Análise Arkade – A complexa jornada de Thea: The Awakening
Thea: The Awakening é o mais novo jogo da MuHa Games, antes conhecida por alguns jogos menores em flash. O game de estratégia é o primeiro desenvolvido para desktop, estreando com muita qualidade (no time incluem desenvolvedores de games famosos como The Witcher 3 e GRID 2).
Entre Deuses e Humanos (ou o que resta deles)
A história se passa na terra de Thea, em uma época onde a escuridão predomina a centenas de anos. Já não existem mais heróis, nem grandes guerreiros, e os poucos sobreviventes devem fazer de tudo para lutar e continuar a sua saga em busca de salvação e de um lugar seguro para se viver.
E aí que seu papel entra: No início do jogo você deve escolher seu personagem, nada menos que um Deus neste mundo sem salvação, o último fio de esperança para o que resta da humanidade.
Entre inicialmente dois deuses que podem ser escolhidos (e os demais desbloqueados com o andamento do game), cada um possui aparência, simbolismos e habilidades únicas que dão vantagens e auxiliam a sua pequena tribo a sobreviver.
Iniciando a jornada
Uma vez escolhido sua entidade (curiosidade: A Deusa da morte e do renascimento chama-se Morena! Estranho, não?), inicia-se o Tutorial, onde os recursos de sobrevivência começam a aparecer (e já a lhe preocupar): Comida e combustível (ex: madeira). Assim como as equipes exploradoras, personagens selecionados para desbravar o cenário em busca de novos recursos e territórios. Tudo isso com ações limitadas por turnos, que também marcam a passagem de tempo. Sim, é complicado, esse game é bem complicado.
Gráficos e sons
Ok, uma pequena pausa na quantidade de menus que apareceram para eu administrar, e vamos falar um pouco dos gráficos e dos efeitos sonoros do game. Os gráficos parecem um pouco datados, visto que estamos em 2015 e muitas ferramentas gráficas são opensource e de fácil acesso (o que não quer dizer que seja fácil modelar, gerar e até mesmo pagar por gráficos triple-a), mas estes gráficos parecem com games de estratégia do início dos anos 2000, como Gorky 17 e Commandos. Já as vozes e sons do game são muito bem feitos e executados de forma simples, mas muito bem pensadas. Além das músicas que ajudam a ambientar o jogador no mundo inóspito de Thea.
Sobrevivendo
Como eu estava falando, existem MUITOS menus neste game. É difícil pegar o jeito com eles, pois o ‘tutorial’ exemplificado no game mostra muito pouco das dinâmicas necessárias para prosseguir, o que pode desencorajar alguns jogadores que não estejam com muita vontade de explorar os diversos recursos do game (ou que já estejam desmotivados com os gráficos).
Criando uma expedição é uma forma de buscar novos recursos e prosseguir no game, sempre com o foco na sobrevivência. Para isso, deverão ser escolhidos vários membros de seu vilarejo (cada um como sua especialidade: Guerreiro, médico, etc) e diversos acessórios (como comida) que sairão em um mapa modular e hexagonal que lembra um estilo de jogo de tabuleiro (inclusive com um número limitado de casas a andar).
Os sobreviventes que ficam na base devem buscar por materiais, gerar diferentes itens, buscar comida e manter o sustento da comunidade em que vivem. Tudo isso com mais menus e um sistema simples de criação de itens, combinando matérias-primas para exportar diferentes itens mais complexos e necessários para a sociedade se desenvolver (nesse instante reparei que, pelo menos em meu notebook de 15 polegadas, a fonte está bem pequena, e eu vejo com dificuldade, mesmo de óculos).
Combates & Cartas
Durante as expedições, você encontrará inimigos que estarão defendendo o território explorado, e você deverá derrotá-los de uma forma um pouco incomum: Em batalhas com cartas.
Escolhendo os personagens que estão na sua expedição para lutar, você inicia uma fase de seleção de cartas que irão atacar e defender, e em turnos comparam status (a lá super trunfo) e quem tiver um status maior vence, diminuindo os pontos de vida do adversário até chegarem a zero. É simples, mas não empolga muito. Se apresentasse um desafio mais complexo ou estratégico, iria empolgar mais no gameplay destas batalhas.
Prosseguindo
E o jogo se desenvolve em um ritmo reduzido e repetitivo, com diferentes tecnologias que poderão ser estudadas para evoluir sua pequena cidade, criar novos armamentos para sair em busca de novos materiais, diferentes personagens para desenvolver e criar expedições melhores e mais fortes para conquistar o território completo e derrotar as forças do mal que o ocupam. Algumas escolhas em formato de diálogo são feitas, e impactam diretamente no futuro de sua sociedade, então é necessária cautela na suas decisões.
Concluindo
Thea: The Awakening é um jogo para gamers pacientes e que gostam de explorar diferentes territórios, descobrir inimigos e que gostam de administrar (muitos) recursos de suas cidades. Com visual um tanto datado, o game destaca-se pelos recursos sonoros, assim como as mecânicas muito complexas e detalhadas de desenvolvimento e de equipamentos.
Thea: The Awakening pode ser encontrado na Steam, neste link.