Análise Arkade – Daymare: 1994 Sandcastle é uma bem-vinda opção para o survival horror moderno
Quando Resident Evil e Resident Evil 2 explodiram em sucesso e popularidade, lá nos anos 90, o fenômeno natural de “clonagem” trouxe jogos dos mais variados tipos. E a dose se repetiu, após o sucesso dos remakes dos mesmos Resident Evil, trazendo novos jogos que buscam trazer novas ideias para a mesma fórmula.
Entre eles, Daymare: 1994 Sandcastle, lançado em 30 de agosto deste ano, que mergulha os jogadores em uma experiência de ação e horror de sobrevivência com uma perspectiva em terceira pessoa e uma narrativa envolvente. O jogo, desenvolvido pela Invader Studios e publicado pela Leonardo Interactive, a mesma editora de títulos como Martha is Dead, Hell Architect e Shattered Heaven, é uma prequela do elogiado Daymare: 1998, lançado em 2019.
Assim como nas aventuras dos primeiros Resident Evil, o jogo te leva de volta para os anos 90, mas desta vez com armas dignas de um Dead Space, e com criaturas que são muito mais avançadas do que zumbis. Digamos que, apesar da base de Resident Evil, muito de Dead Space também serviu de inspiração no game, fazendo como que uma Jill da vida pudesse ter acesso ao arsenal de Isaac, explorando laboratórios obscuros como se fosse uma tal de USG Ishimura.
No game, somos apresentados a Dalila Reyes, uma fuzileira naval com experiência em engenharia eletrônica, telecomunicações, TI, combate tático e combate corpo a corpo. Ela desenvolveu um dispositivo que a ajuda a gerenciar recursos, monitorar sua saúde e organizar documentos de inteligência (lembrando que no PS5, a saúde dela é exibida em cores no controle). Além disso, o dispositivo possui um escâner que revela pistas e informações ocultas nos cenários.
Daymare: 1994 Sandcastle segue o estilo de survival horror dos clássicos Resident Evil. Os controles são simples e responsivos, permitindo que os jogadores controlem Dalila enquanto enfrentam inimigos. Uma arma especial, o Frost Grip, desempenha um papel importante, tanto na progressão quanto nos combates. Essa arma de gelo pode ser aprimorada nas Upgrade Stations, melhorando sua capacidade de congelamento, alcance e outros recursos.
Arma esta que me lembrou também muito as bugigangas que Batman usa na série Arkham. Foi uma sacada bem legal, para trazer um novo jeito de se jogar um survival horror, sem depender apenas de Berettas, Shotguns ou de Serras ou Lança-Chamas.
Em relação à apresentação visual, o jogo é feito com a Unreal Engine 4 e apresenta gráficos polidos, embora com algumas limitações, mas nenhuma irritante. Durante o jogo, a experiência é bem fluida. A trilha sonora contribui para a ambientação sombria do jogo e inclui a música tema “Loneliness”, cantada por Cristina Scabbia, vocalista da banda Lacuna Coil.
A história envolve uma missão na Área 51 e segredos que envolvem a equipe de Dalila e sua própria família. A trama é rica em reviravoltas intrigantes, e a duração do jogo depende das escolhas e da velocidade do jogador na resolução de quebra-cabeças.
Daymare: 1994 Sandcastle apresenta um visual bem escuro, com a representação de uma base abandonada e quase sem eletricidade. As cutscenes são bem produzidas, com tudo bem simples, mas funcional. Não espere gráficos memoráveis, mas saiba que o visual dá conta do recado. Mas infelizmente, seu combate é um dos pontos fracos, com mecânicas lentas e inimigos ágeis e resistentes. Irrita, toda hora, ser atacado pelos inimigos apenas por se confundir com os controles. Coisa que não acontece em Resident Evil, mesmo em momentos de pressão.
Em contrapartida, os quebra-cabeças são bem executados e se encaixam bem na proposta de survival horror do jogo. Apesar de algumas inconsistências na apresentação, Daymare: 1994 Sandcastle oferece uma experiência sombria e desafiadora para os fãs do gênero. Para os fãs do gênero, vale a pena dar uma boa conferida, que podem se surpreender com um game bem divertido, se o encararem como ele deve ser: um jogo esforçado feito por um estúdio sem os mesmos recursos dos AAA mais famosos.
Daymare: 1994 Sandcastle já está disponível, para consoles PlayStation, consoles Xbox, Nintendo Switch e PC.