Análise Arkade: Dragon Ball Xenoverse 2 traz muito mais conteúdo e muitas batalhas insanas!
“Oi, eu sou o Goku!” – Eu não poderia iniciar essa análise sem dizer a mais clássica de todas as frases já ditas na obra de Akira Toriyama, uma obra que não importa quantos anos passem, continua se mantendo atual com relançamento de seus mangás, novos filmes e até mesmo novas sagas para seu anime e novas histórias publicadas em mangá, mais de 20 anos depois de seu encerramento oficial no Japão!
E temos que admitir, Dragon Ball é parte da cultura mundial, e é o próprio mundo que Dragon Ball Xenoverse 2 reúne novamente para encarar poderosos inimigos e proteger as linhas do tempo da série de serem alteradas e destruídas. E que melhor forma de iniciarmos essa análise, do que começando pelo começo? Então vamos lá com a melhor abertura do anime!
Bem-vindo à Patrulha do Tempo!
Dragon Ball Xenoverse 2 continua a história iniciada no primeiro Xenoverse: Você é um novo membro da Patrulha do Tempo, que trabalha para corrigir possíveis alterações que possam surgir nas linhas do tempo da série Dragon Ball. Por exemplo, e se Picollo errasse o seu Makankosappou e Raditz permanecesse vivo, ou quem sabe se Freeza tivesse usado sua forma final desde o início? Esses, e outros tipos de problema se tornam responsabilidade da Patrulha do Tempo, que deve então corrigir esses erros, que podem causar uma catástrofe muito maior se ignorados.
A Patrulha do Tempo agora está muito maior e muito melhor equipada. Comandada pela Kaioshin do Tempo, auxiliada pelo velho tarado Dai Kaioshin, que renunciou o seu cargo, o jogador, ao lado de Trunks e vários outros patrulheiros então entram em diversas missões para corrigir as diversas alterações que estão sendo causadas por Towa e Mira, os inimigos do primeiro game que agora voltaram com novos aliados e muito mais poderosos.
Com isso, o jogador agora participará de inúmeras batalhas para impedir que esse novo mal destrua tudo o que for possível, alterando diversas linhas de tempo e criando uma confusão de proporções colossais. Participando de missões e batalhas de diversos tipos, com muita coisa para se fazer para deixar seus personagens cada vez mais fortes.
Um novo protagonista em meio a suas lendas
Começamos então criando nosso personagem, que assim como o primeiro Xenoverse, possui muitas opções de customização. Iniciando-se pela raça de seu personagem, que pode ser: Terráqueo, Saiyajin, Namekuseijin, Majin ou da raça de Freeza. Cada classe possui elementos, ataques e itens exclusivos, e uma jogabilidade diferente para cada um.
Se você jogou o primeiro Xenoverse, poderá importar seu save para o novo game, e pode inclusive importar o personagem que você criou no game anterior. Porém de uma forma diferente, o seu antigo personagem não é jogável, mas sim uma lenda, pois por seus feitos no primeiro game, ele agora é considerado o grande herói de Conton City, que nada mais é que a Toki Toki City do primeiro game, mas agora muito maior e com muito mais habitantes.
O game agora possui muito mais interação com a combinação de raça e roupas de personagens. Contando com diálogos exclusivos para cada raça com NPCs e até mesmo durante batalhas, bem como certos bônus em determinadas missões, que falaremos mais pra frente.
E com seu personagem criado, agora você é um aspirante a patrulheiro, que deve seguir fazendo missões para ficar cada vez mais forte e subir mais na hierarquia do grupo para poder participar de missões ainda mais perigosas. Além é claro de poder voar! Conton City é uma cidade realmente grande, e inicialmente temos a nossa disposição uma prancha flutuante da Corporação Capsula para nos locomovermos, mas a cidade é grande tanto horizontal como verticalmente, e o jogador precisa avançar na história do game para poder receber sua licença de voo, e poder voar livremente pelos ares da cidade.
A imensa e movimentada Conton City
E é em Conton City onde o jogador passará a maior parte de seu tempo. A cidade se divide agora em diferentes distritos, que são pedaços de vários mundos unidos em um só, que podemos acessar livremente. A cidade possui dezenas de coisas para o jogador fazer. Existem lojas que vendem itens, habilidades, roupas e até mesmo misturam itens e equipamentos, criando novos e melhores itens, além dos vários tipos de missões disponíveis.
As missões são dividas em diversos tipos: As missões principais são acessadas via pergaminhos em certos pontos do mapa. As missões paralelas são acessadas no distrito de recepção da cidade, em guichês próprios para isso. Existem ainda batalhas contra personagens e NPCs que aparecem no mapa de tempos em tempos, assim como eventos de treinamento, como entregas de leite e caça a pedras tartaruga, quem se lembra do treinamento de Goku e Kulilin com o Mestre Kame já terão uma noção de como são esses treinamentos.
