Análise Arkade: Days Gone no PC e suas muito bem-vindas melhorias

17 de maio de 2021
Análise Arkade: Days Gone no PC e suas muito bem-vindas melhorias

Complementando a lista de (ex) exclusivos do PlayStation 4 que estão chegando para PC temos ninguém menos que Days Gone. As aventuras distópicas de Deacon St. John se juntam aos ótimos Detroit: Become Human, Death Stranding e Horizon Zero Dawn e estará disponível a partir de amanhã para PC pela Steam e Epic Games.

Como já de praxe nessas versões, o jogo conta com algumas melhorias gráficas bem significativas que melhoram a experiência como um todo. Além disso, todo o conteúdo acrescentado posteriormente ao seu lançamento em 2019 também já está disponível desde o lançamento (como os níveis de dificuldade maiores por exemplo). Para além do óbvio, vamos ver mais detalhadamente o que faz Days Gone ser um bom título para o PC.

Análise Arkade: Days Gone no PC e suas muito bem-vindas melhorias

Mas antes de começarmos nossa análise propriamente dita, vale lembrar que já analisamos a versão para PS4 deste game, na época de seu lançamento.

Um motoqueiro no apocalipse

Para quem não lembra, Days Gone acompanha a história de Deacon St. John, um motoqueiro que se separa de sua esposa durante a eclosão de uma pandemia zumbi. Após uma rápida introdução mostrando como foi sua separação durante o apocalipse, somos levado para dois anos após os acontecimentos, onde Deacon e seu melhor amigo, Boozer, precisam sobreviver nas montanhas.

Como todo bom e velho apocalipse zumbi, os clássicos mortos-vivos dão trabalho, mas não mais que os humanos sobreviventes. Isso porque as montanhas possuem acampamentos com regras próprias, gangues de arruaceiros e fanáticos que abrirão mão da humanidade em prol da sobrevivência. Isso tudo, é claro, além das hordas de zumbis no melhor estilo Guerra Mundial Z.

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Pra quem não jogou o game em 2019 no PlayStation 4, não vou entrar em mais detalhes para não dar spoilers. Porém a narrativa do jogo é bem peculiar, uma vez que segue vários enredos paralelos que são completados simultaneamente no decorrer da jogatina, conforme Deacon conhece novos NPCs e recebe tarefas deles. Isso dá um ar maior de liberdade para a história, mas também a deixa um pouco perdida no gameplay, com o jogador podendo perder um pouco o fio da meada do que precisa ser feito em seguida.

A partir de determinado ponto de jogo, a narrativa deslancha e tudo começa a fazer um pouco mais de sentido. Entretanto, ela demora bastante pra engatar e isso pode acabar desanimando alguns jogadores que esperam uma narrativa mais linear como a vista, por exemplo, em The Last of Us. Por isso, desfrutar dos melhores momentos de Days Gone requer paciência: a sensação aqui é de acompanhar uma série com algumas temporadas, cheia de tramas secundárias e flutuação de personagens.

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Dois anos depois do PlayStation 4

Em 2019, quando Days Gone foi lançado para o PS4, sua recepção não foi das mais calorosas se comparada a outros exclusivos do console. Com alguns reviews muito positivos e outros muito negativos, até hoje o game divide opiniões entre os jogadores. Uns o consideram como um dos melhores jogos de zumbi já feito, enquanto outros acham o título muito genérico para sequer entrar em um ranking desse tipo.

Entre um extremo e outro, temos um jogo bem competente, mesmo que não perfeito. E recebê-lo no PC dois anos após a total exclusividade com o console da Sony pode dar vazão para um novo público apreciar o título. Days Gone possui vários acertos, como seu mundo aberto fotorrealista, zumbis bem ativos que podem dar uma canseira no jogador e o pacote básico que faz jogos de mundo aberto em geral serem apreciados: localidades interessantes, toneladas de missões secundárias e um sistema de crafting competente.

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Dois anos após seu lançamento inicial, Days Gone chega ao PC em ótima forma. E o primeiro impacto que temos é com o seu visual. No Playstation 4 seus gráficos já eram bem competentes, mas no PC com resoluções de até 4K, 60 frames por segundo e possibilidade de Ultra Widescreen, o jogo brilha muito mais. Seu fotorrealismo consegue se tornar ainda mais impressionante, deixando até o modo fotografia ainda mais divertido de se mexer.

