Análise Arkade: Danger Zone é um pedacinho de Burnout (com muitas explosões)

3 de junho de 2017

Análise Arkade: Danger Zone é um pedacinho de Burnout (com muitas explosões)

Os criadores de Burnout resolveram voltar ao ramo da destruição automotiva! Em Danger Zone, seu objetivo é causar acidentes insanos e destruir todos os carros que conseguir, confira nossa análise!

Esses caras gostam de explodir coisas

Como grande fã de Burnout, eu estou sempre de olho no que a Three Fields Entertainment anuncia. O estúdio é formado por 11 veteranos da Criterion Games — produtora de Burnout e de alguns Need for Speeds –, incluindo Alex Ward e Fiona Sperry, que são ninguém menos que Diretor Criativo e Produtora Executiva de TODA a série Burnout.

Pois bem, no ano passado eles já mostraram que estavam a fim de voltar a explodir coisas com Dangerous Golf, divertido game onde controlávamos uma bola de golf  invocada e destruíamos tudo o que poderia ser destruído em  imponentes galerias de arte, oficinas, salas de jantar chiquérrimas e cozinhas. Tem review de Dangerous Golf aqui no site, se quiser ler.

Na prática, Dangerous Golf era tipo os Crash Events de Burnout em versão reduzida. E Danger Zone se aproxima ainda mais disso, e é basicamente uma sucessão de Crash Events “controlados” — todos se passam em uma zona de testes — onde seu objetivo é atirar seu carro contra o tráfego, causando o máximo de destruição possível.

Destruindo tudo

Danger Zone é um jogo que vai direto ao ponto: não há carros para escolher, customização, nem nada. Você é apresentado ao traçado da pista em questão, assume o controle do carro default do jogo, e já está pronto para ir. Simplesmente pilote seu carro em direção a um cruzamento (ou a outro veículo), exploda e assista o caos desencadeado pelo acidente.

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Quando atinge um número X de carros destruídos, você pode usar o SmashBreaker para explodir seu carro, causando mais destruição. Como em Burnout, você tem um pouquinho de controle sobre seu carro enquanto ele está no ar, podendo direcioná-lo para algum lugar onde possa destruir mais coisas.

Confira um vídeo de gameplay abaixo:

Ao contrário de Burnout, porém, aqui seu SmashBreaker não enche conforme as coisas são explodidas; você precisa coletar tokens que lhe permitem explodir seu carro mais vezes. Também existem tokens de recompensa, que acrescentam mais grana ao montante total que você acumula em cada fase.

Logo, o game tem basicamente 3 desafios: superar o placar mínimo para ganhar uma medalha (é necessário no mínimo bronze para liberar a próxima fase), conseguir coletar os tokens para explodir mais vezes seu carro (potencializando seu placar) e não “cair” da área de jogo: na maioria das vezes você deve ficar na rua/cruzamento e só, se cair dali, seu carro desaparece e seu objetivo falha.

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Na prática este é um jogo para quem quer ser “o melhor”: as leaderboards já estão bombando, e se quiser chegar ao topo, vai ter que tentar diversas vezes cada fase, pois uma abordagem diferente — e se eu simplesmente parar meu carro no meio do cruzamento ao invés de atirar ele outro veículo? — pode se mostrar explosiva (com o perdão do trocadilho).

Audiovisual

Danger Zone foi produzido com a poderosa Unreal Engine 4, e entrega bons modelos de veículos, muitas explosões de encher os olhos e bons efeitos de iluminação. Apesar disso, faltou algum polimento não no jogo em si, mas em alguns detalhes: os menus são super simplistas, e simplesmente não há música nenhuma no jogo. Claro que sempre podemos deixar uma playlist rodando, mas acho que alguns efeitos e musiquinhas simples deixariam a coisa mais viva, mais carismática. Não precisavam ser músicas licenciadas, mas algo entre música clássica e rock.

Análise Arkade: Danger Zone é um pedacinho de Burnout (com muitas explosões)

Também faltam mais coisas destrutíveis: Dangerous Golf tinha muitos cenários diferentes — galerias de arte, cozinhas, oficinas, postos de gasolina, mansões — e isso resultava em centenas de objetos diferente para destruirmos. Aqui o cenário é basicamente o mesmo sempre (ruas, cruzamentos e viadutos), e consequentemente só o que temos para destruir são… carros. Ok, há caminhões, vans, picapes e tal, mas fica só nisso.

Conclusão

Danger Zone é um jogo sem frescuras, mas também sem muito conteúdo. É divertido, mas o fato de não apresentar muita variedade de objetivos — e cenários, e coisas para destruir — acaba tornando-o repetitivo, ainda que causar destruição e explodir coisas sempre seja legal.

Análise Arkade: Danger Zone é um pedacinho de Burnout (com muitas explosões)

Acho bacana o esforço da Three Fields Entertainment em manter “o espírito” de Burnout vivo em seus projetos, mas ao mesmo tempo fico com a impressão que eles estão esquecendo que Burnout não era só sobre destruição: ele era um put* jogo de corrida legal, com uma sensação de velocidade incrível, corridas empolgantes e takedowns épicos. Os Crash Events eram apenas uma pequena parcela do que fazia a série tão boa.

Análise Arkade: Danger Zone é um pedacinho de Burnout (com muitas explosões)

Entre os esforços da equipe, ainda acho que Dangerous Golf oferece mais variedade e diversão, e não considero Danger Zone exatamente uma evolução da receita. É legal, mas parece ter sido finalizado meio às pressas e se você não simpatizar com o game, dificilmente vai conseguir passar horas fazendo essencialmente a mesma coisa… a não ser que chegar ao topo das leaderboards seja um objetivo bom o bastante para te manter interessado.

https://youtu.be/-WC2sdU5vlI

Danger Zone foi lançado em 30 de maio, com versões para PC e Playstation 4.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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