Análise Arkade: Danger Zone 2, um pedacinho de Burnout ainda mais explosivo
Um ano após o lançamento do jogo original, o pessoal da Three Fields Entertainment volta a destruir tudo em Danger Zone 2! E eles ouviram o feedback da comunidade, pois o que temos aqui é um jogo que expande em todos os aspectos o escopo do primeiro game!
Contextualizando
Como grande fã de Burnout, eu estou sempre de olho no que a Three Fields Entertainment anuncia. O estúdio é formado por 11 veteranos da Criterion Games — produtora de Burnout e de alguns Need for Speeds –, incluindo Alex Ward e Fiona Sperry, que são ninguém menos que Diretor Criativo e Produtora Executiva de TODA a série Burnout.
Em 2016, eles já mostraram que estavam a fim de voltar a explodir coisas com Dangerous Golf, divertido game onde destruíamos coisas com uma bola de golf tunada. Tem review de Dangerous Golf aqui no site, se quiser ler.
No ano passado, eles expandiram o conceito, lançando Danger Zone, game que basicamente trouxe de volta os famosos Crash Events de Burnout como um jogo solo, focado em situações onde nosso objetivo é basicamente causar o maior acidente possível.
Em minha análise do primeiro game, deixei claro que ele é divertido, mas um tanto limitado: ele se mantinha sempre em um mesmo ambiente — uma pista de testes — e nos colocava para pilotar o mesmo carro de testes em desafios não muito inspirados.
A boa notícia é que Danger Zone 2 aproveita o conceito original, mas expande-o de formas muito criativas e divertidas, o que resulta em…
Novas formas de explodir coisas
Danger Zone 2 ainda é um jogo sobre causar os maiores acidentes possíveis. Porém, ele agora faz isso ao ar livre, bem longe da pista de testes escura e sem graça do primeiro game, e nos leva para estradas e rodovias ensolaradas, onde dezenas de outros veículos serão destruídos sem piedade.
Tipo assim, ó:
As áreas abertas são só um detalhe, mas tornam a experiência muito mais empolgante, pois parece que estamos perpetrando o caos em um lugar real, não em um ambiente controlado e genérico. Até podemos reconhecer a frente do LAX (aeroporto de Los Angeles) e alguns outros pontos de referência que sugerem que o jogo tomou como base lugares reais.
Agora não pilotamos apenas um veículo de testes qualquer; temos acesso a meia dúzia de veículos diferentes: de táxis a carros de Formula 1, indo até caminhões, há muito mais variedade agora, e temos inclusive trajetos mais longos antes da área de acidente em si, o que aproxima ainda mais o jogo de suas raízes na série Burnout.
A dirigibilidade não muda muito, mas há diferenças no “poder de fogo” de cada veículo. Ainda que não possamos escolher livremente entre eles, cada carro possui suas próprias fases, com desafios arquitetados especificamente para eles.
Confira abaixo meu gameplay de uma das fases do caminhão:
Na prática, o jogo mantém-se bastante similar ao primeiro, mas com os novos veículos e pistas, a destruição ganha novas nuances. Ainda devemos basicamente ir até uma “danger zone” e causar o acidente mais insano possível — coletando tokens que nos permitem explodir mais vezes e aumentam nosso score –, mas agora há rampas, abismos, viadutos, e situações que deixam tudo mais interessante.
Uma novidade bem legal é que o “traffic checking” de Burnout Revenge está de volta: batendo na traseira de outros carros, eles se tornam verdadeiros projéteis, que podem acertar outros veículos e aumentar o caos. E o melhor: podemos meio que direcionar para que lado esse “carro projétil” vai, e isso abre novas possibilidades de destruição, pois podemos lançar carros direto na pista contrária, e muito mais.
Outro detalhe bacana é que agora as fases possuem pequenos desafios opcionais que, se cumpridos, aumentam bastante seu score final. Alguns são bem divertidos — tipo “destrua todos os táxis” — outros são meio difíceis de cumprir — tipo “emende 8 boosts em sequência” –, mas como as fases são curtinhas, refazê-las para tentar dar conta de tudo é legal, e ainda agrega fator replay ao jogo.
Verdade seja dita, Danger Zone 2 é um jogo curto. São 4 áreas, cada uma com cerca de 8 fases. Cumprindo todas, habilitamos uma última leva, com 3 desafios que, curiosamente, vão contra o cerne “explosivo” do game. As leaderboards já estão bombando, e se você curte a ideia de competir online em busca do maior placar possível, vai encontrar bastante diversão aqui.
Audiovisual
A já mencionada mudança de ares fez muito bem para o visual de Danger Zone 2: o jogo está muito mais colorido e vibrante, o que, por tabela, deixa-o muito mais bonito. Agora também temos mais coisas para destruir: placas, cones, barreiras, semáforos, postes, e por aí vai. A física do jogo — ainda que ocasionalmente bugada — entrega acidentes cinematográficos, com todas as faíscas e explosões que a situação demanda.
O game segue não tendo música, mantendo o foco no ronco dos motores, nas batidas e explosões — estas sim, soam muito bem. Você sempre pode deixar sua playlist favorita rolando, mas eu realmente acho que o jogo poderia ter sua própria soundtrack.
Uma coisa que não posso deixar de mencionar é que Danger Zone 2 travou mais de uma vez enquanto eu jogava. Do nada a imagem congelava, o som travava e, após alguns segundos, o app era encerrado e me mandava de volta para a home do Playstation 4, com uma notificação de erro. Não sei se isso está rolando nas outras plataformas, mas aconteceu mais do que deveria comigo — joguei no PS4 Pro.
Conclusão
Ainda que mantenha um escopo limitado, Danger Zone 2 consegue evoluir consideravelmente o conceito do game original, trazendo todo um novo universo de possibilidades para a destruição automotiva. A experiência limitada tem uma vantagem: o que se propõe a fazer, Danger Zone 2 faz muito bem.
Se você curtia os Crash Events de Burnout e curtiu o primeiro Danger Zone, pode vir sem medo. A fórmula segue a mesma, mas foi aprimorada, e ainda que o jogo se resuma a fases curtas e leaderboards, oferece acidentes espetaculares e muitas explosões!
https://youtu.be/ihhsm1xDx80
Danger Zone 2 foi lançado em 13 de julho, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One. O game está todo em inglês.