Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

6 de junho de 2018

Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

Chegou a hora de desbravar os oceanos, turbinando seu submarino para dar conta das feras que se escondem nas profundezas! Earth Atlantis é um shoot ‘em up estiloso e desafiador, confira nossa análise!

O futuro é submarino

Earth Atlantis se passa em um futuro distópico no qual um grande desastre ecológico deixou 96% do planeta debaixo d’água. Para piorar, robôs passaram a se fundir às criaturas marinhas, criando de máquinas de guerra que tornaram o fundo do mar um ambiente extremamente perigoso.

Para tentar deixar a situação um pouco mais aceitável, embarcamos em um submarino de combate com o objetivo de limpar este imenso oceano destas monstruosidades híbridas malvadas.

Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

Na prática, o que temos aqui é um “jogo de navinha 2D” que troca o espaço pelo oceano e as navezinhas inimigas por peixes, lulas, tartarugas e outras criaturas. Como são robôs, eles também atiram, e permanecer vivo em meio ao bullet hell rapidamente se transforma em um desafio e tanto.

Explorando o fundo do mar

Se por um lado Earth Atlantis parece um “shooter de navinha 2D” bem tradicional, (tirando o fato de não ter navinhas, claro), por outro, ele se diferencia por contar com uma estrutura ligeiramente diferente do que normalmente vemos neste tipo de jogo.

Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

Ao contrário de outros games do gênero, Earth Atlantis não é um jogo de fases. Seu principal modo de jogo, o Quest Mode, nos solta em um mapa aberto enorme, que pode ser explorado da forma que o jogador quiser. Os chefões estão espalhados pelo fundo do mar, e ao derrotá-los, você ganha acesso a novas áreas, expandindo suas possibilidades de exploração.

Confira abaixo 14 minutos de gameplay, com direito a 3 chefes sendo encontrados e derrotados:

Ou seja, esse não é aquele tipo de jogo onde o cenário vai passando e a gente só deve se preocupar em desviar dos tiros inimigos: controlamos livremente o submarino e decidimos para onde ir. Para garantir sua sobrevivência, é uma boa ideia coletar as bolhas com power ups e ativar as boias que funcionam como checkpoints.

Em termos de gameplay, acho que o que mais causa estranheza é o fato de termos que apertar um botão para mudar a direção do submarino (Mortal Kombat Mythologies Sub-Zero também era assim, lembra?). Se simplesmente movermos o direcional para o lado contrário, ele irá “andar de ré”, sem virar.

Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

Isso é parcialmente compensado pelo fato de que os power ups permitem que o submarino atire em várias direções simultaneamente, e logo você também irá descolar torpedos teleguiados, e muito mais. Além disso, podemos destravar quatro modelos de submarinos diferentes, cada um com padrões de tiro e power ups específicos.

Criatividade marinha

O fato de misturas máquinas de guerra com criaturas marinhas permitiu que os designers da Pixel Perfex dessem asas à imaginação na hora de conceber os mais de 30 chefes e os diversos tipos de inimigos do game.

De tubarões que disparam torpedos até águas-vivas elétricas, passando por corais que soltam esporos explosivos e caranguejos bombardeiros gigantes, a variedade de inimigos é enorme, e o fato de podermos reconhecer as criaturas “originais” mostra que houve um bom trabalho de pesquisa e brainstorm.

Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

Na real, se analisarmos a magnitude do que foi feito aqui eu diria que Earth Atlantis é quase um Monster Hunter (bem) mais modesto, pois seu foco está nas batalhas contra chefes gigantes, que possuem nomes, visuais e ataques bem diferentes uns dos outros. Não por acaso, o game traz também um modo Boss Rush, onde é foco é simplesmente caçar os monstrengos no menor tempo possível.

Ainda que os cenários não esbanjem criatividade, há momentos em que eles realmente surpreendem. Estamos falando de um jogo que colocou boa parte das cidades do mundo debaixo d’água, então fique ligado para ver a Estátua da Liberdade submersa (imagem abaixo), bem como ruínas romanas e muito mais.

Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

Outro detalhe curioso é a estética adotada: como você já deve ter percebido, Earth Atlantis parece desenhado em papel envelhecido, com cenários e criaturas poligonais renderizados de forma que pareçam sketchs vetoriais. Creio que a ideia seja meio que emular as anotações cartográficas de um explorador marinho do século XVIII.

Inclusive algumas artes conceituais do jogo brincam com esse conceito e são bem legais, olha só:

Análise Arkade: caçando monstros marinhos no estiloso Earth Atlantis

Não deixa de ser uma escolha pitoresca, mas eu gostaria de poder ver o game com todas as cores e texturas que ele poderia (deveria?) ter. O filtro com jeito de rascunho poderia ser opcional — como em Super Cloudbuilt –, pois a fauna do game é tão interessante que eu eu realmente gostaria de vê-la “em cores”.

Os efeitos e a trilha sonora, por sua vez, são bem variados. O barulhinho dos tiros pode até se tornar irritante depois de um tempo, mas a música dá uma compensada, se mantendo suave enquanto exploramos, mas ganhando um ar mais tenso nas batalhas contra chefes. Aliás, cada chefe possui sua própria música, mais sinal do capricho que envolveu a concepção de cada um!

Conclusão

Earth Atlantis é um shoot ‘em up diferente, que foge de algumas convenções do gênero para oferecer uma experiência diferenciada, que mistura tiroteio e exploração, valorizando bastante as boss battles.

Se você curte “shooters de navinha” e está a fim de experimentar algo que é familiar, mas ao mesmo tempo diferente, com certeza vai se divertir um bocado com Earth Atlantis, game que claramente foi produzido com muito esmero.

Earth Atlantis foi lançado dia 1º de junho para Playstation 4 Xbox One. Antes disso o jogo já estava disponível para PCNintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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