Análise Arkade: indie brasileiro Dark Old Sun II: Unspace adiciona Roguelike e expande ainda mais seu universo

5 de setembro de 2024
Análise Arkade: indie brasileiro Dark Old Sun II: Unspace adiciona Roguelike e expande ainda mais seu universo

Os brasileiros da SN! Somos Nerds lançou uma sequência para seu divertido game de navinha Dark Old Sun, expandindo tudo o que o game original tinha e até mesmo adicionando elementos de outros estilos na fórmula! Venha então conferir nossa análise completa de Dark Old Sun II: Unspace!

Explorando um cosmo fraturado

Análise Arkade: indie brasileiro Dark Old Sun II: Unspace adiciona Roguelike e expande ainda mais seu universo

Dark Old Sun II: Unspace se inicia no exato momento da cena final do primeiro Dark Old Sun, em que **PEQUENOS SPOILERS ADIANTE** o protagonista do primeiro game destrói o Dark Old Sun, o sol negro que surgiu próximo ao planeta Terra e tornou-se sua principal fonte de energia.

Nós controlamos GRID, um homem misterioso que estava no mesmo local e no exato momento em que o sol foi destruído, sendo pego na explosão que tomou conta do lugar.

Para ele, meros momentos passaram, mas quando ele finalmente acorda, descobre que esteve 20 anos à deriva no espaço. Ele é acordado pela inteligência artificial de sua nave, chamada Sehra, que o explica o que aconteceu. Com a explosão do Dark Old Sun, o espaço ao redor do Planeta Terra ficou distorcido, tornando-se um local de quase impossível navegação e orientação, chamado Unspace.

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No Unspace, tempo e espaço não são mais conceitos cimentados na física, com GRID conseguindo encontrar naves espaciais de centenas de anos, totalmente intactas, e encontrando diversos elementos estranhos, até mesmo entidades cósmicas. No meio disso tudo, o Planeta Terra está morrendo, agora que perdeu sua preciosa fonte de energia.

Porém, GRID possui a chave para a sobrevivência. Em seus 20 anos desacordado, ele recebeu visões de um planeta semelhante à Terra, que poderia ser habitado. Ele então inicia sua jornada pelo Unspace em busca desse planeta para salvar o que restou de vivo na Terra da completa aniquilação, enquanto explora e entende o que era o Dark Old Sun e as reais consequências de sua destruição.

Navinha + Roquelike + “City Building”

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O primeiro Dark Old Sun foi um Shoot ‘em Up de navinha muito divertido, com um estilo de game em que você pode se mover por toda a tela e mirar livremente, com fases curtas seguidas uma da outra até chegar em um chefão. Dark Old Sun II: Unspace mantém esse estilo, mas somente no gameplay, transformando todo o resto numa interessante mistura de estilos.

No controle de GRID, você está sempre dentro do cockpit de sua nave, explorando o Unspace até encontrar a Yamato, uma estação espacial abandonada que servirá como sua base de operações. E a aventura está centrada nesse lugar. Dentro da Yamato, você pode conversar com NPCs que conhece espaço afora e que acabam se unindo a você, pode construir novos módulos para a estação, desbloqueando buffs permanentes. E, no menu de sua nave, pode escolher partir em jornadas.

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A parte de “City Building” está na Yamato. Uso aspas para me referir a esse estilo pois não estamos expandindo a estação para receber mais pessoas, mas sim construindo módulos de desbloqueio de buffs. E como Dark Old Sun II: Unspace tem um estilo muito mais puxado para o Rogue-like, a Yamato nada mais é que o menu de desbloqueio de melhorias permanentes.

E a parte propriamente dita do Rogue-like está nas jornadas. A partir do menu de seu cockpit, você escolhe uma região do Unspace para explorar, com cada região dividida em 3 setores. E ao escolher um setor, você viaja até ela e dá de cara com o grid de viagem. Dentro de sua nave, uma tela aparece em seu visor frontal mostrando um grid quadriculado, bem ao estilo jogo de tabuleiro, mostrando os locais que você pode visitar nesse setor. Basicamente, clique no quadrado na tela que você quer ir, aperte espaço e a nave vai automaticamente até lá, revelando mais quadrados ocultos conforme você se aproxima deles.

Quadrados brancos estão livres, já os azuis, amarelos e vermelhos possuem inimigos para você enfrentar. E o nível de dificuldade dos confrontos é determinado pela ordem das cores mencionadas anteriormente. Ao cair num quadrado colorido, você entra automaticamente em combate, com a tela mudando para o tradicional Shmup que estamos acostumados. Destrua todos os inimigos e a batalha termina.

Ao final de cada batalha, você pode escolher um perk para sua nave, que fica ativado até o fim da run atual, ou até você ser destruído, o que reseta seu progresso para a região atual. Entre os perks estão armas novas, armaduras para sua nave, armas de suporte que agem de forma automática, evolução dos seus equipamentos atuais, habilidades passivas para seus equipamentos, e etc.

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Além disso, ao destruir inimigos você ganha cristais sombrios, usados para comprar itens quando você encontrar algum mercador no mapa, e pedaços de metal, usado para fazer upgrade em seus equipamentos atuais. Assim, você explora cada mapa, quadrado a quadrado, até encontrar a localização do chefão atual e derrotá-lo. Ao final disso, você é recompensado com cristais dourados, usados para comprar upgrades para a Yamato.