Existem ainda dois novos tipos de missão: As Grandes Fendas Temporais e as Missões Especializadas. As fendas são plataformas flutuantes espalhadas pela cidade, e nessas plataformas existem miniaturas de certos lugares que podemos acessar e cumprir novos tipos de missão. As áreas são: A casa do Mr. Satan, onde cumprimos desafios dados pelo próprio e ajudamos o Grande Saiyaman e a Grande Saiyaman 2 em missões pela justiça (jogando como Terráqueo existem bônus nessa área); Temos a Casa do Guru, um pedaço de Namekusei onde entramos em missões para recuperar Esferas do Dragão de Freeza e seus soldados (bônus para Namekuseijins); A Casa de Majin Boo, em que podemos alimentar o Majin Boo gordo, para que ele gere filhos, que podem buscar itens para o jogador (Bônus para Majins); A Corporação Capsula, onde podemos treinar com Vegeta e criar os QQ Bangs, que falaremos mais tarde (Bônus para Saiyajins); E a nave de Freeza, onde podemos participar de missões dadas pelo próprio e subir na hierarquia de seu exército (Bônus para a espécie de Freeza). Os bônus de cada área incluem itens exclusivos, novas missões e premiações melhores.
As Missões Especializadas só aparecem quando jogador já estiver bem avançado na história do game, elas são distorções que aparecem na cidade, em forma de orbes roxos, que possuem batalhas muito difíceis contra bosses muito poderosos e com ataques exclusivos que não podem ser usados em outros modos de jogo. Essas missões são realizadas obrigatoriamente em grupo, contra inimigos comuns, mas muito mais fortes, ou contra os grandes Oozarus, os macacos gigantes Saiyajins. Os ataques exclusivos dessas missões incluem controlar a mente de jogadores, transportar os jogadores para áreas diferentes, obrigando-os a vencer os inimigos que aparecerem para voltar, e uma imensa esfera de energia que os jogadores devem repelir de volta para o inimigo, pois se ela tocar no chão, todo mundo morre.
Temos muitos NPCs para conversar espalhados por toda a cidade, muitos com diálogos hilários e vários que dão itens ao jogador. E se o jogador estiver jogando online, ainda existem todos os jogadores conectados andando pela cidade ao mesmo tempo, literalmente lotando ela e interagindo uns com os outros. E por fim temos os instrutores, personagens da série que aparecem na cidade conforme se completa missões e ensinam seus golpes ao jogador. E treinar com esses personagens é muito bom, pois a recompensa são dezenas de novos golpes para seu personagem!
Gameplay e as intensas batalhas
Na análise que publicamos aqui no site sobre o primeiro Xenoverse, um ponto em especial foi levantado em relação a sua jogabilidade: A inevitável comparação com Budokai 3 e a série Tenkaichi do PS2. E novamente a comparação acaba mesmo que sem querer sendo feita. Até hoje, Budokai 3 era pra mim o melhor game de Dragon Ball já feito, e a série Tenkaichi, que tinha um gameplay totalmente diferente, possuía vantagens e desvantagens em relação a seu antecessor.
Inicialmente, Budokai 3 era um game ao estilo Tekken, no sentido de jogabilidade 2D mas com possibilidade de se mover em 3D de forma limitada. Ele possuía gráficos excelentes para a época, com animações que por anos foi imbatível. Tenkaichi possuía uma jogabilidade totalmente 3D e altamente destrutiva, porém animações de personagens muito fracas. Por anos meu sonho era ter um game de Dragon Ball com as animações de Budokai 3 e a jogabilidade de Tenkaichi. E Xenoverse 2 possui isso, o que me deixou extremamente feliz!
Acredite, a cena acima é uma cutscene 3D!
O gameplay é bastante simples, assim como no primeiro game, com botões de golpes físicos fortes e fracos, um botão para disparar esferas de energia, um botão para pulo/esquiva e a combinação de gatilhos mais botões de ação para usar ataques especiais e Super Ataques. Os ataques especiais e super ataques são equipados no personagem utilizando cápsulas de habilidade. Um personagem pode ter quatro ataques especiais (que incluem combos físicos, disparos de energia, habilidades de defesa, inclusive a habilidade de carregar ki), dois Super Ataques (os ataques mais fortes e devastadores), uma transformação e um ataque exclusivo para defesa/esquiva. Transformações são as habilidades de se transformar em Super Saiyajin e outras, cada raça possui transformações exclusivas, bem como existem transformações livres para todas as raças. As transformações aumentam bastante a velocidade e força dos personagens.
