Análise Arkade: BlazBlue Cross Tag Battle une 4 universos para muita pancadaria
Crossovers em jogos de luta costumam ser bem legais. Marvel Vs. Capcom, Street Fighter X Tekken, há muitos exemplos clássicos. E, agora a competente Arc System Works resolveu entrar nessa brincadeira com seu BlazBlue Cross Tag Battle!
4 universos se encontrando em uma história meia-boca
BlazBlue Cross Tag Battle parte de uma premissa audaciosa: o game coloca personagens de nada menos do que 4 universos distintos para cair na porrada. Em um jogo só, temos lutadores de BlazBlue, Persona 4 Arena, Under Night e RWBY.
A justificativa para esse encontro apoteótico? Nada de mais. Modo História continua sendo o calcanhar de aquiles dos jogos da Arc System Works, e o que temos aqui infelizmente é risível.
Basicamente, uma inteligência artificial maluca de outra dimensão ficou entediada e decidiu reunir os principais guerreiros de outros universos para uma pancadaria. Cada grupo recebe uma keystone, e quem quiser ir embora terá que coletar todas as 4 pedras, o que meio que justifica os combates.
Como se essa história já não fosse boba o bastante, a forma como ela é apresentada deixa muito a desejar: temos toneladas de diálogos apresentadas naquele esquema “Power Point“, com imagens estáticas dos personagens conversando. Definitivamente não é a maneira mais empolgante de se contar uma história.
Esse problema não é de hoje, e acho que é só nisso que a Arc System Works ainda fica atrás de empresas como NetherRealm e Capcom. Enquanto as outras estão contando suas histórias de maneira cinematográfica e envolvente, aqui temos algo longo e enfadonho.
Mas e o gameplay?
Esse, meu caro, continua excelente! A Arc System Works simplesmente sabe fazer jogos de luta 2D, e o que temos aqui comprova esse expertise. As mecânicas que temos aqui reaproveitam alguns elementos de um jogo ou de outro, combinando-as em algo novo, fresco e muito funcional.
Sendo honesto, BlazBlue Cross Tag Battle até traz alguns dos maneirismos irritantes de hoje em dia — como os combos automáticos ao martelar um único botão –, mas no geral tudo é tão responsivo, fluido e afiado em termo de controles que não há do que reclamar.
As lutas aqui rolam em um esquema 2 x 2, e embora na campanha a história determine as duplas, em todos os outros modos de jogo você monta o time que quiser. Você pode trocar de personagem durante a luta, bem como utilizar apenas um ataque, naquele estilo striker. E, claro, temos também os golpes e especiais em conjunto, como o Cross Burst e o Cross Combo.
Confira um pouco de gameplay abaixo, no qual jogo com Hyde e Ruby:
O gameplay é familiar para quem já jogou algum outro fighting game da Arc System Works, mas traz também um feeling todo próprio, com suas próprias nuances e particularidades.
Um dos destaques é o Resonance Blaze, que só pode ser usado depois que um de seus lutadores é eliminado, mantendo o sobrevivente em um boost de poder e velocidade, recuperando sua energia e enchendo a barra de super com muita rapidez.
No geral é aquele tipo de jogo que consegue ser acessível aos novatos, mas com profundidade de sobra para os pro-players se empenharem, estudando hit boxes e outros detalhes técnicos. Quem curte fighting games 2D não vai ter do que reclamar.
Audiovisual e modos de jogo
BlazBlue Cross Tag Battle traz aquele hub já típico dos jogos da Arc System Works, onde controlamos avatares cabeçudinhos e por onde podemos acessar os diferentes modos de jogo disponíveis. Tipo o que temos em Dragon Ball FighterZ, saca?
No mais, em se tratando de modos de jogo, senti muita falta de um modo Arcade tradicional, mas, salvo essa ausência, modos de jogo típicos Versus (Online e Offline), Survival e Treinamento acompanham o modo História.
Em termos de audiovisual, temos o capricho esperado da Arc System Works: personagens de visual estiloso criados com esmero em sprites 2D, brigando em cenários 3D com muita profundidade.
A trilha sonora mistura batidas eletrônicas com o rock pauleira que também é característico dos jogos da empresa, e a mistura funciona muito bem.
Conclusão
BlazBlue Cross Tag Battle traz a pancadaria 2D caprichada que é típica da Arc System Works, mesmo com personagens de 4 universos distintos caindo na porrada. Há uma homogeneidade latente que ignora as origens de cada um, mantendo o gameplay acessível e gostoso de jogar com todo mundo.
Na real essa harmonia entre personagens de universos distintos é tão forte que eu realmente não sei porque resolveram deixar o elenco de Guilty Gear de fora. Ou a galera do ChaosCode. São todos “da casa”, e todos caberiam muito bem aqui.
Boatos que este crossover será expandido com o tempo, e algumas ideias são mirabolantes e excelentes — a comunidade já disse que gostaria de ver personagens de Skullgirls e até do anime Avatar no game –, e se mais universos convergirem, o game sem dúvida ficará ainda mais legal!
Independente dessas participações especiais rolarem ou não, é fato que BlazBlue Cross Tag Battle já é um baita fighting game 2D, com um ótimo elenco, jogabilidade afiada e um departamento audiovisual muito bem resolvido. Indispensável para fãs dos jogos da Arc System Works, ou fãs de uma boa e velha pancadaria 2D.
BlazBlue Cross Tag Battle foi lançado em 5 de junho, com versões para PC, Playstation 4 (versão analisada) e Nintendo Switch. O game não recebeu suporte ao nosso idioma, estando com áudio, menus e legendas em inglês.