Análise Arkade – F1 2020 traz o melhor da categoria e modo de criação de equipe

6 de julho de 2020
Análise Arkade - F1 2020 traz o melhor da categoria e modo de criação de equipe

A Fórmula 1 começou mais tarde em 2020. Por causa da pandemia de coronavírus, a temporada, que seria a maior de todos os tempos, com 22 corridas, agora será uma das menores, com até agora, oito etapas. E destas oito, dois circuitos farão rodada dupla: Spielberg, na Áustria, e Silverstone, no Reino Unido.

Mas, os videogames podem dar um pouco da sensação que seria a temporada 2020. A Codemasters seguiu o cronograma de 2019, com lançamento em junho. E, pelo menos nos games, a temporada da F1 chegou no tempo certo. O game, que busca evoluir a versão do ano passado, em visual, som e gameplay, também traz novidades, como o modo de gerenciamento de equipe, e a homenagem a Schumacher.

Assim, vamos mostrar agora, para você, tudo o que esperar da edição 2020 do game da Codemasters. E curtir, pelo menos em um controle, ou volante, a temporada da Fórmula 1, tal qual deveria ter sido neste ano.

Constante evolução

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Desde 2017, quando a Fórmula 1 começou uma nova era, com a Liberty Media, os seus games tem passado por boas evoluções, ano após ano. Em 2017, estreava a Esports Series. Em 2018, os Esports evoluíram, e um Modo Carreira mais completo dava as caras, com entrevistas e treinos com mais recursos. E, em 2019, foi a vez da F2 estrear, e até com uma tímida “história”, contando sua trajetória rumo à F1.

Para 2020, a evolução segue. Temos todos os elementos acima mencionados, mas algumas novidades e melhorias. O Modo Carreira, por exemplo, evoluiu. Após a tentativa de “cinema” não ter sido lá muito brilhante, no ano passado, o modo vem para 2020 com uma introdução mais adequada à Fórmula 2. A categoria, que no game é uma espécie de “escola” para aprender os comandos e o jeito de jogar, agora é melhor apresentada.

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Dá pra criar seu piloto, que seguirá com você por todos os modos do game

Se o jogador quiser, pode começar direto na Fórmula 1, como sempre foi. Mas, é possível iniciar a campanha de três maneiras diferentes: com três corridas, como foi no ano passado, com meia temporada, ou com a temporada completa, com 12 corridas mais o sprint. Independente da escolha, seu desempenho conta pontos, úteis na hora de escolher uma equipe de F1, baseado na escola que você escolher: Mercedes, Ferrari, McLaren, ou Renault.

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O Modo My Team, que falaremos melhor a seguir, também é outra novidade, assim como a volta das corridas em telas divididas. É até estranho imaginar a razão pelas quais elas sumiram, sendo que, com as televisões atuais, é até melhor de se jogar, comparando com antigamente. De qualquer forma, o split screen voltou, mas aqui, o foco é a diversão, com corridas mais casuais. Sim, é possível correr no split com tudo desativado, mas a proposta tem mais a ver com lazer, e não com o “realismo”.

Ah, e um aviso: a Codemasters conseguiu, a tempo, correr atrás e “readesivar” Williams e Mercedes, que já contam com os patrocinadores e cores utilizados já nesta temporada.

Um controle cada vez melhor e acessível

O que impressiona, jogo após jogo da Codemasters, é como que os controles seguem em constante evolução. Em 2020 não é diferente: guiar os carros, sejam eles os atuais, os da Fórmula 2, ou os clássicos, continuam com suas particularidades e estilos próprios de guiar. Além dos roncos específicos de cada carro, é interessante você saber que, na mesma pista, terá que guiar de um jeito com uma Mercedes, e de outro com a Ferrari de 2000.

