Análise Arkade: tente sobreviver por oito dias num planeta desolado em Breached
Breached é o primeiro game da desenvolvedora indie Drama Drifters, distribuído pela Nkidu Games Inc. que apresenta uma ideia interessante e simples em uma diferente versão do gênero de jogos de sobrevivência, te dando uma contagem regressiva para o seu fim, e fragmentos de informação para serem descobertos. Hora de descobrir com a gente um pouco mais sobre o que o game apresenta e quais foram nossas impressões sobre ele!
Ano 2245 – 8 dias para a sua morte
Breached apresenta um enorme mistério no qual entramos sem saber absolutamente nada, apenas duas informações precisas: Estamos no ano 2245, e temos apenas 8 dias de vida. Com isso claro para nós, somos apresentados a nosso personagem, Corus Vallot, cujo nome não é citado no game, mas que acorda de sua hibernação espacial de anos, sendo despertado antes do tempo graças a um problema que deve ser resolvido: seu abrigo foi danificado, e você só possui 8 dias de oxigênio restante e nenhum combustível.
Sua missão: Sobreviver. Para evitar sua morte em constante aproximação, Corus deve consertar o gerador de oxigênio de seu abrigo, a única coisa capaz de o manter vivo no ambiente hostil onde se encontra, e conseguir combustível, para que o abrigo possa funcionar e ele possa voltar para a hibernação. Todo o resto é envolvo em desinformação, o personagem está preso em um planeta desértico com cidades abandonadas e destruídas. Essas cidades estão cheias de Anomalias Eletromagnéticas, estranhas esferas de energia pura que vagam pelos cenários desérticos de forma misteriosa.
Que planeta é esse, o que aconteceu com sua população, o que são as anomalias, e porque despertamos da hibernação nesse mundo abandonado, não sabemos. Tudo o que o jogador pode fazer é tentar investigar nos logs do abrigo por pedaços de informação para entender o que está acontecendo, além de sair a caça de recursos para poder sobreviver antes do fim dos oito dias.
Caça por recursos e informações
O gameplay de Breached é extremamente simples. Dentro do abrigo, temos três telas com as quais podemos interagir. A tela central é onde Corus escreveu seus logs diários e pesquisa antigos logs para tentar entender o que está acontecendo. A cada novo dia, novas entradas são feitas no log, e o jogador deve clicar em determinadas palavras para liberar pedaços de informação para o log. Tendo que decidir que tipo de informação quer ver.
Os logs são conectados entre si por tags, que liberam novas informações escritas por outras pessoas e que tentam explicar um pouco sobre tudo o que está acontecendo. Porém, o game mantém essas informações as escuras, pois mesmo que liberemos mais e mais informações, acabamos o game ainda sem entender muito bem tudo o que aconteceu, somente tendo uma ideia geral de tudo. O estranho é que Corus sabe o que aconteceu, mas sua memória não consegue processar tudo. Em alguns logs do game, Corus registra ter consciência do que está acontecendo, mas o personagem não nos dirá o que ele sabe, algo que prejudica um pouco a narrativa fragmentada, porém interessante do game.
Na tela da esquerda, vemos o mapa da área onde estamos. Nesse mapa escolhemos um lugar para explorar, enviando um drone controlado mentalmente para coleta de recursos. O game possui apenas três áreas para serem exploradas (além da área-tutorial no início do game), nelas, temos três tipos de minerais diferentes e cápsulas espalhadas. O objetivo do jogador nessa áreas e coletar esses minerais e cápsulas para poder consertar seu abrigo. As áreas são compostas de desertos e escombros que exploramos com o drone, que é totalmente controlado pelo mouse.
O drone possui uma movimentação simples, porém complicada de se controlar. Com o botão esquerdo do mouse ele vai pra frente, e com o direito ele para. Com o mouse viramos o drone para os lados, além de podermos olhar para cima e para baixo, porém a movimentação do drone é rápida e escorregadia, sendo muito difícil controlar sua direção, principalmente se precisarmos frear bruscamente ou fazer curvas, é algo excessivamente trabalhoso e que pode cansar rapidamente alguns jogadores.
Tudo o que fazemos nessas três áreas do game é ir atrás de recursos e evitar entrar em contatocom as anomalias, esferas elétricas que circulam as áreas e afetam nosso drone. Se aproximando delas, seus campos eletromagnéticos afetam o drone, deixando seus visores falhos e imagem distorcida, além deles nos puxarem para perto. Se nos chocarmos com uma anomalia, o drone é destruído, e perdemos tudo o que coletamos com ele.
