Análise Arkade: O carismático tiroteio psicodélico de Lovely Planet
Enquanto vemos games cada vez mais cinematográficos e prometendo experiências além de nossos consoles sendo lançados, ainda existem games existem simplesmente para serem jogados ali, sem compromisso. E esse é o caso do descompromissado Lovely Planet, um game que preza por ser apenas divertido e desafiante.
Desenvolvido pelo estúdio QuickTequila e distribuído pela tinyBuild, Lovely Planet é uma mistura psicodélica de FPS com Puzzle que parece fofo, mas pode te fazer arrancar os cabelos depois de varias tentativas falhas em seus cenários desafiadores.
Uma ideia nada usual
A primeira vista, Lovely Planet parece um jogo simples: em uma grande mistura de tiro em primeira pessoa, puzzle e com toques de aventura em plataformas, o game possui uma identidade única e cria gradativamente desafios para o jogador que for se aventurar por seu mundo.
O game possui uma leve e subliminar história para que se possa acompanhar, e por isso não explica bem o que nós estamos fazendo atirando em diversos obstáculos vermelhos pelo cenário, que mais parece um parque infantil suspenso, e seus adversários — também vermelhos — que atiram em você para atrapalhar o seu objetivo, que é chegar no final de cada fase no menor tempo possível.
Aliás, as fases de Lovely Planet são construidas no melhor estilo Hotline Miami, Super Meat Boy e games dessa vertente speedrun: em uma corrida contra o tempo, somos apresentados à um percurso pré-definido com rotas que nos fazem quebrar a cabeça em dados momentos, somado ao fato de ser exigida habilidade em certos momentos, para pular ao mesmo tempo em que se mira, atira e desvia de outros projéteis, por exemplo.
Vale frisar que o game é essencialmente um FPS, mas não lembra em nada um — pelo menos os mais recentes. Em vez de estratégias como usar cover e ter que precisar recarregar, o game lembra mais os antigos first person shooters, com um “combate” ágil, muita coisa pra se desviar e uma arma com munição infinita.
Uma certeza é que as centenas de fases do jogo, divididas em cinco mundos, testarão sua perícia com os controles — e sua paciência também. Vale a pena explorar os pequenos segredos que o jogo carrega também.
Gráficos? Prefiro chamar de arte
A coisa que mais chama a atenção em Lovely Planet, sem dúvidas, é sua parte gráfica. Cenários bem coloridos, projéteis voando por aí, além de um estilo gráfico que preza pela simplicidade é algo incomum de se encontrar hoje em dia. E esse objetivo é bem alcançado aqui.
O jogo não possui objetos super modelados, nem texturas primorosas, mas possui uma identidade visual forte, que lembra, e muito, o clássico Katamari Damacy. A psicodelia visual é o ponto forte aqui, e gera um pouco de “alivio”, mesmo com todas as suas cores berrantes, em um mercado abarrotado de jogos acinzentados.
As músicas do game também não fogem a regra no que se diz “fora do usual”. Enquanto os efeitos sonoros são mínimos — sons de projeteis ou de pulos, por exemplo –, as músicas criadas pelo artista Calum Bowen acompanham o jogador por cada mundo e são sempre extravagantes, ajudando no clima divertido e alegre do jogo, com muita influência de J-Pop e agradando até mais o ortodoxo dos ouvintes.
Simplicidade que vale a pena
Lovely Planet é daquele tipo de game te conquista de primeira, mas claro, se você der uma chance pro seu visual e clima fora do comum. Apesar da estética ser o grande trunfo, o game também brilha no seu gameplay, que é uma mistura simples e rápida de aprender, porém difícil de se dominar por completo.
Desafio é a palavra chave desse título. E se você curte bater seus próprios recordes, aliado a uma boa jogabilidade e um climão agradável, mas pouco comum ao gênero, é certeza que Lovely Planet irá agradar.
Lovely Planet foi lançado do dia 5 de abril de 2016 para Playstation 4, Xbox One e Wii U, além de estar disponível anteriormente para PC.