Análise Arkade: BlazBlue Cross Tag Battle une 4 universos para muita pancadaria

16 de junho de 2018

Análise Arkade: BlazBlue Cross Tag Battle une 4 universos para muita pancadaria

Crossovers em jogos de luta costumam ser bem legais. Marvel Vs. Capcom, Street Fighter X Tekken, há muitos exemplos clássicos. E, agora a competente Arc System Works resolveu entrar nessa brincadeira com seu BlazBlue Cross Tag Battle!

4 universos se encontrando em uma história meia-boca

BlazBlue Cross Tag Battle parte de uma premissa audaciosa: o game coloca personagens de nada menos do que 4 universos distintos para cair na porrada. Em um jogo só, temos lutadores de BlazBlue, Persona 4 Arena, Under Night e RWBY.

A justificativa para esse encontro apoteótico? Nada de mais. Modo História continua sendo o calcanhar de aquiles dos jogos da Arc System Works, e o que temos aqui infelizmente é risível.

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Isso é uma keystone

Basicamente, uma inteligência artificial maluca de outra dimensão ficou entediada e decidiu reunir os principais guerreiros de outros universos para uma pancadaria. Cada grupo recebe uma keystone, e quem quiser ir embora terá que coletar todas as 4 pedras, o que meio que justifica os combates.

Como se essa história já não fosse boba o bastante, a forma como ela é apresentada deixa muito a desejar: temos toneladas de diálogos apresentadas naquele esquema “Power Point“, com imagens estáticas dos personagens conversando. Definitivamente não é a maneira mais empolgante de se contar uma história.

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Os momentos “mais emocionantes” ganham no máximo uns olhinhos em destaque…

Esse problema não é de hoje, e acho que é só nisso que a Arc System Works ainda fica atrás de empresas como NetherRealm e Capcom. Enquanto as outras estão contando suas histórias de maneira cinematográfica e envolvente, aqui temos algo longo e enfadonho.

Mas e o gameplay?

Esse, meu caro, continua excelente! A Arc System Works simplesmente sabe fazer jogos de luta 2D, e o que temos aqui comprova esse expertise. As mecânicas que temos aqui reaproveitam alguns elementos de um jogo ou de outro, combinando-as em algo novo, fresco e muito funcional.

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Sendo honesto, BlazBlue Cross Tag Battle até traz alguns dos maneirismos irritantes de hoje em dia — como os combos automáticos ao martelar um único botão –, mas no geral tudo é tão responsivo, fluido e afiado em termo de controles que não há do que reclamar.

As lutas aqui rolam em um esquema 2 x 2, e embora na campanha a história determine as duplas, em todos os outros modos de jogo você monta o time que quiser. Você pode trocar de personagem durante a luta, bem como utilizar apenas um ataque, naquele estilo striker. E, claro, temos também os golpes e especiais em conjunto, como o Cross Burst e o Cross Combo.

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Tipo assim

Confira um pouco de gameplay abaixo, no qual jogo com Hyde e Ruby:

O gameplay é familiar para quem já jogou algum outro fighting game da Arc System Works, mas traz também um feeling todo próprio, com suas próprias nuances e particularidades.

Um dos destaques é o Resonance Blaze, que só pode ser usado depois que um de seus lutadores é eliminado, mantendo o sobrevivente em um boost de poder e velocidade, recuperando sua energia e enchendo a barra de super com muita rapidez.

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As animações dos golpes especiais são incríveis

No geral é aquele tipo de jogo que consegue ser acessível aos novatos, mas com profundidade de sobra para os pro-players se empenharem, estudando hit boxes e outros detalhes técnicos. Quem curte fighting games 2D não vai ter do que reclamar.

Audiovisual e modos de jogo

BlazBlue Cross Tag Battle traz aquele hub já típico dos jogos da Arc System Works, onde controlamos avatares cabeçudinhos e por onde podemos acessar os diferentes modos de jogo disponíveis. Tipo o que temos em Dragon Ball FighterZ, saca?

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No mais, em se tratando de modos de jogo, senti muita falta de um modo Arcade tradicional, mas, salvo essa ausência, modos de jogo típicos  Versus (Online e Offline), Survival e Treinamento acompanham o modo História.

Em termos de audiovisual, temos o capricho esperado da Arc System Works: personagens de visual estiloso criados com esmero em sprites 2D, brigando em cenários 3D com muita profundidade.

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O visual do game é incrível

A trilha sonora mistura batidas eletrônicas com o rock pauleira que também é característico dos jogos da empresa, e a mistura funciona muito bem.

Conclusão

BlazBlue Cross Tag Battle traz a pancadaria 2D caprichada que é típica da Arc System Works, mesmo com personagens de 4 universos distintos caindo na porrada. Há uma homogeneidade latente que ignora as origens de cada um, mantendo o gameplay acessível e gostoso de jogar com todo mundo.

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Encerrar a luta com um golpe especial rende muita psicodelia

Na real essa harmonia entre personagens de universos distintos é tão forte que eu realmente não sei porque resolveram deixar o elenco de Guilty Gear de fora. Ou a galera do ChaosCode. São todos “da casa”, e todos caberiam muito bem aqui.

Boatos que este crossover será expandido com o tempo, e algumas ideias são mirabolantes e excelentes — a comunidade já disse que gostaria de ver personagens de Skullgirls e até do anime Avatar no game –, e se mais universos convergirem, o game sem dúvida ficará ainda mais legal!

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Independente dessas participações especiais rolarem ou não, é fato que BlazBlue Cross Tag Battle já é um baita fighting game 2D, com um ótimo elenco, jogabilidade afiada e um departamento audiovisual muito bem resolvido. Indispensável para fãs dos jogos da Arc System Works, ou fãs de uma boa e velha pancadaria 2D.

BlazBlue Cross Tag Battle foi lançado em 5 de junho, com versões para PC, Playstation 4 (versão analisada) e Nintendo Switch. O game não recebeu suporte ao nosso idioma, estando com áudio, menus e legendas em inglês.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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