:
Porém, afirmo que essa diferença só fica realmente gritante quando a vemos assim, lado a lado. Quer dizer, é evidente que os jogos estão mais coloridos, mas sem um fator comparativo em tempo real para servir de base, as “novas cores” de Arkham não parecem tão absurdas.
Mais alguma novidade que valha a pena?
Sim! Agora temos a presença de menus e legendas em português brasileiro, algo que não tínhamos no primeiro jogo da série. Considerando que o universo do game é repleto de diálogos espirituosos e gravações de sessões de terapia um tanto quanto perturbadoras, as legendas são uma mão na roda para quem ainda derrapa no inglês.
Fora isso, temos aqui edições completas dos 2 games, com todos os DLCs que foram lançados para cada jogo. No caso do Arkham Asylum isso se resume basicamente a alguns mapas de desafios (e é possível até jogar com o Coringa em alguns deles).
Já Arkham City é bem mais robusto, trazendo trajes alternativos para o Batman, mapas de desafio extras e o conteúdo extra Harley Quinn’s Revenge, mini-campanha que se passa após os eventos do game original onde podemos controlar até o Robin. Agrega umas duas horas e meia de gameplay e serve como um adendo bacana à trama da campanha principal.
Vale a pena?
Se você por ventura “pulou” a geração passada e não conhece a série, sem dúvida. A série Arkham se tornou uma das mais influentes dos últimos anos, e suas mecânicas de combate foram amplamente “copiadas” por outros games de sucesso, tais como Terra-Média: Sombras de Mordor, Sleeping Dogs e Mad Max. Isso por si só já mostra a qualidade do material original.
Se você já jogou os games na geração passada — especialmente suas edições Game of the Year — talvez não haja nada genuinamente novo para você aqui. O conteúdo é essencialmente o mesmo, mas recebeu uma boa repaginada que o deixa mais condizente com a geração atual. Mas, repito a pergunta: quando o jogo é bom, qual é o problema em jogar de novo, né?
Aliás, é impressionante como estes jogos envelheceram bem. Arkham Asylum já tem 7 anos de vida (o tempo de uma geração de consoles, praticamente), mas seu gameplay continua incrivelmente ágil, preciso e dinâmico. Você ainda se sente o Batman, seja espancando dezenas de malfeitores, seja esgueirando-se através das sombras para pegá-los de surpresa em modo stealth.
Enfim, para fãs do Batman, da série Arkham ou simplesmente apreciadores de bons jogos, Batman Return to Arkham traz um prato cheio — são 2 jogos pelo preço de 1 + os extras e, caso você adquira o combo em disco, ainda leva “de brinde” um blu ray com a animação Assalto em Arkham, que conta uma história muito boa e que faz parte da cronologia da série.
No gera, Batman Return to Arkham é imperdível para quem nunca jogou os primórdios da série, mas sem dúvida possui conteúdo e qualidade de sobra para agradar mesmo quem já foi o Batman no PS3 ou no X360.
Batman: Return to Arkham foi lançado em 18 de outubro deste ano, com versões para Playstation 4 e Xbox One. Ambos os jogos agora possuem menus e legendas em português brasileiro.