Análise Arkade: revisitando o apocalipse (remasterizado) em Dead Rising Triple Pack

17 de setembro de 2016

Análise Arkade: revisitando o apocalipse (remasterizado) em Dead Rising Triple Pack

Dead Rising completou 10 anos! Para celebrar, a Capcom relançou os 3 primeiros jogos da série, remasterizados, nos consoles da nova geração! Bora revisitar o apocalipse zumbi mais maluco do mundo dos games?

3 em 1

Dead Rising é uma das minhas franquias favoritas que surgiu na geração passada. O primeiro jogo — que foi exclusivo do Xbox 360 por um tempo — me traumatizou no começo, mas depois que você usa alguns “macetes” (leia-se grindar XP rejogando o comecinho do jogo várias vezes e salvando o status do personagem), o jogo se torna muito legal.

Análise Arkade: revisitando o apocalipse (remasterizado) em Dead Rising Triple Pack

Ainda que a franquia se apoie em algo que eu não seja muito fã — o implacável limite de tempo que rege as campahas — ele oferece uma experiência incrivelmente variada que mistura sobrevivência, hack ‘n slash, crafting… tudo em um universo pós-apocalíptico que conta histórias “sérias”, mas está o tempo todo flertando com o nonsense, pois é cheio de situações absurdas, referências para fã de zumbis nenhum botar defeito e, claro, a sempre atrativa possibilidade de usar praticamente qualquer coisa como arma: brinquedos, bolsas, cabides, guarda-chuvas, lixeiras, fogos de artifício e muito mais.

Agora, a Capcom relança 3 clássicos da série para a nova geração! Você pode adquirir um pacotão com os 3 jogos, ou comprar cada um separadamente. Cada jogo já traz os principais DLCs que foram lançados para ele (basicamente trajes e outras bijuterias).

Dead Rising 1

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O game que iniciou a série e nos apresentou ao carismático e ambicioso fotojornalista Frank West. Munido de sua inseparável câmera fotográfica, Frank tem 72 horas para sobreviver em um imenso shopping lotado de zumbis, e de quebra salvar muitos sobreviventes, enfrentar psicopatas e buscar a solução do mistério com ar de conspiração que assola a cidade de Willamette.

Dead Rising 2

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Na pseudo-cidade-cassino Fortune City, conhecemos um novo protagonista: Chuck Greene, piloto de motocross que tem uma filha pequena infectada pela praga zumbi. Felizmente, há um remédio que inibe o processo de zumbificação: Zombrex.

Claro que conseguir o medicamento da garotinha em uma cidade cheia de zumbis e psicopatas não será tarefa fácil. Destaca-se o divertido modo de criação de armas inserido aqui, que permite que você combine itens aparentemente aleatórios em armas criativamente letais.

Dead Rising 2: Off the Record

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O público pediu Frank West de volta, e a Capcom atendeu: em um episódio não canônico que é meio que um “e se?” para a série, vemos o fotojornalista — que se tornou meio que uma celebridade após o primeiro game — visitando Fortune City, onde vai participar de um reality show maluco e (claro) se envolver em mais uma conspiração doida com zumbis.

Considerando que um dos maiores “problemas” da série sempre foi o tempo contado — você pode perder missões e eventos importantes se não estiver no lugar certo na hora certa –, este episódio se destaca por possuir um modo sandbox, onde você pode simplesmente tocar o horror pela cidade, cumprindo desafios malucos sem ter que se preocupar com o relógio.

Muitos finais

Uma coisa que eu acho muito legal na série é que ela possui diversas possibilidades de finais: cada jogo possui cerca de 5 finais diferentes — e alguns até envolvem um tempinho extra de pós-jogo –, e há diferentes objetivos que devem (ou não) ser cumpridos para chegar a cada um dos finais. Nem todos os finais são “bons”, mas no geral eles são bem interessantes.

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Se você, por exemplo, perder o helicóptero no primeiro jogo, recebe um final. Se você pegar o helicóptero sem ter concluído todos os “casos” (missões principais que desenvolvem a trama), recebe outro final. Se você for capturado pelas Forças Especiais que invadem o Shopping, recebe outro. No segundo jogo, o simples fato de conseguir (ou não) levar o remédio para sua filha já altera o andamento da trama. São muitas possibilidades… e nem todas são boas.

As versões remasterizadas

Todos os jogos agora rodam em 1080p a 60fps. Então, ainda que a “idade” do primeiro jogo seja bem evidente, é fato que os jogos estão rodando muito melhor do que em suas versões originais. Eu até pensei em colocar um vídeo de gameplay aqui, mas como os vídeos capturados pelo PS4 rodam em 720p a 30fps, as principais melhorias acabariam passando batidas. =P

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Apesar disso, os jogos não receberam melhorias significativas em termos de gameplay. As mecânicas da série Dead Rising sempre foram meio “travadas”, meio confusas, e infelizmente nada foi melhorado em relação a isso. É tipo de gameplay que você precisa se acostumar para realmente curtir o game. Felizmente, a evolução nas mecânicas é visível entre os 3 jogos.

Uma das coisas que incomodava um bocado na geração passada eram os loadings: os mapas são divididos em áreas menores, e ao passar de uma área para outra, sempre rolava um loading longo e pentelho. Na verdade os loadings continuam presentes, mas agora estão super rápidos: a transição de uma área para outra mal dura 5 segundos, causando bem menos incômodo.

Infelizmente, nem tudo foi “otimizado”. Este relançamento é uma boa chance que a Capcom tem de reapresentar a franquia para toda uma geração de novos fãs… mas é nítida a falta de qualquer esforço para localizar os games: os 3 jogos continuam totalmente em inglês.

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Há 10 anos, não tínhamos jogos sequer com legendas em português por aqui, mas isso mudou muito nos últimos tempos, e o próprio Dead Rising 3 chegou dublado e legendado em português por aqui no final de 2013, início da geração atual. Podiam ter pelo menos legendado os games em português brasileiro, né, Capcom?

Conclusão

Este relançamento que comemora os 10 anos de Dead Rising é ótimo para quem curte a franquia e estava a fim de matar a saudade, e sem dúvida também é um aperitivo e tanto para Dead Rising 4, que chega em dezembro, e trará novamente nosso querido Frank West à ação.

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Embora essa remasterização pareça um tanto preguiçosa, ela cumpre o mínimo que se espera de um relançamento: faz o jogo rodar melhor nas novas plataformas. Se, como eu, você também é fã do apocalipse fanfarrão da franquia, fica aí a oportunidade de revisitar Willamette e Fortune City na geração atual.

E que venha Dead Rising 4!

Dead Rising 10th Anniversary Triple Bundle foi lançado no dia 13 de setembro. Você pode adquirir um combo com os 3 games, ou adquirir cada jogo separadamente.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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