Em comparação com o primeiro Dark Old Sun, sua sequência é bem mais complexa, as vezes deixando os trechos de navinha como algo secundário. Mas o conjunto total é bastante robusto e bem feito. Minha única reclamação é na repetitividade dos trechos de ação. É claro que sei que em games de navinha repetição não é somente algo comum, é a regra, mas em Dark Old Sun II, pelo menos nas áreas iniciais da primeira região, passamos muitas vezes pelas exatas mesmas batalhas, com os mesmos padrões de navinha, várias vezes, o que pode cansar jogadores que não derem uma chance ao game a longo prazo.

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Mas nos setores finais da região 1 e principalmente da região 2 em diante, as coisas são bem variadas, caóticas e progressivamente mais difíceis, e foi aí que a ação verdadeiramente brilhou para mim. De certa forma, o game aparenta esperar você entender bem os controles, o funcionamento do mapa em grid e em como gerenciar a Yamato antes de te jogar na verdadeira ação, o que é algo legal, mas em minha opinião levou um pouquinho a mais de tempo do que deveria. Mas o resultado final, assim como com o game original, foi bem satisfatório!

Audiovisual

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O primeiro Dark Old Sun era um game totalmente 2D, com suas navinhas e cenários desenhados a mão. Já Dark Old Sun II: Unspace possui visual inteiramente 3D. O game mantém-se o mesmo, mas agora as navinhas, tiros e cenários são criados com modelos 3D. Na prática, não muda nada, e o game possui uma qualidade visual boa, apesar de bem simples.

Quando se explora a Yamato, percebemos que o game possui modelos e texturas bem simplificados. Nas partes de gameplay, essas coisas acabam passando despercebidas, pois estamos inteiramente focados em atirar e escapar de tiros. E quando você avança mais na história, acaba encontrando grupos de inimigos e chefões que transformam tudo num verdadeiro Bullet Hell. Ou, se você escolher suas armas e upgrades certos, você é quem vai causar o Bullet Hell, mas para os inimigos na tela.

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Algo um pouco controverso, mas de certa forma justificável do game é o uso de inteligência artificial para criação de imagens. Os visuais dos personagens em caixas de diálogo e as telinhas de imagens estáticas que aparecem durante cutscenes ou ao interagir com a oficina ou mercadores durante a exploração do espaço são todas geradas por IA. As imagens são verdadeiramente belas, mas dá pra saber que todas elas são geradas por IA ao se observar bem os detalhes.

Normalmente, isso seria um problema, afinal a indústria de games continua seu colapso interno, com centenas de milhares de demissões enquanto grandes estúdios colocam mais e mais dinheiro no uso de IA, substituindo profissionais humanos. No caso de Dark Old Sun II: Unspace até podemos dar uma colher de chá, pois o estúdio que o criou o game, a SN! Somos Nerds, é um pequeno estúdio independente brasileiro.

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Na trilha sonora o game manda muito bem, possuindo uma grande variedade de músicas eletrônicas, que você pode inclusive escutar livremente. No cockpit de sua nave, basta olhar o painel da esquerda para ver a lista de reprodução de músicas e escutar o que você quiser. E as músicas permanecem tanto dentro quanto fora do gameplay! O game possui músicas muito boas, que casam perfeitamente com sua “vibe”, que mistura viagens espaciais com um estilo visual de anime.

Já os efeitos sonoros mantém-se simples, muitas vezes quase imperceptíveis durante o gameplay. Os sons de tiro de sua nave, pela grande parte do tempo, é um simples “pew pew” laser bem baixinho. O som mais perceptível é o de nado sofrido da nave, que é mais alto que todos os outros sons e deixa você saber exatamente quando é atingido por tiros inimigos. No mais, explosões e outros sons são “tímidos” em comparação.

Conclusão

Análise Arkade: indie brasileiro Dark Old Sun II: Unspace adiciona Roguelike e expande ainda mais seu universo

Dark Old Sun II: Unspace é, assim como seu antecessor, um divertido game de navinha. Porém, diferente do primeiro game, agora a aventura é mais solidificada em contar sua história, implementando vários sistemas de upgrades e ativididades fora dos tiroteios, para então levá-lo à ação de fato. Não falta ação aqui, que isso fique claro, mas o foco é dividido entre seus vários recursos e mecânicas de Rogue-like.

A adição de elementos de Rogue-like, com mapas gerados aleatoriamente, é algo que achei muito interessante e divertido. O jogador pode, se quiser, tentar evitar batalhas e buscar o caminho mais curto até o final de um setor, as custas de não adquirir recursos importantes para comprar melhorias mais tarde, e também ao acabar fugindo do elemento principal de um game de navinha, que são as batalhas de navinha.

Se você não jogou o primeiro Dark Old Sun, não precisa se preocupar. Dark Old Sun II: Unspace possui uma biblioteca com todas as cutscenes do primeiro game, contando toda a sua história desde o começo, para que você chegue nessa nova aventura com Grid e Sehra sem sentir perdido no Unspace, ou pelo menos não tão perdido quanto os protagonistas.

No final, Dark Old Sun II: Unspace é mais um game divertido e envolvente da SN! Somos Nerds, expandindo a níveis cósmicos o “universo” do game anterior e adicionando diversos elementos de outros estilos de games nessa mistura bem feita. Porém, lembrando que as vezes o game sofre bastante com repetitividade, o que chega a ser de certa forma irônico, visto que em um game de navinha a repetição é parte da experiência.

Dark Old Sun II: Unspace foi lançado no dia 18 de julho para PCs via Steam.

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Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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