Análise Arkade: seja um coveiro (e muito mais) em Graveyard Keeper
Desenvolvido pela empresa Lazy Bear Games e distribuído pela tinyBuild, Graveyard Keeper é um jogo que mistura os gêneros gestão de recursos e RPG de uma forma fluida e bem feita, porém, aqueles que são menos familiarizados com o gênero podem ter certa dificuldade em avançar no game. Explicarei melhor tudo isso na sequência, em nossa Graveyard Keeper!
O mais novo coveiro
O jogo começa um tanto quanto trágico: seu personagem está tendo um dia normal, enquanto caminha pela rua ele recebe uma ligação de sua amada, e ao olhar para a tela do celular imediatamente se ouve um barulho de batida de carro, e… ele reaparece em um lugar estranho, conversando com um indivíduo misterioso, que comenta que agora o novato (você) será o responsável por ser o coveiro deste lugar.
Sua mais nova missão é fugir dessa “realidade paralela”, e para isso será necessário realizar diferentes tarefas (no mais belo estilo RPG), que envolvem coisas como as famosas missões do tipo “garoto de recados”, nas quais devemos coletar itens específicos e entregar aos NPCs que ficam espalhados pelo mapa.
Além de lhe passarem missões, estes NPCs possuem diálogos, que mantém o jogador entretido e também ajudam a esclarecer um pouco do que está acontecendo ao seu redor.
Nem só de RPG é feito Graveyard Keeper: o sistema de gestão de recursos é muito mais corriqueiro no jogo, além de você ter que entregar itens aqui e ali, existe a preocupação de melhorar o cemitério e evoluir seus atributos.
Jogabilidade
A tarefa de cuidar do cemitério é relativamente simples: você só precisa manter as sepulturas limpas, evoluir suas estruturas (modificando os materiais) e preparar os novos cadáveres (um burro falante lhe trará novos corpos de tempos em tempos) a serem enterrados. Tudo isso lhe dará pontos.
Depois de algum tempo no jogo, haverá a possibilidade de cremar corpos, o que é muito útil para sumir com os falecidos que possuem pontuação negativa em seu cemitério, afinal, isso retarda o avanço na história.
Graveyard Keeper possui uma pegada que me lembrou muito Harvest Moon: Back to Nature. Calma, irei explicar: você tem a sua casa, aonde é possível descansar e preparar comidas variadas, os alimentos auxiliam na recuperação da barra de energia (que serve para realizar quase todas as ações do jogo).
Além disso, é possível ter uma fazenda para cultivar frutas e legumes — é basicamente dela que você tira a maior parte dos alimentos — há a sua área de serviço, o ambiente em que ficam os maquinários para a criação dos itens. Falando nisso, grande parte das suas criações podem ser vendidas no vilarejo, aonde ficam a maioria dos NPCs, e é no vilarejo que você se relaciona com as pessoas; na medida em que são feitas as missões, a sua amizade com os moradores da região vai aumentando.
O interessante — nem tanto para os menos acostumados com o estilo — é a quantidade de atividades que podem ser feitas e como elas estão correlacionadas. Usarei como exemplo o processo de criação de um machado, que carece de 3 ingredientes: vareta de madeira, pedaços de ferro e uma barra de ferro maciça.
Parece simples, mas para adquirir essa composição são necessários alguns processos… coletar as varetas de madeira encontradas em árvores secas, o preparo da barra de ferro maciça, que é feito em um forno, onde você derrete minérios de ferro e, por último, os pedaços de ferro, que são obtidos na bigorna usando uma barra de ferro maciça. Isso tudo apenas para criar um simples machado: existem itens que demandam outros processos e que chegam a usar mais de 3 “máquinas” diferentes.
Graveyard Keeper possui um sistema simples de clima, só mudando visualmente sem interferir na gameplay (pelo menos eu não percebi diferença). Por outro lado, os dias da semana interferem diretamente, cada dia é representado por um símbolo diferente, e alguns NPC’s só aparecem em dias específicos, então quando for fazer uma missão fique atento para não perder a hora!
Na medida em que a história progride, mais tarefas a serem feitas são habilitadas, tais como: alquimia, rezar missas, explorar calabouços (no estilo Diablo), pescaria, etc., então se prepare para ficar internado por horas na frente do PC, pois esse é o tipo de jogo que pode lhe fazer perder a hora de dormir, acordar, trabalhar, e por aí vai!
Audiovisual
Os gráficos pixelados de Graveyard Keeper são muito bem trabalhados: as cores utilizadas no game não são exageradas e conseguem passar ao jogador diferentes sensações, com bom uso de escuridão e neblina para criar um clima. Os diferentes ambientes são bem explorados, existem diversos lugares do mapa que no início do jogo estão bloqueados por algum motivo, mas que, de acordo com seu progresso, vão sendo desbloqueados, facilitando sua locomoção pelo mapa.
A trilha sonora é bacana, com uma música própria para cada local do jogo, combinando muito bem com os diferentes cenários. Os efeitos sonoros das ações são bem feitos, os sons das ferramentas são convincentes, e as falas…, bem, não dá pra dizer que o jogo possui dublagem, mas quando os NPCs falam com seu personagem é um tanto quanto divertido, visto que eles “resmungam” naquele estilo meio The Sims.
Conclusão
Graveyard Keeper é um jogo que depende muito do estilo de quem irá jogá-lo: sua jogatina pode durar horas e acabar não tendo muito progresso, pois algumas missões requerem tempo e dedicação na evolução do personagem, sem contar que pode acontecer de você evoluir ou construir algo errado, o que gera uma demora desnecessária para conseguir acumular novamente os pontos ou recursos gastos.
Esse é um jogo que pode te deixar internado durante horas na frente do PC, querendo evoluir tudo o que for possível… ou você pode acabar frustrado e sem paciência para querer progredir, afinal este definitivamente não é um jogo em que se consegue as coisas rápido. Vá sabendo o que esperar, e não diga que não te avisamos!
Graveyard Keeper está sendo lançado hoje, dia 15 de agosto, para PC (via Steam) e acompanha legendas para o público brasileiro em PT-BR!