Análise Arkade: os caóticos e viciantes tiroteios de Enter the Gungeon
Sucesso indie do ano passado, Enter the Gunegon chegou esta semana ao Xbox One. Desta vez, não perdemos a oportunidade de falar para você sobre este pequeno grande jogo!
Os Caçadores da Arma Perdida
Enter the Gungeon parte de uma premissa deveras nonsense: em uma fortaleza perdida, existe uma arma lendária capaz de matar o passado de quem a possuir. De tempos em tempos esta fortaleza ressurge, e caçadores de recompensas, mercenários e oportunistas de todos os cantos adentram as misteriosas dungeons — ou melhor, Gungeons — do lugar na esperança de conseguirem tal arma e “apagarem” o passado.
Claro que esta missão não será nada fácil: as Gungeons são geradas aleatoriamente e estão cheias de inimigos — quase todos baseados em armas e munições. O chamado “Balabirinto” possui centenas de salas, baús e segredos, bem como chefes pra lá de apelões que guardarão com suas vidas o maior tesouro deste templo da matança.
Na prática, você deve escolher o seu herói — cada um começa com equipamentos específicos — e se aventurar pelas infindáveis salas, masmorras e corredores do Balabirinto, metendo bala em hordas de inimigos fortemente armados enquanto busca armas melhores… e tenta não morrer.
Um jogo 3 em 1
Enter the Gungeon consegue a fantástica proeza de misturar com maestria 3 gêneros diferentes em um só jogo: ele é roguelike, twin stick shooter e bullet hell, tudo ao mesmo tempo. E, mais incrível ainda, ele consegue fazer tudo isso muito bem!
O gameplay é simples como em qualquer twin stick shooter, mas muito funcional: com uma alavanca você controla o personagem, com a outra a mira. Há um botão de reload, um de troca de armas e um de esquiva, movimento deveras útil em um jogo onde os projéteis nunca param de voar.
Confira um pouco de gameplay abaixo:
O lado roguelike vem do Balabirinto propriamente dito: o layout da gungeon inteira é gerado randomicamente cada vez que você entra nele, ou seja, uma partida nunca será igual outra. E não é só o layout das salas que muda, você pode encontrar inimigos — e até mesmo chefes — completamente diferentes de uma partida para outra.
Por fim temos o bullet hell e, bem, este aqui está presente o tempo todo, mas mostra sua força mesmo é nos chefes: extremamente apelões, eles possuem armas capazes de atirar para todas as direções, mísseis teleguiados, bombas, lasers, e muito mais. Não desgrude os olhos da tela e domine o timing da esquiva se quiser sobreviver.
Enter the Gungeon é um jogo extremamente difícil, mas ele também é muito viciante e gostoso de jogar. Você passa muita raiva, mas a satisfação de ver aquele chefe desgraçado tombando é enorme. O jogo até salpica alguns objetivos secundários aqui e ali — NPCs para salvar, altares para descobrir — mas no geral a receita é: explore bem todas as salas da Gungeon e elimine o chefe para ganhar acesso ao próximo andar.
Ah, e é fundamental ressaltar que essa frenética experiência 3 em 1 também pode ser apreciada em coop local por 2 jogadores! E olha, vou te falar que desde os tempos de Metal Slug que um shooter não causava momentos tão intensos e emocionantes por aqui!
Armas e humor
Em um jogo que coloca armas de fogo e munições em praticamente tudo, podemos esperar uma ampla variedade de armas, certo? Sim! E, embora muitas armas sejam bem tradicionais — pistola, shotgun, sniper — outras são extremamente nonsense, e fazem alusão à armas famosas de filmes e games… ou simplesmente são malucas, mesmo!
Você passa pelo treinamento com uma arma que atira ervilhas (?!) e, embora quase todos os personagens iniciem sua jornada cm armas relativamente comuns, é possível encontrar outras melhores (ou não) em baús espalhados pelo Balabirinto. De espingardas que soltam projéteis em curva até miniguns, pistolas laser e bizarras armas que disparam letras (?!), a variedade aqui é enorme e criativa.
Enter the Gungeon ainda traz muito humor em seus trocadilhos — tipo Balabirinto –, na descrição de itens, e nas anotações que você vai acumulando em um caderno (o Tironomicon). Algumas situações pegam a gente realmente de surpresa: se você resolver atirar em um baú trancado, vai receber apenas um punhado de lixo, acompanhado da frase “da próxima vez, experimente usar uma chave”. Este é um jogo cheio de boas sacadas!
Audiovisual
O visual de Enter the Gungeon contrasta enormemente com a pegada hardcore do game: o pixel art criado para o game é extremamente “bonitinho”, e o character design transforma até o mais implacável inimigo em uma criaturinha simpática, que certamente poderia virar um lindo bichinho de pelúcia.
Os cenários também são caprichados e cheios de elementos destrutíveis: estantes, livros, armaduras, lustres, barris, vasos… praticamente tudo pode ser destruído, e mesas até podem ser viradas para servirem de barricadas, como em um legítimo filme de ação!
O departamento sonoro também faz bonito, misturando sons realistas de tiros e explosões com barulhinhos nonsense para as armas mais malucas. Praticamente não há falas no jogo, mas os efeitos e a trilha sonora (basicamente eletrônica) são muito bacanas. Ah, e vale ressaltar que o jogo está com menus e legendas em português!
Conclusão
Apesar de ser absurdamente difícil, Enter the Gungeon também é absurdamente divertido e viciante. E o fato dele ser “3 em 1” torna-o muito abrangente: se você curte roguelike, vai gostar dele. Se você curte twin stick shooters, também vai gostar dele. E se você curte sofrer bullet hells, com certeza vai gostar dele.
Considerando que ele já estava disponível para PC e PS4 há um ano, pode ser que ele não seja novidade para muita gente. Mas se você é do “lado verde” da força, aproveite, pois o jogo chegou esta semana ao Xbox One (dia 5 de abril), e continua tão divertido, viciante e desafiador quanto era nas demais plataformas!
Enter the Gungeon chegou ao Xbox One em 5 de abril. Ah, e ele é Play Anywhere, ou seja, comprando no Xbox você também joga no Windows 10 e vice-versa!