Durante os combates, o jogador deve ficar atento a três barrinhas: Barrinha de vida, que é auto-explicativa, a barrinha de Ki, usada para ativar as transformações e usar ataques especiais e Super Ataques, e a barrinha de Vigor. Essa última barrinha é responsável pela defesa, esquiva (teletransporte) e movimentação rápida. Essa é a barra mais importante durante uma batalha, pois se ela acabar, o personagem se torna incapaz de se defender e voar em velocidade, nem se esquivar, que transporta o personagem para trás do oponente tanto durante as defesas como emendando combos insanos.
É possível equipar quatro itens que podem ser usados durante as batalhas (exceto em batalhas contra outros jogadores online e nas missões especializadas). E ainda existem os já mencionados QQ Bangs. Esses itens são fusões entre peças de roupa com um item de efeito extra. O resultado é um QQ Bang, um item com atributos próprios que substitui os atributos de todas as roupas equipadas. Explicando melhor: Cada peça de roupa do game possui status, como uma camisa que aumenta muito a vida e o ki, mas baixa muito vigor e força de ataque. A combinação de roupas aumenta e diminui os atributos do personagem, porém os QQ Bans ignoram todos esses atributos e fazem valer apenas os desse item. Dessa forma, se sua escolha de roupa deixa seu personagem mais fraco, mas seu QQ Bang aumenta vários atributos, apenas os status do QQ Bang valem no final, o que é algo realmente bem legal de se explorar.
Existem ainda algumas dificuldades que se mantiveram do primeiro game, muitas vezes ao voar em velocidade em direção aos inimigos resulta em passar reto por ele ou errar ataques. E muitas vezes a altitude dos personagens interfere um pouco. Se você estiver um pouco acima ou abaixo do oponente pode acabar não conseguindo acertar ele.
O uso de ataques especiais não possui 100% de garantia de sucesso, mas isso na verdade é algo bom, pois foi pensado no online do game. Afinal, imagine que você entre em uma batalha e seu inimigo emende três ataques especiais sem qualquer chance de você se defender ou esquivar? O game permite que, se o jogador tiver vigor e ki suficientes, que escape até mesmo de ataques especiais no meio de seus combos, e até que possa desviar de grandes disparos de ki, como um Kamehameha depois de receber um combo que já foi destruidor.
Por um lado, isso torna o uso dos ataques especiais mais difícil, e muitas vezes alguns ataques não causarão o dano esperado, pois mesmo a IA do game é inteligente o suficiente para não ficar esperando receber esses ataques. Por outro lado, isso ajuda o próprio jogador a não se tornar saco de pancada ao encarar inimigos mais fortes, isso é, desde que ele tenha poder e habilidade para encarar essas lutas. Nem pense em partir para uma luta complicada com um personagem ainda fraco e sem total controle sobre ele e achar que isso é culpa de desbalanceamento do game!
E é claro, ainda podemos encontrar as sete Esferas do Dragão e fazer um pedido para Shenlong!
Praticamente um MMO no universo de Akira Toriyama
No fim das contas, Dragon Ball Xenoverse 2 é quase como um verdadeiro MMO. Podemos equipar nosso personagem com diversas peças de roupa e acessórios, evoluí-lo conforme batalhamos, melhorando seus atributos um a um, como um verdadeiro RPG. Podemos batalhar contra outros jogadores, participar de missões cooperativas e interagir com outros jogadores em tempo real.
Em Conton City é possível ver e se comunicar com vários jogadores em um menu simples de frases prontas, isso torna a comunicação fácil independente do idioma. Em batalhas contra outros jogadores ou cooperativas, podemos ter seis jogadores ao mesmo tempo, dependendo do modo de jogo, e podemos ainda criar equipes de até três pessoas. As equipes podem se reunir na casa do Mestre Kame e entrar juntos em missões paralelas online e outros tipos de missões online.
Ainda existe o torneio mundial, que por enquanto não está ativado no game. Esse torneio funcionará como no anime, ele acontecerá em determinadas datas. Nessas datas, os jogadores que estiverem no jogo poderão entrar e batalhar em chaves, assim como no anime. Uma coisa estranha do game é que só é possível permanecer conectado por três horas seguidas, logo após isso, o jogador é desconectado. A razão disso deve ser, possivelmente, para evitar lotação dentro de Conton City, o que poderia gerar muito lag, que felizmente não ocorre. Mas o game pode se tornar vítima da conexão online. Você não precisa estar conectado para jogar, mas se estiver, corre o risco de ser enviado de volta pra tela de início por perda de conexão com o servidor do game, mas isso é mais culpa da conexão da internet do que do game mesmo.
