Análise Arkade: Godstrike, uma mistura cruel de boss rush com bullet hell

21 de abril de 2021
Análise Arkade: Godstrike, uma mistura cruel de boss rush com bullet hell

Godstrike traz uma mistura curiosa e bastante desafiadora. Ele é parte boss rush — no estilo Furi — e parte bullet hell. Esse mix traz um desafio de altíssimo nível, capaz de fazer até os mais dedicados passarem raiva! Saiba mais na nossa análise completa!

A última máscara de deus

Godstrike é mais um daqueles jogos que não perde tempo contando sua história. Ele até tem uma história, mas apresenta-a de forma bastante resumida, com painéis “tribais” que dão o plot inicial, e breves textos entre um chefe e outro.

Análise Arkade: Godstrike, uma mistura cruel de boss rush com bullet hell

O que posso resumir da história é o seguinte: nosso protagonista, Talaal, é “a última máscara de deus”, um artefato cobiçado por seu imenso poder. Quando as forças do mal começam a se aproximar, numa esperança de se apoderar da máscara, ela se une a uma guerreira, e vai ter que encarar uma uma guerra contínua contra uma tropa de monstros poderosos e implacáveis.

Há alguns modos de jogo diferentes aqui, e o que descrevi acima equivale ao modo história. Mas, como eu falei, tudo é bem resumido, e apresentado de forma não muito engajante, então não espere um desenvolvimento narrativo muito empolgante.

Tempo é vida

Godstrike se apresenta como um twiw stick shooter 3D bastante frenético, com fortes elementos de bullet hell: os chefes são enormes e muito apelões, possuem diversas barras de vida e enchem a tela com seus projéteis.

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Tipo assim

Nosso protagonista, inicialmente, possui apenas um tipo de ataque básico, que é sua arma principal. Felizmente, conforme avançamos, vamos tendo acesso a um arsenal com mais de 40 habilidades extras, que vão desde campos de força até dashes, orbes explosivas e muito mais.

O gameplay é bem direto ao ponto: ágil e fácil de compreender. Você se movimenta com um analógico e atira com o outro, simples assim. Há habilidades que podem ser equipadas nos botões superiores (L, R, ZL, ZR no Switch).

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O que pega é que neste jogo, sua barra de vida é a mesma do medidor de tempo. Então, se você tem 5 minutos de “vida”, você deve derrotar o chefe dentro desses 5 minutos. E, obviamente, cada vez que você toma dano, perde, de uma vez só, dolorosos 12 segundos (em média).

Para deixar as coisas ainda mais complicadas para o jogador, cada habilidade extra que você desbloqueia e equipa, consome um pouco da sua barra de tempo/vida. Então, se você tinha 5 minutos, mas equipou uma habilidade que “custa” 30 segundos e outra de 15 segundos, perdeu 45 segundos do seu tempo/vida total, e vai começar a batalha não com 5 minutos, mas com 4 minutos e 15 segundos.

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Repare no “Custo: 40s” da habilidade

É uma mecânica de risco/recompensa bem complicada de administrar, e você dificilmente vai conseguir criar uma build que não pareça um pouco injusta com sua barra de vida/tempo. Mas, sem equipar nenhum poder extra, você só conta, basicamente, com seu tirinho básico — e acredite, ele não dá conta do recado.

Acho sem graça que não há uma real explicação para o jogo ser assim: podia haver uma justificativa para o tempo e a vida serem a mesma coisa, mas não há. É desse jeito simplesmente “porque sim”, e você, jogador, que lide com isso.

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Já vimos filmes como O Preço do Amanhã abordarem a questão de maneira muito criativa, e gostaria de ter visto uma construção narrativa mais elaborada nesse sentido — spoiler: não tem.

Dificuldade máxima

Godstrike é um jogo extremamente difícil. O primeiro chefe — que, ironicamente, chama-se Tutoriaal — já é bem casca grossa, e vai demandar umas 3 ou 4 tentativas até ser derrubado.

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Os quadradinhos sob a vida do chefe indicam quantas barras de vida ele tem (no caso, 4)

Como eu disse, cada chefe pode ter 3, 4 ou mais barras de vida, o que deixa as batalhas bem longas, com muitas etapas. A cada nova barra, o chefe geralmente ganha um novo padrão de ataque, ficando ainda mais apelão. E, a nossa barra de vida está, literalmente, sendo consumida a cada segundo que passa.

Com isso, quero dizer que Godstrike não é um jogo para qualquer um. Sua curva de dificuldade começa bem alta (e só piora), e ele pode ser frustrante e punitivo mesmo depois de te dar uma colher de chá e te permitir jogar no easy. Sem exagero, mesmo no easy ele é brutal.

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E quando você acha que não poderia piorar, há um chefe 2 em 1 😛

Considerando que não temos uma grande história sendo contada, nem nada do tipo, esse é o tipo de jogo que deve agradar quem busca desafios insanos, ou quer ver o nome no topo das leaderboards. Lembre-se que é um boss rush, então não temos fases comuns, só um chefe depois do outro. Se essa premissa não te agrada, melhor deixar esse jogo para lá.

Audiovisual

Godstrike não é um jogo impressionante visualmente, mas também não faz feio. Sua estética é bastante estilizada, e o design dos chefes é muito variado: cada boss é muito único tanto em visual quanto em padrões de movimentação e comportamento.

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Esse chefe é tipo um totem giratório

Como só o que temos são chefes e arenas, não há muito mais o que analisar. É um jogo que até poderia ser mais sofisticado visualmente, mas opta por uma abordagem um pouco mais crua em sua apresentação, sendo econômico nas cores e na presença de elementos no cenário para que o foco fique sempre no que importa: o chefe.

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No geral, o visual não é o muito inspirado

A trilha sonora tem seu charme especialmente porque cada chefe possui seu próprio tema, e alguns são bem intensos, aumentando a adrenalina das batalhas. O jogo possui menus e legendas em português brasileiro, o que é especialmente útil para você entender o que cada magia/habilidade desbloqueada faz.

Conclusão

Godstrike parte de uma premissa bacana, mas sua dificuldade super elevada pode transformá-lo em uma experiência amarga, repetitiva e frustrante para muitos jogadores.

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Nesse chefe até as bordas da arena te atacam!

Há uma pequena variedade de modos de jogo (inclusive um modo Roguelite), mas todos eles são variações do mesmo princípio — matar um chefe depois do outro –, ou seja, não há muito como evitar o exercício de resiliência e frustração que é parte fundamental da experiência.

Então, se essa premissa te agrada, Godstrike sem dúvida vai te oferecer um desafio de alto nível caso você queira ficar no topo das leaderboards. Se não, melhor nem gastar seu dinheiro com ele, pois as chances de você acabar passando raiva são grandes.

Godstrike está disponível para PC e Nintendo Switch.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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