Entretanto, há uma novidade bem interessante aqui: o modo “casual”. O novo modo, além de facilitar a direção, para quem é novato no game, também simplifica os menus, e as assistências. Cada vez mais, as pessoas querem jogar Fórmula 1, mas não são todas as que estão dispostas para jogar com pouca ou nenhuma assistência, e esta ajuda vem bem a calhar, pra quem quer apenas se divertir nos modos offline do jogo. Tal assistência não está disponível no multiplayer.

Mas para quem quer desafio, estará bem servido. Seja os aspirantes a pilotos, que jogam com tudo desativado, ou quem está no aprendizado, e ano após ano desliga ou diminui assistências, a direção está mais apurada. Dá pra perceber pequenas melhorias no domínio do carro, em pistas de rua, como em Mônaco. Ou para sentir melhor a alta velocidade, nas retas do Vietnã ou Áustria.

Seja no controle, ou no volante, a diversão, mais do que nunca, está disponível para todos. Jogos de corrida com veia de simulador sempre afastaram os jogadores, devido à sua alta curva de aprendizado. E a Codemasters, não só com os games da Fórmula 1, mas também com seus outros games, como a série Dirt ou Grid, tem conseguido manter um bom equilíbrio. Garantindo diversão para jogadores casuais, mas sem entregar um jogo 100% arcade, e oferecendo desafios para veteranos, que jogam buscando vitórias no online ou a busca pelos tempos mais baixos.

Sejam bem-vindos, Vietnã e Holanda

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As novas pistas somam ao calendário da F1, e cada uma a seu modo, exigirão treino dos jogadores. No Vietnã, temos longas retas, e curvas bem exigentes, com um traçado de rua que se inspirou em diversos outros circuitos. É uma pista longa, e que exige, mais do que nunca, sua atenção e concentração. Pois tem a dificuldade das pistas de rua, somado a longas retas, excelentes para ultrapassagens. As corridas lá serão demais!

Já a Holanda, com seu jeitão “raiz”, traz curvas bem divertidas, semelhante às de ovais. Seu traçado é mais veloz, mas atenção aqui também se faz necessário. Se tornou, nos testes, em uma de minhas pistas preferidas, empatada com Interlagos e Spa. E os outros circuitos, seguem os mesmos do calendário.

As pistas estão mais belas do que nunca, com suas cores fortes e vivas, em dias quentes. Na chuva, seguem exigindo mais do piloto, e oferecendo um visual bem competente, com o spray saindo dos pneus. Tudo está lá: pitlane, público (no mundo dos games não existe coronavírus), detalhes característicos de cada circuito, e uma perceptível qualidade visual.

Não sei se há a possibilidade, ou interesse, mas acredito que traçados históricos da Fórmula 1 também poderiam fazer parte do game. Mesmo que oferecidos apenas para modos que não fossem os de “carreira”. Mas penso ser legal poder curtir corridas em Adelaide, Jacarépaguá, no misto de Indianápolis ou em Estoril. Entretanto, são 22 circuitos, todos eles com seus desafios próprios, para quem joga o modo carreira, excelentes para aprender a se virar mais nos circuitos, que exigem também seus próprios ajustes.

O Master League da Fórmula 1

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Conheça a Equipe Arkade, a nova sensação da Fórmula 1

Lembra da Master League, do Winning Eleven? Pois agora a Fórmula 1 tem um modo neste estilo. Junto com o “carreira”, o modo em questão te dá agora o controle completo sobre uma equipe de F1. O modo pega “carona” no passado da categoria, em que pilotos também possuíam suas equipes. Assim, você chefia a equipe e também pilota buscando resultados.

É, na prática, um modo carreira mais completo. No modo, você começa com um patrocinador pequeno, fictício, e a possibilidade de ter o essencial: um motor, que pode ser encomendado pelas montadoras atuais (Renault, Ferrari, Honda e Mercedes), e um segundo piloto. A partir daí, um calendário se inicia. Além do time de desenvolvimento, que segue preparando melhorias para você durante a temporada, agora é preciso também cumprir, em pista, os desafios dos patrocinadores, que podem ser ampliados de acordo com o seu desempenho.

