Análise Arkade: Copycat, uma breve e emocionante aventura na pele de um gatinho
Já imaginou entrar na pele de um gatinho e precisar lidar com questões existenciais sobre a sua própria vida enquanto assiste situações adversas dos humanos ao seu redor? Essa é mais ou menos a premissa de Copycat, um jogo narrativo desenvolvido pela Spoonful Of Wonder e um dos primeiros trabalhos como publisher de jogos da Nuuvem, popular loja de games digitais (e parceira da Arkade).
O game nos coloca na pele de um gatinho recém adotado por uma senhora com problemas de saúde. Aos poucos, vamos entendendo mais sobre a história por trás dessa senhora, seus problemas e questões de relacionamento, enquanto o próprio gatinho precisa também se adaptar ao novo ambiente enquanto lida com todos os defeitos dos seres humanos.
Todo o processo de adaptação
Na pele do bichano (que é personalizado por nós mesmos), começamos a jornada com opções de interação com nossa tutora bem voltadas à rebeldia e agressão. Aos poucos, conforme a narrativa vai se desenrolando, vemos essas opções irem mudando, enquanto o gato vai se habituando ao seu novo lar e à sua nova dona.
A rebeldia tende a dar lugar ao afeto, mas nada aqui é forçado ou caricato. Tudo na jogabilidade de Copycat é imersivo, pensado para que o jogador possa se sentir na pele de um gato. Mas a imersão aqui é mais “pé no chão” e emocional, diferente da pegada mais fantástica do “jogo do gato” Stray. Natural, uma vez que aqui assumimos o papel de um gato doméstico comum, em um mundo como o nosso.
A jogatina não dura mais que três horas, mas são três horas repletas de emoções fortes, principalmente pelas escolhas narrativas que fogem do óbvio em algumas situações. Além disso, Copycat também nos coloca dentro da cabeça do nosso gatinho tanto através de reflexões rápidas vistas por texto como por situações surreais nas quais vislumbramos seus sonhos.
A emocionante narrativa de Copycat
Embora o enredo de Copycat seja relativamente simples, a forma como a história é contada é bem cativante. O jogo usa artifícios como textos inseridos espacialmente no ambiente para passar ao jogador percepções e pensamentos do gato durante suas aventuras. Esse recurso é incrivelmente bem utilizado, tanto em momentos cômicos quanto em situações emocionantes.
Junto dos textos, temos também os diálogos entre os humanos presentes na história, que são basicamente a idosa tutora do gatinho e sua filha. Por fim, temos o chamado “biólogo” que começa sendo o narrador de um documentário sobre felinos que passa constantemente na TV e que passa a ser uma espécie de consciência do próprio gato, servindo de narrador em algumas situações.
Sem dar spoilers da história, Copycat leva nosso gatinho protagonista a uma jornada de autoconhecimento e redenção interessante. Adotado para substituir o antigo gato da senhora idosa, o enredo nos faz refletir bastante sobre como humanos tratam animais domésticos como objetos e/ou brinquedos, além também de mostrar a devoção que esses bichinhos podem ter conosco.
No fim a história contada no decorrer do jogo não é realmente profunda, mas consegue tocar qualquer um que já teve algum bichinho de estimação na vida, principalmente os bichanos, óbvio. Mesmo que a jogabilidade seja simples, a história é singela e carismática o suficiente para nos fazer curtir a experiência “em uma sentada”, de uma só vez, muito por conta do nosso envolvimento com a jornada de nosso protagonista felino.
Jogabilidade simples, mas variada
Copycat traz uma dualidade curiosa quando falamos da sua jogabilidade. Isso porque, quando se trata de jogos narrativos, normalmente temos comandos muito básicos e pouca interação — o foco, afinal, é a história. Neste caso, a simplicidade existe no que diz respeito à complexidade dos controles, mas quando vemos a variedade de ações do nosso gatinho, a lista surpreende.
Isso porque, como já dito, podemos fazer coisas que os gatos realmente fazem: subir em móveis, arranhar estofados, brincar com o papel higiênico, roubar comida, revirar o lixo, andar em cima de cercas e muros, escalar árvores, brigar com outros gatos, brincar com nossos brinquedinhos, derrubar objetos, caçar pássaros e insetos, correr de cachorros, se esgueirar sorrateiramente, e por aí vai.
No decorrer da breve campanha, é realmente difícil apontar um momento que pareça enrolado ou monótono. Com a narrativa se descortinando durante um mês inteiro, cada período de tempo pelo qual passamos nos brinda com mecânicas novas para lidar, todas bem instintivas e simples, mas sempre baseadas em ações reais de um gato doméstico.
Talvez o único pecado do jogo seja alguma falta de polimento no contato do bichano com algumas superfícies. Por duas vezes meu gato não interagiu como deveria ao subir em móveis da casa, além de ter problemas para saltar em determinadas situações. Nada que tenha atrapalhado o jogo como um todo, mas quebra um pouquinho a imersão quando acontece.
Copycat é lúdico e emocionante
Copycat é sem dúvida o “cozy game” perfeito para amantes de gatos. Com uma jogabilidade variada em sua simplicidade, ele é capaz de emocionar o jogador ao retratar situações com as quais qualquer dono de pet vai poder se identificar.
Se a ideia de ser um gato de forma mais autêntica lhe agrada, longe da fantasia futurista de Stray ou da maluquice nonsense de um Goat Simulator da vida, Copycat tem tudo para lhe agradar. E, mesmo lúdico, o game ainda emociona, e carrega uma bela mensagem sobre a responsabilidade necessária ao adotar um bichinho.
Copycat chega hoje, 19 de setembro, para PC. Posteriormente, ele também deve chegar aos consoles. O jogo possui textos totalmente traduzidos para português brasileiro.
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