Análise Arkade: O competente tiroteio “made in Brasil” de Ballistic Overkill
A Aquiris, que ficou bastante conhecida após o sucesso de Horizon Chase, lançou recentemente, em caráter definitivo, Ballistic Overkill, um FPS competitivo que ficou dois anos em Early Access e agora está disponível em sua forma completa. Fazer um FPS online não é tarefa fácil, mas neste tempo, equipe e comunidade se uniram para fazer um jogo interessante, divertido e que não deve nada para outros games mais populares do gênero.
A mente aberta da equipe responsável, somada a ambições positivas em relação ao universo dos games fez com que Ballistic Overkill não seguisse o caminho do “mais do mesmo”, sendo mais um título que pega carona em sucessos de determinado gênero e oferece gameplay, personagens e estruturas genéricas. O que temos aqui é um jogo construído com bastante capricho, e com um respeito raramente visto com uma comunidade, que participou em peso, com mais de 50 mil pessoas jogando o game durante o Early Access.
Visualmente acessível
A primeira virtude do game está em seu visual. E não digo isso apenas pelos cenários criativos que cercam o jogo, mas sim pela acessibilidade que ele oferece. Jogos online precisam ser convidativos para jogadores de várias categorias possam curtir o jogo sem grandes problemas, mas claro, sem deixar a acessibilidade se transformar em relaxo.
Os cenários estão bem interessantes, com obstáculos, muitos pontos cegos e que exigem dedicação de seus jogadores para conhecer cada ponto deles e se adaptar estrategicamente a cada um. O cenário de um shopping, para ser mais específico, mostra bem a questão do capricho no jogo, com direito a musiquinha de boutique ao entrarmos em uma loja de roupas, um grande hall aberto para trocar tiros, e pequenas lojas que servem como espaços estratégicos para atacar ou se defender.
E tudo isso, roda em praticamente qualquer computador. Testamos Ballistic Overkill em um notebook antigo, com processador Core 2 Duo de 2,26GHZ, 4GB de RAM e uma simples placa de vídeo de 256MB e, mesmo nas configurações mínimas, com cortes de efeitos e visualmente mais pobre, o jogo dá conta do recado e fica convidativo para quem quer conhecer o game mas não dispõe de máquinas potentes.
Tiroteio honesto
Os modos de jogo envolvem um divertido Captura de Pontos, no qual pontos estão espalhados pelo mapa e os dois times precisam conquistar estes espaços constantemente, ganhando que capturar mais vezes os locais, somando pontos no processo; a tradicional Disputa de Times; o divertido Todos contra Todos e o intenso Rei do Pedaço, em que os times se enfrentam para controlar um ponto específico do mapa.
E isso vem acompanhado de um gameplay dinâmico que, ao invés de se espelhar em jogos de FPS online espalhados por aí, preferiu, mesmo utilizando locais fechados como mapas, um gameplay mais focado no multiplayer de Call of Duty, com a experiência no jogo ajudando o jogador a evoluir mais e melhor nas disputas.
E temos, nas disputas, um gameplay bem intenso, dinâmico, mas em nenhum momento, injusto. Jogadores casuais e ininciantes não se sentirão ameaçados pelo jogo, podendo pouco a pouco participar do game, e até conquistar uma vitória aqui e ali, enquanto ganham experiência e vão melhorando suas habilidades. De todos, o meu modo preferido foi a Captura de Pontos, pois exige dos jogadores muita rapidez para controlar os vários pedaços e mantê-los sob controle, funcionando muito bem como um jogo em equipe, com cada jogador, de forma organizada, cumprir seu papel de proteção e ataque, garantindo batalhas bem intensas, e, na minha opinião, um modo muito interessante para introduzir o game ao eSport, se esta for a intenção da Aquiris.
Muito conteúdo a preço justo
Diferente de vários jogos do gênero, que vendem o game (ou disponibilizam gratuitamente), e depois oferecem várias ofertas de compras de itens, capacidades e skills, Ballistic Overkill cobrará do jogador apenas os R$19,90 de seu preço na Steam e recompensará o jogador apenas pelo seu desempenho e tempo gasto no game, oferecendo armas e habilidades que vão sendo oferecidas pouco a pouco, de acordo com a jogatina de cada um.
Temos que citar também o vasto conteúdo que cerca o game, com suas mais de 80 armas, 10 mapas, e sete classes diferentes de soldados, o que faz do game um campo gigantesco de aprendizado e domínio de personagens, mapas e armas. Os fãs casuais não enjoarão tão fácil do jogo pelo seu conteúdo, enquanto os mais dedicados terão muito tempo de jogo para conhecer e se adaptar para cada item que o game oferece.
Jogar Ballistic Overkill nos mostra como que, com muito capricho, boas intenções e principalmente, ouvindo a comunidade envolvida, é possível construir um game simples, mas bem feito e que, acima de tudo, consegue cumprir seu papel principal: divertir. Os games atuais do gênero, em sua maioria, exigem dos jogadores coisas que não são necessariamente importantes em um FPS, enquanto o jogo da Aquiris é honesto a todo momento, no sentido de oferecer apenas o que é necessário para um bom tiroteio online, seja ele de puro lazer, entre amigos, ou competitivo.
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