Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

4 de março de 2015

Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

Após vários anos com lamentações de fãs com jogos de Dragon Ball, enfim um com potencial para agradar a quem gosta de Goku e companhia. Mas se a ousadia de mexer na história do jogo deu certo ou não, vamos ver juntos agora!

Jogo após jogo de Dragon Ball, o que sempre escuto de amigos e fóruns na Internet é a mesma coisa: “quando vão fazer algo tão bom quanto foi Budokai 3?”. Sim, o jogo de Playstation 2 é referência até hoje na franquia e conta com muitos adeptos e por causa dele o grau de exigência também aumentou, fazendo de jogos seguintes (em especial, os últimos de PS3/X360) serem alvos de reclamações e protestos.

Porém a Namco Bandai chamou a atenção dos fãs ao mexer em algo muito “sagrado” na série: a sua história. Com história inédita e na tentativa de reconquistar os jogadores com elementos queridos dos jogos antigos, Dragon Ball Xenoverse apareceu para mostrar que no mínimo, eles ouviram as reclamações e buscaram melhorar.

Oi, eu sou o Goku. Mas o personagem principal é você!

Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

Sobre a história, algo inédito na série. Embora o começo do jogo (que serve como um tutorial livre, apenas para ir apertando os botões e ver o que dá) te dá o controle de Goku em suas épicas lutas contra Freeza, Cell e Majin Boo, o que temos depois é uma aventura com um personagem totalmente inédito: você.

Após a introdução do jogo, onde sabemos que problemas no tempo causados pelos vilões Towa e Mira, você cria o seu jogador da maneira que achar melhor e com direito a escolher até a raça: humano, saiya-jin, namek, majin-buu ou friza. A escolha é bem limitada, porém agrada e permite criar desde o lutador com cara de mau até o pateta de roupa estranha.

Personagem criado, é hora de encarar as mesmas lutas do anime, porém com a missão de consertá-las, já que as brechas do tempo fizeram com que tudo ficasse fora do normal, ocasionando sempre a destruição dos heróis. Lembra quando Goku segura Raditz e se sacrifica ao receber junto com seu irmão a rajada de Piccolo? Em Xenoverse a história muda e Raditz consegue se libertar, matando os dois heróis. Sua missão então é derrotá-lo para que as coisas fiquem como deveriam estar.

Polêmicas a parte, é interessante ver a vontade de mudança. Eu mesmo, como bom fã de Dragon Ball já estava de saco cheio de todo jogo ter que ir seguindo a “linha do tempo Raditz-Vegeta-Freeza-Cell-Majin-Boo” em um modo história de trilho de trem. Em Xenoverse, temos as mesmas batalhas do anime e até o “trilho do trem”, porém com a sua participação lutando ao lado dos heróis para colocar fim aos malignos planos temporais. E isso é bom, pois ao mesmo tempo que sacrifica o “quero ser o Goku“, dá margem a uma história interessante que te deixa lutar ao lado dele.

E quando quiser “ser o Goku” o jogo permite, em alguns momentos, combates aleatórios ou em missões paralelas.

Um mundo colorido de sempre com boa música

Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

O fã de Dragon Ball nem exige lá tanta qualidade gráfica, e ela não faz questão de ser o melhor aqui. Temos um jogo colorido como o anime sempre foi, de visual “ok” e que cumpre seu papel de imersão ao universo da franquia. Mesmo no Playstation 4 (ou no PC, com recursos ampliados), a ideia que temos é de um título ultrapassado neste quesito, como se tivesse sido lançado há uns quatro anos atrás. Mas como disse, isso não é nada que atrapalhe e nem o foco do jogo, então dá pra repetir o “ok” como comentário da parte visual.

E a trilha sonora segue o mesmo caminho: com a introdução de Chala Head Chala refeita e músicas ambientes e de combate baseadas no jogo, a ambientação Dragon Ball também consegue ser feita com competência nas caixas de som de seu aparelho de jogo. Porém, não esperem nada a mais.