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Também é possível lidar com o segundo piloto. Pois ele soma recursos ao seu time. É possível demití-lo e trocar por outro, ou mantê-lo na equipe. Nas entrevistas, suas respostas seguem influenciando. Mas agora, com o fator de que você é um chefe de equipe, e suas palavras terão maior influência. Fora isso, o desafio é o mesmo: coloque um carro “cru” no grid, e batalhe para conquistar pontos de desenvolvimento, enquanto vai buscando, corrida após corrida, conquistar mais pontos e espaço entre os grandes da F1.

O modo é interessante. E se mostra bem mais completo, em comparação com o “modo filme” do ano passado. É mais robusto, mais completo, e é uma opção bem interessante, para quem quer um bom desafio. Afinal, aqui você não tem só que ganhar, mas também desenvolver, e evoluir. E isso faz bastante diferença na hora de jogar o modo.

E o Schumacher?

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Michael Schumacher é o maior vencedor da Fórmula 1. São sete títulos mundiais, 308 Grandes Prêmios, 155 pódios, 68 poles e 91 vitórias. São números e histórias que colocam o piloto alemão entre os grandes da categoria. E, assim como aconteceu em 2019, quando o game homenageou a rivalidade de Senna x Prost, agora é a hora de prestar tributo ao alemão.

Entretanto, não espere nenhum modo de homenagem, ou coisa do tipo. O que o game oferece, na sua versão Deluxe são mais quatro carros clássicos, todos eles guiados pelo heptacampeão. Temos a Jordan de 1991, que foi guiada por Schumacher em sua estreia, em Spa. As duas Benetton que lhe deram seus primeiros mundiais, em 1994 e 1995. E a Ferrari de 2000, que deu início a sua hegemonia, de cinco mundiais, na escuderia.

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Nem desafios, como os de Senna e Prost, temos aqui. São apenas os carros e elementos especiais, como emblemas, capacetes ou a forma de comemorar típica do piloto. E só. Assim como questionei no ano passado, esta é a oportunidade do game contar a história dos seus grandes nomes. E seria interessante desafios que tentassem reproduzir grandes momentos do piloto, como uma corrida de recuperação, uma volta mais rápida ou um final de corrida como os desafios já propostos pelo game.

Mas os carros disponíveis são bem interessantes de se guiar. E somam aos outros modelos disponíveis, que contam com algumas mudanças. Os quatro carros novos entram no lugar dos carros dos anos 70, que não aparecem desta vez. E, permitem corridas bem interessantes, como recriações das batalhas entre Benetton e Williams nos anos 90. Mas é só. Não espere nada além disso.

Atualização sim, mais do mesmo não

Sim, F1 2020 é o game de outros anos, atualizado. Os menus são os mesmos, as opções também e o game será muito familiar para quem joga o game há anos. Entretanto, não são apenas novas skins nos carros. Há, mesmo que sutil, pequenas e importantes mudanças, no gameplay, do casual ao avançado.

Há, também, muito tempo de gameplay esperando, pelos mais diferentes tipos de jogadores: para quem quer diversão rápida, para os caçadores de troféus e conquistas, para quem está aprendendo a evoluir no jogo, ou para quem quer ser o dominador no modo online. São várias pistas e carros que trazem diferentes maneiras de se guiar e se aproveitar cada um dos 22 traçados disponíveis.

Os casuais também ganham, com um modo de assistência reformulado e o split screen, para diversão entre amigos. E mesmo a homenagem a Schumacher, bem limitada, oferece bons carros e que trazem nostalgia, especialmente para quem vivenciou a ascensão deste piloto. E, junto ao Modo My Team, temos sinais de que a Codemasters segue buscando oferecer novas ideias a seu game, ao invés de apenas atualizar os carros e pistas.

F1 2020 chega no dia 10 de julho. Mas quem comprar a versão Deluxe, além dos extras de Schumacher, também poderão jogar o dia 3 dias antes, a partir do dia 7. O game estará disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Google Stadia.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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