Análise Arkade: metendo o pé na porta e destruindo tudo no frenético High Hell

24 de outubro de 2017

Análise Arkade: metendo o pé na porta e destruindo tudo no frenético High Hell

Pegue o estilo caótico e colorido de Hotline Miami. Acrescente perspectiva em primeira pessoa. O resultado? High Hell, um shooter insanamente frenético e divertido que a Devolver Digital acaba de lançar nos PCs!

Direto ao ponto

High Hell nos coloca na pele de um justiceiro mascarado que está a fim de arruinar os negócios de um perigoso cartel conhecido como Pitchcorp. Eles não lidam apenas com tráfico de drogas, mas também fazem experiências em animais inocentes e realizam outros tipos de experimentos obscuros. O mundo definitivamente vai ser um lugar melhor sem eles.

Análise Arkade: metendo o pé na porta e destruindo tudo no frenético High Hell

Nossa missão é simplesmente invadir os escritórios/laboratórios/academias deste conglomerado maligno, chutando portas e metralhando guardas enquanto tocamos fogo em dinheiro ilícito, salvamo cobaias peludas de seus cativeiros e depredamos bustos e pinturas do chefão do cartel. Tudo isso deve ser feito de maneira MUITO rápida. Aí é só pular da sacada, abrir seu paraquedas e se preparar para a próxima missão.

Um shooter de raiz

Vivemos em uma época onde praticamente todo jogo tenta ser mais do que realmente é: há árvores de habilidades, perks, cards e mais um monte de bijuteria que vai deixando os jogos cada vez mais elaborados… e isso não necessariamente é um ponto positivo.

Análise Arkade: metendo o pé na porta e destruindo tudo no frenético High Hell

High Hell vai na contramão de tudo isso, e entrega um FPS raiz, sem frescura: apenas uma arma (que nem precisa ser recarregada) e ações como corrida, pulo, agachar e meter o pé na porta. A ação é extremamente acelerada, e cada pode durar menos de 2 minutos. O que é tempo mais do que suficiente para você causar um estrago e tanto nas bases inimigas!

Ainda que nosso protagonista não morra com apenas um tiro como em Hotline Miami, ele aguenta no máximo 4 ou 5 disparos inimigos, e como você raramente irá encarar um inimigo de cada vez, fique muito atento aos arredores, pois os capangas podem tentar lhe alvejar através de janelas, lances de escada e parapeitos.

Análise Arkade: metendo o pé na porta e destruindo tudo no frenético High Hell

Na prática, acho que High Hell até pode ser jogado de maneira um pouco mais lenta, mas ele simplesmente não parece ter sido pensado para ser jogado assim. A postura do protagonista — que chega literalmente metendo o pé na porta e quebrando tudo — dá a sensação de que o jogo foi planejado par ser rápido e frenético, mesmo.

Ainda que não haja lá uma grande variedade de missões, o dinamismo de cada uma delas não deixa o jogo ficar arrastado ou cansativo, ele parece ligado no 220v o tempo todo, um loop de reflexos, mira e coordenação motora digno dos tempos áureos de Quake. Não por acaso, o game não oferece suporte à controles: você só pode jogar com mouse e teclado, como um PC gamer old school que se preza.

Audiovisual

Cartunesco e colorido, o visual de High Hell definitivamente cai como uma luva na proposta “pilhada” do game. O céu é cor-de-rosa, e há muitas cores fortes e alto contraste o tempo todo na tela. O cel-shaded é simples, mas honesto, e os personagens tem aquele jeitão molenga (ragdoll) que deixa tudo engraçado e desajeitado.

Análise Arkade: metendo o pé na porta e destruindo tudo no frenético High Hell

A trilha sonora — composta por Doseone, que assina a trilha de outro shooter frenético da Devolver, o divertido Enter the Gungeon –, casa totalmente com a vibe do jogo, batidas aceleradas e sintetizadores que potencializam tudo o que rola na tela. Esse é aquele tipo de jogo para se jogar com volume bem alto para manter a adrenalina borbulhando!

Conclusão

High Hell oferece uma jornada breve, mas intensa pelo coração de uma versátil conglomerado criminoso. O game como um todo não é longo, mas sem dúvida um dos prazeres aqui é descobrir maneiras mais rápidas e efetivas de superar cada missão.

Análise Arkade: metendo o pé na porta e destruindo tudo no frenético High Hell

Completou uma fase em 2 minutos? Parabéns, mas que tal tentar completá-la em apenas 1 minuto? Ou 45 segundos? Adeptos do speed run sem dúvida vão pirar com a gama de possibilidades que existe aqui! High Hell não é apenas sobre ser o melhor, mas sobre ser o mais rápido.

Se você sempre quis saber como seria Hotline Miami em versão FPS, talvez High Hell seja algo bem próximo: temos muitas cores, muito neon, trilha sonora alucinante e um herói mascarado doido para explodir o submundo do crime. Tem coragem para se jogar nessa?

High Hell foi lançado ontem (23/10). O game é uma parceria do brasileiro Terri Vellmann com a Devolver Digital, e está disponível em português brasileiro.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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