Um drone pode carregar somente três objetos. Com cada cápsula e mineral coletado ocupando um espaço. Após coletar recursos, o drone deve ser guiado para um Recall Point, para que ele volte ao abrigo e entregue os recursos coletados. Para nos guiar no game, temos um medidor de distância no arco direito da tela. Ele não indica a direção, mas sim a distância para o objeto de interesse mais próximo, começando a apitar quando estamos a menos de 100 metros de distância, com os apitos ficando mais rápidos quanto mais perto estivermos. Achando o recurso a ser coletado, basta que deixemos o drone parado a seu lado, que ele o colherá automaticamente.
E a tela da direita no abrigo é o laboratório, onde manipulamos os recursos coletados. As cápsulas fornecem peças para consertar o gerador de oxigênio, que só tem capacidade para 8 dias antes do jogador morrer. Basta hackear as cápsulas encontradas e torcer para que elas contenham as peças necessárias para consertar o gerador em 100%. Com os minerais nós devemos sintetizar combustível. Para isso, devemos testar diferentes combinações dos três tipos de mineral: Alpha, Beta e Gama, o que nos gera uma porcentagem da qualidade do combustível. Com isso, devemos achar a combinação correta para criar um combustível de qualidade 100%.
Temos apenas oito dias para realizarmos todas essas ações, do contrário Corus morrerá no último dia. A progressão de cada dia é dada com uma barra de energia a direita no abrigo. Cada ação que realizamos consome energia, e quando não tivermos mais energia suficiente para fazer mais nada, devemos encerrar o dia e reabastecer a energia para o próximo, e assim sucessivamente até ou conseguirmos consertar o gerador e sintetizar combustível, ou morrer.
Com isso, o gameplay de Breached é simples, rápido e bem intuitivo, mas se torna repetitivo rapidamente. Em resumo, pesquisamos os logs, saímos para coletar recursos, e tentamos consertar o abrigo no laboratório. Apesar do game possuir uma narrativa interessante, com todo o mistério em torno da destruição daquele planeta, ela não engrena de forma clara. Nós encontramos muitas informações inúteis no meio de pequenos pedaços de informação relevante, mas ainda não suficientes o bastante para termos um claro entendimento das coisas. Na verdade não é difícil entender o que aconteceu com aquele planeta, mas o game não ajuda a juntarmos as peças para confirmarmos o que já sabemos. É uma narrativa bem interessante, mas difícil.
Gráficos e sons
Breached possui belos gráficos, apesar de bem simples. Dentro do abrigo temos escuridão, pois o foco de seu interior são as telas, mas podemos ver as silhuetas de cabos e componentes eletrônicos atrás e aos lados das telas. O game possui um interessante visual computadorizado, com códigos de programação e bugs ocorrendo na tela, que vemos na perspectiva de Corus.
Controlando os drones, temos os cenários devastados onde a areia predomina em todas as direções que você olha. Mas o game possui um belíssimo efeito de iluminação, com os desertos em sol abundante e com os brilhos metálicos das estranhas estruturas abandonadas por um povo que não sabemos que destino teve. A tela do drone possui um interessante filtro, com a imagem ficando em baixa resolução e cheia de chuviscos quando nos aproximamos das anomalias, indicando que elas estão próximas. Basta passar próximo a elas pras cores começarem a ficar bagunçadas e os pixels da tela ficarem fora de controle.
Breached é um game bastante silencioso, temos poucas músicas que tocam de forma discreta, quase imperceptíveis enquanto jogamos. Os sons que mais ouvimos são os das telas de dentro do abrigo e os sons dos motores dos drones enquanto eles correm a toda velocidade nos desertos. Porém mesmo sendo um game silencioso, os sons cumprem bem o seu papel, reforçando a atmosfera tecnológica, porém desolada do game.
Conclusão
Breached apresenta uma proposta diferente dos games de sobrevivência, apresentando tanto aquele estilo onde basta que cliquemos nas telas ao nosso redor, e também nos permite explorar um pouco do mundo desértico no qual estamos presos. Com uma narrativa interessante, porém complicada, o game é uma boa experiência para jogatinas curtas, já que o game foi criado justamente para partidas rápidas para tentar sobreviver aos oito dias.
Apesar de certos pontos que deixam a experiência um pouco confusa e repetitiva, Breached é um game de qualidade e que funciona bem para partidas rápidas e para quem gosta de histórias misteriosas e exploração.
Breached foi lançado no dia 22 de junho, exclusivamente para PC.