Análise Arkade: Junte os escombros e construa seus próprios itens em Giga Wrecker
Nem só de Pokemon a Game Freak vive. E o estúdio provou que, com pouco barulho, mas oferecendo diversão e ótimas mecânicas, é possível fazer algo novo e não viver na dependência eterna dos monstrinhos que fazem a alegria dos gamers há décadas.
Veja agora a análise de Giga Wrecker, um criativo game que conta com a criatividade de games indies, e com a competência de quem por anos ofereceu um jogo tão robusto e completo como Pokémon. É claro que não há maneiras de se comparar os dois games, mas é possível ver o bom trabalho da Game Freak em um game totalmente diferente do qual são conhecidos, o que é algo muito bom.
Um mundo em ruínas
A história de Giga Wrecker se passa no ano de 2030, em um mundo que foi praticamente tomado por Ajeets, as criaturas robóticas presentes no game. E neste mundo nós conhecemos uma jovem chamada Reika, que começa a aventura presa e é salva por uma mulher que se chama Amane. Porém os planos desta mulher eram outros, pois mesmo colocando-a em liberdade, o que Amane queria era matá-la.
O plano falhou, mas Reika acabou ficando gravemente ferida no processo, sendo resgatada por um professor que reconstruiu as partes danificadas de seu corpo, garantindo a ela novas habilidades, as quais serão exploradas no gameplay.
A historia inicialmente não me prendeu, pois acredito que existe um tom artificial em todas as suas conversas iniciais. Mas “a primeira impressão não é a que fica”, a medida que o game progride, com a introdução de personagens interessantes, a substancial melhora nos diálogos e a própria evolução da personagem e sua narrativa que vai ficando cada vez mais interessante, revelando detalhes sobre a trama que farão com que você fique atento para o que irá acontecer.
Audiovisual
Mesmo sendo produzido pela Game Freak, já conhecida pela série de jogos Pokémon, o jogo apela por um visual que lembra vários games indies. É um jogo 2D, com cenários bem coloridos, e com os personagens todos bem detalhados mesmo que lembram e muito os games 16-bit e seus sprites em baixa resolução.. O que incomoda no visual do game não é a sua qualidade e sim a repetitividade. Os inimigos são todos iguais, as armas também, e, infelizmente, os cenários seguem a “tendência”. O game pode ser dividido em 3 grandes áreas, e dentro dessas áreas você tem varias pequenas salas, mas basicamente o que muda é a palheta de cores usadas em cada área, o design em si não é tão alterado.
Destrua, Recolha e Reconstrua
Para começar a explicar a jogabilidade, primeiro entenda que o jogo segue bem o estilo Metroidvania, ou seja, você tem uma série de áreas que vão ficando disponíveis com o andar do jogo, sendo então um convite para a exploração, então espere um bom vai e volta nesse game. E, no meio de tudo isso, as transformações sofridas por Reika é quem ditarão o controle da personagem no game. Lembra da reconstrução de seu corpo? Pois é ele quem faz a diferença aqui.
Durante o game, Reika vai poder destruir algumas construções e inimigos e ao se fazer isso, eles soltam escombros que podem ser acumulados em uma esfera e a partir dai podem ser transformados em cubos, lanças, brocas ou até mesmo usados para atacar com mais força. E é a partir daí que o game cria diversos puzzles, praticamente tornando cada sala um puzzle diferente, que você tem que se virar para resolver. E eu falo se virar mesmo, pois como o game também usa uma física própria os enigmas não tem apenas uma solução, no processo você pode inventar uma solução só sua, ou acabar resolvendo na sorte também.
Um ponto a se elogiar é como os desenvolvedores trabalharam em fases realmente divertidas, fazendo com que todas as habilidades de Reika sejam úteis, no combate e na resolução dos puzzles. O jogo ainda apresenta um sistema de upgrades, em que ao se juntar um determinado numero de esferas você ganha um ponto para usar. E falando em combates temos que elogiar as batalhas contra os chefes que também exigem que o jogador utilize várias mecânicas apresentadas no game. E caso você não esteja satisfeito com as fases que a Game Freak criou, o jogo tem um editor de fases, que permite publicá-las e compartilhar com a comunidade, jogando um a fase do outro.
Conclusão
Giga Wrecker é mais um daqueles jogos que não tiverem uma campanha de marketing agressiva e talvez por isso não chegue ao grande público, e mesmo com alguns problemas com repetitividades, o game agrada, apesar de curto. Giga Wrecker mostra como os desenvolvedores japoneses ainda sabem nos surpreender criando mecânicas interessantes, mas nunca esquecendo de uma boa historia.
Giga Wrecker foi lançado em 06 de fevereiro para PC, e já está disponível na Steam.