Análise Arkade: ajudando a salvar o mundo no simpático Hero Express
Em histórias de super-heróis, é normal que o herói seja o centro das atenções. Em Hero Express, isso não acontece: controlamos aqui o “ajudante do herói”, um motorista/faz tudo cuja missão é levar os equipamentos que seu chefe precisa para vencer o mal!
Ajudando a salvar o dia
A história de Hero Express é bastante simples, mas também muito simpática: nosso planeta está sendo invadido por monstros gigantes e outros perigos. Para nos salvar, contamos com o intrépido HERÓI. O problema é que ele é um sujeito um tanto… esquecido, e costuma ir para suas missões sem os equipamentos adequados.
Assim, sobra para nós a árdua missão de pilotar por terrenos dos mais variados, superando diversas barreiras e obstáculos para levarmos as armas e itens que nosso herói trapalhão deixa para trás. Ou seja, não estamos salvando o mundo, mas estamos salvando quem o salva! Haja responsabilidade, hein?!
Pisando Fundo (com cautela)
Hero Express é um joguinho de corrida 2D que lembra um pouco a série Trials: nosso objetivo é superar rampas, abismos e obstáculos, utilizando física, aceleração e gravidade para não acabarmos explodindo.
O gameplay é bastante simples e intuitivo, mas isso não significa que o jogo é fácil: os trajetos são longos, e alguns obstáculos são realmente difíceis de superar. Para complicar ainda mais, devemos estar sempre coletando gasolina para manter o tanque cheio e sermos capazes de seguir viagem, e certos objetos/criaturas quando atropelados soltam gosmas que sujam a tela, diminuindo a visibilidade e complicando a nossa vida.
O segredo aqui é saber acelerar com moderação, cuidar do “molejo” do carro para que ele não vire, e aproveitar o momentum de descidas, rampas e saltos para ultrapassar abismos e outros perigos.
Hero Express é aquele tipo de jogo de tentativa e erro: a gente vai até um ponto, tenta de novo, chega um pouco mais longe, tenta mais uma vez, e por aí vai. As moedinhas que coletamos em cada tentativa vão se acumulando, e podem ser usadas para dar uma tunada no carro, melhorando aspectos como aceleração, tração, força do motor e equilíbrio — melhorias que fazem uma baita diferença conforme vão sendo feitas!
O detalhe é que cada fase possui seu próprio veículo e sua própria moeda corrente. Todo carro sempre começa “zerado”, e demanda alguma dedicação para ser melhorado — afinal, precisamos jogar cada fase algumas vezes para acumular suas moedas específicas, que serão utilizadas para turbinar somente aquele carro, daquela fase. E os diferentes carros possuem peso, equilíbrio e controle muito próprios, o que aumenta o desafio.
Na prática, Hero Express lembra bastante Jetpack Joyride e outros destes joguinhos de “corrida infinita” típicos de smartphones. Nosso objetivo sempre é ir mais longe, e quando mais a gente joga, melhor pode deixar o carrinho, aumentando nossas chances de ir até o final. É um círculo vicioso simples, mas que ainda funciona muito bem como entretenimento light.
E digo mais: como as partidas são curtinhas, ele acaba sendo aquele tipo de jogo ideal tanto para jogadinhas rápidas quanto para aqueles momentos “só vou jogar até passar dessa fase” que acabam virando sessões de 50 minutos de jogatina ininterrupta. Joguei no Nintendo Switch, e a portabilidade do console da Nintendo se mostrou perfeita para o jogo, que tem essa pegada mais casual, mas que pode se tornar viciante.
Audiovisual
Hero Express também “tem cara” de jogo de celular: com uma pixel art cartunesca e colorida, o jogo é simples, mas extremamente simpático em sua apresentação, o que também pode fazer dele uma boa pedida para a criançada.
A trilha sonora segue a mesma pegada, com cada fase tendo uma música tema que é basicamente um loop grudento repetido ad infinitum. Os efeitos sonoros também são condizentes com essa vibe bonitinha, que flerta com o cartoon.
Um detalhe interessante é que cada fase se passa em um país, e o mapa mundi lembra um pouco o do bom e velho Street Fighter II — com a diferença que aqui viajamos de carro, não de avião.
E antes que você pergunte, sim, temos uma fase ambientada no Brasil, com um monstro “brasileiro” (a cobra Purple Mamba) e um cenário que brinca com alguns elementos regionais e faz alusão à Selva Amazônica.
Conclusão
O estúdio responsável pelo jogo — o Fantastico Studio — já tinha demonstrado uma mão boa para jogos em pixel art com uma vibe que fica entre o casual e o viciante com Black Paradox, e aqui eles repetem o feito, mas dentro de um outro gênero.
Hero Express é aquele tipo de joguinho simples, mas que tem potencial de se tornar extremamente viciante, simplesmente porque seu loop de gameplay é rápido e acessível, e sua estrutura de jogo demanda algumas repetições para que cada fase seja superada.
Talvez não seja um jogo recomendável para o “jogador hardcore” que está em busca de experiências densas e complexas, mas para quem só quer uma diversão sem compromisso — ou curte este tipo de jogo que mistura velocidade e física — ele é uma boa pedida. Recomendo especialmente a versão Switch, pois o jogo tem tudo a ver com a portabilidade do aparelho.
Hero Express está disponível para PC, Xbox One e Nintendo Switch.