Gráficos, músicas e a nostalgia sonora
Xenoverse 2 é um game de Dragon Ball, e nesse sentido não há como esperarmos gráficos que seriam irreais para um game baseado num anime. Com isso em mente, posso dizer categoricamente que Xenoverse 2 possui gráficos excelentes, pois voltando um pouco no texto quando mencionei Budokai 3, o game possui animações excelentes para os personagens. Com várias reações faciais dignas do anime, e finalmente, depois de anos, saciando meu desejo de um novo game com a qualidade de Budokai 3.
As animações do game, antes e depois de missões, se utilizando dos gráficos do game ou mesmo as cutscenes em 3D são excelentes, e um show a parte. Ainda há algumas poucas cenas em anime que são muito boas, mas… naquele mesmo visual mediano de Dragon Ball Super. Não é ruim, mas estão longe da qualidade dos filmes de DBZ do passado. Um ponto negativo no entanto é que em certas cenas do game há um estranho filtro acinzentado que escurecem as cenas, como você pode perceber nas imagens usadas nessa análise. Não há razão para o uso delas, e elas tiram o brilho de algumas cenas, tirando suas cores vibrantes que realmente agradam aos olhos, deixando as cenas um tanto menos emocionantes quanto poderiam ser.
O game possui músicas bem empolgantes, contando inclusive com uma DLC com músicas criadas pelo DJ Steve Aoki, incluindo uma versão eletrônica de Cha-La Head-Cha-La. Existem muitas músicas excelentes no game, com músicas exclusivas para Conton City e cada uma de suas fendas temporais, e músicas bem agitadas para as batalhas.
Mas o melhor da parte sonora são seus efeitos, basicamente todos os efeitos de som do anime! Os sons de ki carregando, de ataques de ki disparados, o som de personagens voando, e até mesmo descendo ao chão. Cada som de golpe, defesa, teletransporte e até aqueles sons dramáticos que ficaram eternamente em nossa memória, como quando inimigos se encaram, ao algo inesperado acontece. Os jogadores nostálgicos irão se animar muito ao ouvir tudo isso.
E aqui fica um recado para a Bandai-Namco, usem as músicas originais do anime nos próximos games da série, mesmo hoje em dia elas ainda são ótimas, e elevariam o poder de nostalgia dos games de Dragon Ball para mais de 8000!
O game ainda conta com textos em português brasileiro! Mas infelizmente a tradução do game possui vários erros grotescos, desde alguns textos de NPC que saem em espanhol ao invés de português, um outro nome trocado na tradução, pegando a tradução americana (com em momentos que Shenlong é chamado de Shenron – que nome é esse América??) até mesmo erros de digitação. Mas no geral ela é muito boa, com várias gírias nossas e principalmente os nomes dos personagens da forma que conhecemos, Kulilin, Tenshinhan, Bills, Freeza, bem como os nomes dos golpes, do jeito que nós conhecemos nos mangás e no anime!
Infelizmente o game não possui dublagem em português, o que pra mim foi realmente uma grande perda. Pois pessoalmente não gosto da dublagem americana de Dragon Ball (Só escutem a terrível voz do Freeza que vocês concordarão), e a dublagem japonesa não conta com certas vozes originais do anime, o que também tira um pouco o brilho da coisa. E mais um recado Bandai-Namco: Cavaleiros do Zodíaco foi dublado, se preciso eu reúno as Esferas do Dragão para pedir por uma dublagem com os dubladores originais brasileiros! Quero ouvir um Kamehameha na voz do Wendell Bezerra!
Conclusão
Se você é fã de Dragon Ball, você tem por obrigação jogar Xenoverse 2. O primeiro game da série criou uma sólida base de fãs, e um game de Dragon Ball onde você controla um personagem totalmente novo, criado por você em novas histórias é muito legal, e eu sei por experiência própria que muitos podem olhar torto para essa ideia (pois eu fui assim com o anúncio do primeiro game), mas na prática é muito divertido!
Portanto aliste-se na Patrulha do Tempo, escolha sua raça e treine muito, pois Dragon Ball Xenoverse 2 possui muito conteúdo para te manter entretido por bastante tempo, com sua história bem interessante e empolgante, sua centena de missões paralelas e todos os outros eventos divertidos que o game oferece. Tanto online como offline!
Dragon Baal Xenoverse 2 foi lançado no dia 25 de outubro, com versões para PC, PS4 e Xbox One.
E assim, chegamos ao fim, nos vemos no próximo capítulo bravos Guerreiros Z e Patrulheiros do Tempo!