Análise Arkade: Quando Tetris vai para a balada em Chime Sharp
Chime sharp é a continuação de Chime de 2009, e podemos resumir essa obra como um encontro entre tetris e música eletrônica, mais propriamente a batida da musica eletrônica, pois Chime Sharp é um puzzle que tem suas fundações em colocar peças juntar e estar atento à batida da música.
MECÂNICA BÁSICA
O game trata-se de um puzzle que consiste em uma ideia muito simples de resumir: Cubra a maior área possível de um espaço formando quadrados de 3×3. Essa é a ideia principal, realmente simples. Entretanto, como aprendemos em várias ocasiões durante a vida, são os problemas simples que oferecem os desafios mais complexos.
O jogo apresenta 16 niveis, cujas maiores variações são nas músicas de fundo, batidas e o formato da área que tem que ser coberta com os quadrados e peças. Mas, para oferecer uma maior variedade, cada nível pode ser jogado em quatro modos diferentes.
No Standard Mode, você tem uma barra de tempo que é pré-definida e a tarefa é de cobrir a maior área possível dentro do tempo limite. No Sharp Mode a barra de tempo sai de cena e entra em jogo um sistema de vida. Além destes, o game conta com outros dois modos: Strike e Challenge. Entretanto, a diferença entre eles não garante uma grande variedade no gameplay.
Gameplay
Falando sobre o gameplay base do game, ele é bem simples. O jogador sempre vai manipular uma peça para tentar encaixá-la em uma área. É possível rotacionar a peça e encaixar em qualquer posição que a caiba, e com isso o objetivo é ir juntando-as de forma que unam em quadrados 3 x 3, e só esses quadrados contam como área coberta. Os quadrados vão sendo removidos da tela com o tempo, ou seja, não basta ir botando as peças de forma aleatória, é necessário ter velocidade e raciocínio rápido pra saber encaixá-las.
CONFUSÃO COLORIDA
Apesar de simples, o game é bastante confuso. Acredito que o primeiro aspecto de confusão que o jogo causa, é que você aperta o start, escolhe uma fase e já está no meio do gameplay, sem introdução ou tutorial. O jogo apresenta uma curva de aprendizado que não é das mais amigáveis, o que não seria um problema tão grande se ele entregasse algo que ajuda o jogador a se adaptar ao game. O game não possui nada que ajude, você se sente perdido no início e isso desestimula a seguir jogando.
Outro aspecto de confusão é o esquema de cores adotado. No início de cada fase a tela está bem limpa e fácil de identificar onde que se pode encaixar cada peça, mas a medida que vai passando o tempo, a tela fica poluída, mas não com as peças que você colocou, mas com a marcação da área já coberta, que é o espaço disponível para encaixar novas peças.
MÚSICA E O SENSO DE RITMO
Um ótimo aspecto do game são as músicas. Apesar de pessoalmente não gostar tanto música eletrônica, o game fez um excelente trabalho em compor músicas, que para a minha surpresa, me agradaram bastante. Eles conseguiram compor músicas que me faziam escolher um determinado estágio apenas para poder escutar a batida dessa determinada fase, independente do formato da arena ou dos blocos, eu estava ali para jogar curtindo a vibe da música.
Um aspecto que não está tão bem trabalhado no game é como a música interfere na jogabilidade. Primeiramente por que, assim como a curva de aprendizado do game, não existe uma indicação clara dessa influência, e em segundo não ficou tão claro o que muda de fato. Basicamente cada música tem uma batida e isso deixa a fase mais acelerada ou não, e uma linha percorre a tela, fazendo com que os blocos sirvam como notas musicais, porém não é tão fácil escutar essa nuance. Como um jogo de ritmo, falta sentir essa conexão entre a música e o gameplay.
DIVERSÃO PORTÁTIL
Quando eu sento para jogar em um console, ou no PC, eu espero passar pelo menos uma hora jogando, ou seja, são sessões longas de gameplay, e não doses homeopáticas ao longo do dia. E Chime Sharp funciona justamente como essas doses homeopáticas.
O jogo, quando você supera a curva de aprendizado, é bem divertido e te mantém preso. Porém ele faz isso nos primeiros 5 ou 10 minutos de jogo. Esse definitivamente não é um game para ficar horas jogando e a falta de um modo multiplayer contribui para isso também. E é por esse perfil de game que acredito que Chime Sharp tenha saído para a plataforma errada, sim, esse é um game que se encaixa muito melhor a uma proposta mobile, com pequenas e pontuais sessões de jogatina.
CONCLUSÃO
Chime Sharp pode ser confuso, custando um tempo para dominar as dinâmicas e comandos e ele não faz questão de te ajudar em nada nessa tarefa. Porém ao se superar a curva de aprendizado, se descobre um puzzle divertido de jogar, mesmo que essa diversão não se mantenha durante muito tempo. Talvez eu fosse gostar mais de formar os quadrados escutando essa batida eletrônica na fila de um banco e não no sofá da minha casa.
Chime Sharp já está disponível para PS4, Xbox One e PC (Steam).