Como um jogo de luta: o melhor dos últimos tempos, mas pior que Budokai

Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

Uma das grandes reclamações com os jogos Dragon Ball eram em relação ao sistema de lutas. Budokai é exemplo, e Xenoverse se inspirou muito nele (e Tenkaichi também), apesar de não copiar totalmente. O sistema de luta está menos cinematográfico se compararmos com os jogos de PS2, porém está mais prático: alavancas controlam o personagem, os botões de ataque são rápidos e os golpes especiais pedem apenas o segurar um ou dois botões traseiros mais um de ação. Não tem como carregar o Ki aqui, ele vai subindo de maneira semelhante aos jogos de luta como Street Fighter.

Eu sei que lá pro meio do jogo você acaba dominando a técnica, porém se todo jogo Dragon Ball oferece a opção desde o início e seu personagem já tem energia (senão não soltaria os famosos raios de cara), não custa ter esses comandos logo no início. E sim, pra muita gente isso pode ser uma heresia. Eu não ligo, mas não custaria nada inserir um método pra encher a energia de cara, né?

Porém vemos que um tempo mais no forno, não faria mal nenhum aqui: temos problemas ao travar a mira em um personagem, onde ela meio que consegue tirar dele e colocar em um outro adversário e o faz desperdiçar golpes e energias. Outro problema está no controle de vôo, é bagunçado e desorganizado, te fazendo perder o inimigo, mesmo quando travado. E sem contar as horas nas quais você se perde todo na câmera e acerta sequências de golpe no vento.

Mas para não ser chato, após algumas horas de jogo você acaba se adaptando aos “problemas” e seu desempenho melhora bastante.

Como RPG: simples e prático

Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

Xenoverse não é um RPG, mas tem elementos de um: desde os tradicionais níveis a serem ampliados até o aprendizado de (muitos) novos golpes, a cidade na qual se passa o jogo vira um “mini-RPG”, com direito a NPCs com informações úteis e loja de itens e roupas que ampliam as capacidades no combate. E é entre estas lojas que estão os locais para ativar as modalidades do jogo: as missões principais, com Trunks, as missões paralelas (que valem a pena serem feitas, afinal elas evoluem), o modo “contra”, e até os mestres, que são os personagens dos jogos que ensinam seus próprios golpes.

E temos muito o que fazer em Xenoverse. Além de corrigir o tempo e completar a história, você ainda tem até o nível 80 para chegar, todos os mestres para conhecer e aprender seus golpes, várias roupas e itens para destravar, completar as missões paralelas e até ouvir o que cada NPC tem a ouvir.

O Online que você faz parte e nem percebe

Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

O modo online do jogo é um capítulo a parte. Não existe um “modo online” aqui, o que temos é uma fusão entre o offline e o online no mesmo cenário. Os mais desavisados podem terminar o modo história conectados e nem se dar conta disso, mesmo com os personagens de outros jogadores estarem na cidade enquanto caminha por ela. Mas para quem gosta de jogar conectado, as opções são muitas: dá pra jogar as missões paralelas com amigos, ao invés de contar com a IA previsível dos seus aliados. Também é possível participar de rankings de desempenho e até conversar com os jogadores através de um simplificado sistema de troca de mensagens pelo próprio controle.

Durante os testes, senti dificuldades ao entrar em algumas partidas e lentidão no jogo ao andar na cidade com os personagens online, mas a Namco Bandai já se pronunciou sobre o assunto e logo estes problemas estarão resolvidos.

Um Dragon Ball interessante, mas espero o 2

Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse é melhor que os atuais, mas não supera os antigos jogos da série.

Para a alegria de muitos (incluindo a minha), as lutas de Dragon Ball GT farão parte do jogo com uma DLC programada para breve. Porém se fosse eu um dos executivos ou desenvolvedores do jogo, daria a seguinte sugestão: de esperar um pouco mais.

Sim, Xenoverse é interessante e busca fazer algo novo dentro do universo Dragon Ball, porém é notório as várias falhas e limitações que o jogo oferece. Por isso, nada melhor do que lapidar o conceito, inserir ideias que por alguma razão não saíram do papel e ouvir os jogadores sobre coisas que não ajudam em nada e não teria tema melhor para um Xenoverse 2 do que o universo de GT. Se bem que de qualquer forma, será interessante conferir esta DLC que conta com poucos jogos sobre sua história.

Dragon Ball Xenoverse já está disponível para PC, Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360 e Xbox One.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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