Análise Arkade: Dad’s Coming é um multiplayer divertido e desafiador, feito por brasileiros

21 de janeiro de 2025
Análise Arkade: Dad's Coming é um multiplayer divertido e desafiador, feito por brasileiros

Para os amantes de games no estilo de Overcooked e Moving Out!, a partir de hoje, 21 de janeiro, há um novo jogo — brasileiro — que segue a mesma premissa caótica de gameplay cooperativo dos dois famosinhos citados acima. Este é Dad’s Coming, um jogo multiplayer cooperativo que coloca você e mais um jogador no papel de dois irmãos que precisam organizar a casa antes do seu pai chegar.

O game independente brasileiro foi desenvolvido pela Cold Lahmen e conta com diversas fases diferentes e desafios variáveis que, no melhor “estilo Overcooked de abstração da realidade”: ele vai botar você e seu(sua) parceiro(a) nos maiores desafios possíveis para colocar tudo em seu devido lugar antes que seu pai chegue em casa. Claro que isso vai exigir bastante coordenação e trabalho em equipe, e o resultado rapidamente pode se tornar caótico.

Análise Arkade: Dad's Coming é um multiplayer divertido e desafiador, feito por brasileiros

Dois irmãos contra o tempo!

A premissa do jogo já acerta em cheio na nostalgia de basicamente qualquer um que viveu nos anos 1990 e 2000, passando o dia em casa entre irmãos (geralmente com o mais velho tomando conta do mais novo). Então, de repente víamos que já estava chegando a hora do nosso pai ou mãe chegar, e só então nos lembrávamos de que deixamos mil tarefas de casa para serem feitas!

É aí que começava a correria e o caos montado dos jovens correndo pela casa para colocar todas as coisas nos devidos lugares, levar a roupa para a lavanderia, lavar os pratos ou guardar os brinquedos. Normalmente era tudo isso ao mesmo tempo.

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E é justamente nessa energia caótica das crianças fugindo da bronca que Dad’s Coming acerta em cheio. Cada partida começa com uma mensagem de celular do nosso pai, dizendo em quanto tempo chegará em casa. Este será o tempo que teremos na fase para deixar tudo em ordem. É uma premissa simples e ao mesmo tempo genial que, mesmo com todos os apelos para o nosso público brasileiro, se encaixa bem para os gringos também — afinal, já vimos esse tipo de situação recriada em diversos filmes e séries.

Mas não se engane achando que todo o jogo se resume nisso, pois com essa premissa temos vários layouts de casa diferentes, diversos objetos distintos que precisamos colocar nos devidos lugares indicados durante a fase e, claro, alguns complicadores de vida. Entre eles, temos quedas de luz, e nosso querido gatinho, que pode derrubar as coisas que estamos colocando nos devidos lugares e atrapalhar todo o andamento da faxina.

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Fases do tamanho certo para a diversão

Um ponto super positivo em Dad’s Coming é justamente o game não pecar pelo exagero. O fato do layout do jogo ser relativamente simples, com gráficos em pixel art bonitinhos mas não tão detalhados assim poderia ser uma “desculpa” para que o game tivesse infinitas fases procedurais diferentes e conteúdo até sair pelas orelhas. Mas, às vezes, menos é mais.

E nesse caso isso foi muito positivo, pois temos ao todo 24 níveis diferentes divididos em quatro capítulos, um para cada estação do ano. Cada um desses capítulos acrescenta uma nova mecânica à jogatina, incluindo itens quebráveis, elevadores para transportar itens entre andares da casa, o já citado gatinho Jack que atrapalha a arrumação e quedas de luz que obrigam o jogador a parar a arrumação para consertar o problema.

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Tudo isso traz uma variedade de desafios entre as fases que torna a jogatina imprevisível e desafiadora na medida, tornando o jogo uma excelente pedida para jogadores mais casuais, ao mesmo tempo em que agrada bastante os mais obcecados por desafios.

Uma dupla de jogadores bem empenhada conseguiria resolver todo o game em cerca de 30 minutos ou até menos (visto que as fases duram, em média, 2 minutos). Mas o fator replay do jogo é tão despretensioso quanto o conjunto da obra, o que é ótimo!

Alguns ajustes necessários

Tivemos acesso ao jogo antes do lançamento, mas já pudemos identificar alguns probleminhas aqui e ali que podem ser resolvidos em futuros updates. O início da partida é um deles: temos a ceninha da mensagem do nosso pai chegando e na sequência um alarme com outra cena estática das crianças saindo desesperadas para começar a arrumação.

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Nas primeiras vezes que vemos essa sequência é até legal, mas caso você trave em alguma fase, não há a opção de pular essa introdução, o que é chato quando você está no ritmo para tentar refazer tudo e só quer dar retry o mais rápido possível. Essa limitação torna a experiência de repetir a mesma fase várias vezes seguidas um tantinho mais demorada do que precisava ser.

Além disso, alguns controles perderam a precisão vez ou outra durante a nossa jogatina, fazendo o personagem arremessar o objeto para o lado errado ou com a força errada, provocando quebras que fugiam do (des)controle do jogador. Essas imprecisões aqui e ali prejudicam a experiência justamente pelo sensação de injustiça que causam. Mas, como comentei, são questões facilmente resolvíveis por meio de patches e atualizações.

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Uma ótima jogatina de sofá

O saldo final de Dad’s Coming é muito positivo. Um jogo despretensioso que combina mecânicas inteligentes com um ritmo caótico muito divertido. Ainda que o game funcione no single player, recomendo fortemente que você encontre um player 2 para jogar com você. A experiência de jogo foi pensada para a cooperação, e se torna infinitamente melhor — mais caótica e mais divertida.

Aliás, é evidente que o pessoal da Cold Lahmen não poupou esforços para que ele seja jogado em dupla: além de aceitar controles e teclado para jogar, ele ainda funciona com o Steam Remote Play Together, permitindo que você chame um amigo que não possui o jogo para jogar com você.

Por tudo isso — e também pelo fato de ser um game brasileiroDad’s Coming é pra lá de recomendável, e sua brasilidade faz com que a gente tenha ainda mais apreço pelo título.

Dad’s Coming chega hoje, 21 de janeiro, para PCs via Steam. Inclusive ele conta com menus em português e uma demo gratuita disponível na plataforma para você conferir o jogo antes de comprá-lo.

Gilson Peres

Gilson Peres é Psicólogo, Mestre em Comunicação e aqui no Arkade fala principalmente sobre Realidade Virtual, jogos de PC e novas tecnologias desde 2019.

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