Para além da melhoria visual

Outra melhoria observada que particularmente achei bem significativa foi a melhora da precisão dos controles do jogo. No PC, seja no teclado ou com um controle, parece muito mais fácil controlar a moto de Deacon ou sua mira com armas. E isso não se deve somente a alguma melhoria da resposta do jogo aos comandos, mas também ao seu desempenho como um todo.

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O jogo foi testado na mesma máquina na qual analisamos, meses atrás, a versão de PC de Horizon Zero Dawn. E ao contrário da aventura de Alloy, Days Gone apresenta uma otimização exemplar. Mesmo em momentos de grande exigência de processamento, como ao se deparar com uma horda de frenéticos, o jogo praticamente não gargala e mantém os frames entre 55 e 60 quadros por segundo mesmo na resolução ultra.

Toda essa fluidez permite um controle da ação muito gratificante, tornando a experiência de jogar Days Gone ainda melhor do que já era. Assim, para além dos aspectos estéticos estonteantes do jogo, ter uma jogabilidade com maior fluidez deixa a aventura como um todo ainda mais interessante. Junte a isso carregamentos consideravelmente rápidos (até sem SSD) e temos em mãos um excelente port de um (ex) exclusivo do PS4.

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Personalização é tudo

Claro que não só de “PCs Master Race” vivem os jogadores de PC. Pensando nisso, o pessoal da Bend Studios foi na direção oposta da Kojima Productions com seu Death Stranding, e pensou em abranger a maior quantidade de configurações de PC possíveis para Days Gone. Isso porque ao configurar os gráficos, processamentos e resoluções do jogo, você tem uma abrangência considerável.

Elementos como a taxa de frames completamente desbloqueada e o modo Ultra widescreen são excelentes, porém muito focados em PCs de configuração mais robusta. Ao mesmo tempo, as configurações mais baixas permitem remover alguns efeitos de luz e sombra mais pesados, assim como regular a distância na qual os elementos do mapa serão carregados.

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O jogo faz um ótimo uso de iluminação volumétrica

O resultado disso são configurações mínimas que pedem processadores relativamente leves como o Intel Core [email protected] ou o AMD FX [email protected], os 8Gb de memória de praxe para jogos desse porte e até uma placa de vídeo mais simples, como a GeForce GTX 780 (de 3 GB!). Talvez o único elemento que não dá para ser “aliviado” nas configurações mínimas de jogo é o espaço que este ocupa: nada menos que 70Gb do seu HD.

Entretanto, mesmo ocupando bastante espaço, é realmente digno de palmas que um jogo grande e otimizado como este consiga abranger um público maior. Claro que configurações mais baixas sofrerão mais para rodar o jogo e talvez não aguentem manter 60 quadros por segundo. Mesmo assim, ainda é surpreendente ver o jogo sendo funcional em máquinas de configurações tão distintas.

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Um bom motivo para matar zumbis mais uma vez

Seja pelas suas melhorias ou pelas qualidades que já carrega desde seu lançamento, Days Gone é um título muito relevante para o PC. Seja na Steam ou na Epic Games, muitos são os famigerados “jogos de zumbi” aos quais temos acesso. Entretanto, praticamente nenhum deles possui algum tipo de semelhança muito gritante com o título da Bend Studios.

Dito isso, se você é um amante de jogos de zumbi em geral ou gosta de games de sobrevivência, Days Gone pode ser uma ótima pedida. Sua versão para PC consegue estar melhor do que a versão de PS4 de 2019 e, além disso, no ecossistema do PC um jogo como esses pode agregar uma boa variedade à sua coleção e, quem sabe, enfim tornar-se o sucesso de vendas que a Sony esperava.

Days Gone foi lançado originalmente em abril de 2019 para PlayStation 4 e chega amanhã, dia 18 de maio de 2021 aos PCs através da Steam e da Epic Games. Este review foi feito com base na versão Steam do game, que recebemos antecipadamente para fins de análise.

Para esta análise, rodamos o game em um notebook gamer com processador i5-9300, 24GB de memória, placa de vídeo GTX 1650 de 4GB e SSD de 128 GB.

Gilson Peres

Gilson Peres é Psicólogo, Mestre em Comunicação e aqui no Arkade fala principalmente sobre Realidade Virtual, jogos de PC e novas tecnologias desde 2019.

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