Análise Arkade: Echoplex é tipo um Portal com clones “malvados” que copiam suas ações

7 de abril de 2018

Análise Arkade: Echoplex é tipo um Portal com clones "malvados" que copiam suas ações

Se você curte jogos que te obrigam a “pensar fora da caixa” com seus conceitos inovadores e malucos, precisa conhecer Echoplex, puzzle game extremamente criativo — e até um tanto bizarro — do estúdio sul-africano Output Games!

Cobaia temporal

O básico de Echoplex lembra muito Portal, e isso por si só já é um baita elogio: somos cobaias de um experimento para recuperar memórias que usa uma tecnologia inovadora (e bem esquisita) para permitir que fragmentos de memórias sejam reunidos e formem memórias completas.

Tudo isso seria muito legal, se não fosse um porém bizarro: ao entrarmos nas salas de experimentos, criamos uma anomalia temporal capaz de gerar uma (ou mais de uma) cópia de nós mesmos, um avatar que vai repetir exatamente os mesmos movimentos que realizamos, só que com alguns segundos de delay.

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Ainda que o gameplay e a história não estejam exatamente em sintonia, o clima de conspiração que a narrativa — que é toda mostrada em live action, como um bom e velho game FMV — assume é bem intrigante, e mesmo sendo um sci fi meio manjado, serve como background para o que vemos no gameplay.

A Guerra dos Clones

Até aí tudo bem. O problema é que encostar em ou interagir com esses clones é perigoso, de modo que devemos evitá-los… Porém, estamos falando de um puzzle game, então é óbvio que precisaremos utilizar esses clones a nosso favor, fazendo com que eles acionem mecanismos ou abram passagens para que possamos prosseguir.

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O que complica um pouco as coisas é que eles realizam exatamente as mesmas ações do jogador — com alguns segundos de atraso –, então sua missão é dar um jeito de usar suas cópias sinistras a seu favor SEM tocar nelas. Aliás, quando dois ou mais clones se tocam, eles EXPLODEM, e isso pode ser útil para você… como também pode te matar.

Em um primeiro momento isso até é fácil, mas quanto mais avançamos, mais complicadas ficam as fases, e evitar o contato com os clones se torna uma tarefa árdua, que envolve estudo do cenário, experimentação e sincronia. Você não deve pensar só no que está fazendo, mas no que sua cópia irá fazer, pois as ações dela podem liberar e/ou bloquear caminhos.

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Por exemplo, é bastante comum um feixe de laser abrir/fechar portas, ou uma passagem só ficar aberta enquanto há alguém parado em um lugar específico. Você deve antever esses acontecimentos (há um botão que lhe permite “sair do corpo” para estudar o cenário) e planejar seus passos para que, quando sua cópia imitá-los, você possa tirar vantagem disso.

Um detalhe curioso é o dom que este jogo tem para deixar a gente meio tenso e desconfortável. Ele não tenta ser um jogo de terror, nem nada do tipo, mas há algo de sinistro em sabermos que há “alguém” exatamente igual a gente nos “perseguindo” e replicando qualquer movimento que a gente faça;

Audiovisual

O visual do game é simples e minimalista, com salas de experimento lineares e sem muitos detalhes. A estrela aqui é o level design, e o visual não tira a atenção do que importa. Nosso personagem (e seus clones) são basicamente manequins mascarados, e as cutscenes em FMV são até que competentes, ainda que o baixo orçamento da produção fique claro em efeitos mais elaborados.

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O áudio do game se destaca pela voz robótica e (parcialmente) desprovida de emoção que anuncia os conceitos que iremos enfrentar no game. Ela está longe de ser carismática como a GlaDOS, mas sem dúvida é uma prima distante da IA maléfica da Aperture Science.

Conclusão

Echoplex é um puzzle game diferente e desafiador, que vai te obrigar a pensar fora da caixa para antever os movimentos de sua própria cópia. É uma mecânica difícil de explicar com palavras, mas que funciona muito bem no game, ainda que por vezes sua lógica maluca dê um nó na cabeça da gente.

Análise Arkade: Echoplex é tipo um Portal com clones "malvados" que copiam suas ações

Se você curte jogos no estilo Portal e quer algo com carga semelhante de complexidade, dê uma chance para este indie game. É uma experiência breve, mas criativa e bem executada, com potencial para fazer o cérebro da gente dar uma bugada.

Echoplex está disponível na Steam. O game não possui suporte ao nosso idioma.

P.S. Vale lembrar que no ano passado saiu um game chamado ECHOleia nosso review — que também partia desta premissa de termos que fugir de nossas próprias cópias. Os jogos não tem relação, mas não deixa de ser uma associação curiosa.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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