Análise Arkade: Kill The Bad Guy é um sádico e criativo “simulador de acidentes”
Chegou a hora de fazermos a diferença no mundo! Kill the Bad Guy nos dá a chance de eliminar caras maus… desde que façamos isso com sutileza! Confira agora nossa análise deste game cheio de possibilidades!
Uma organização secreta
Ainda que o jogo não tenha realmente uma história, ele tem uma premissa bacana: você é o novo membro de uma organização secreta cuja missão é eliminar todo tipo de criminoso que está solto pelo mundo. Assassinos, mafiosos, terroristas e outros maus elementos serão seus alvos ao longo das mais de 50 fases do game.
Porém, você não pode simplesmente chegar e dar um tiro no sujeito no meio de uma rua movimentada, né? Isso acabaria transformando você em assassino! O que você precisa fazer é ser sutil, e planejar armadilhas — mortais — para pegar os bandidos de surpresa, quando eles estiverem com a guarda baixa.
Esta é sua missão no jogo: eliminar seus alvos (mais ou menos) discretamente, e fazer isso de um jeito que pareça que foi um acidente.
Sabotando o mundo
Para eliminar os caras maus de forma discreta, você conta com dezenas de elementos que podem ser manipulados, hackeados, sabotados, combinados… enfim, cada fase possui um “modus operandi” que você deve seguir se quiser cumprir seu objetivo.
O jogo começa relativamente tranquilo, exigindo apenas que você sabote o motor de carros estacionados e ligue-os quando o bandido estiver passando na frente dele… só que ao fazer isso, o alarme dispara, e isso pode atrair atenções indesejadas para o… propósito da sua missão.
De início, apenas o malfeitor propriamente dito pode se assustar e sair correndo caso algo “estranho” aconteça perto dele, mas conforme você avança pelas várias fases do game, novas camadas de complexidade vão sendo adicionadas: câmeras de vigilância, pedestres aleatórios, tiras, carros de polícia… a parte de “passar despercebido” vai realmente ficando complicada com o passar do tempo.
Na imagem abaixo você consegue visualizar quantas pessoas/câmeras podem flagrar suas ações:
Felizmente, o jogo também vai lhe dando mais ferramentas para que você use sua criatividade na hora de matar: tratores, pianos, tubulações de gás, painéis e cabos elétricos, bolas de demolição, árvores, cordas… quase tudo no mundo do game pode se tornar a) uma distração ou b) uma arma letal.
Em muitos casos, a armadilha parece até algo saído de um desenho dos Looney Tunes — tipo pianos amarrados por cordas em lugares altos, saca só:
Mas, ao contrário dos desenhos, aqui a morte é bem sangrenta, e você ainda conta com replays de vários ângulos para ver seu desafeto explodindo/queimando/sendo atropelado e muito mais!
Estratégia é fundamental
Na prática, cada fase é um puzzle único, com uma série de elementos que precisam ser “ordenados” de maneira correta para que você atinja seu objetivo. E, claro, existem pequenos objetivos secundários que você pode cumprir (muitas vezes sem querer) como encontrar o passaporte escondido em cada fase, eliminar o cara mau no dia 1 ou coletar um dente dele (que sai voando quando ele morre).
Ainda que alguns acontecimentos pareçam aleatórios, na maior parte dos casos você precisa realmente entender o que está acontecendo, e lidar com física e gravidade para que sua armadilha não acabe errando o alvo. Por mais malucas que sejam as situações que você é capaz de criar, elas geralmente são pautadas pela lógica do “mundo real”.
Por exemplo: um cabo de energia pode não acertar o cara malvado do jeito que você queria… mas se você estourar um hidrante para molhar o piso e só então cortar o cabo, a chance do seu alvo ser eletrocutado são bem maiores. Tipo assim, ó:
Essas sutilezas concedem um charme extra ao jogo, ainda que situações invariavelmente acabem se repetindo, até porque a “campanha” do jogo alonga-se um pouco mais do que o necessário.
Gameplay e Audiovisual
Com perspectiva isométrica e visual simples, Kill the Bad Guy usa um padrão de cores minimalista — preto, branco e tons de cinza, basicamente — até para você não se perder. O “inimigo” está sempre bem visível com jaqueta amarela e (literalmente) um alvo na cara.
O gameplay nos consoles se mostra um pouco confuso de início, mas é uma questão de se habituar. Considerando que você não controla um personagem propriamente dito, tudo o que você tem são botões de ação para interagir com o universo do game. É possível, por exemplo, pausar a ação para calcular seu próximo passo, ou mesmo dar um “fast forward” para que a presa chegue mais rápido à sua armadilha.
A trilha sonora é uma mistureba maluca de músicas instrumentais com hip hops — um deles tem até letra, composta especialmente para o game. Ela até funciona, só é estranho que as músicas vão tocando de forma contínua e aleatória (esteja você nos menus, ou jogando de fato).
Um fato interessante é que o game está chegando aos consoles localizado em português brasileiro. Considerando que antes de cada missão você recebe um briefing que detalha o perfil do seu alvo — com doses de humor negro e algumas descrições perigosamente inspiradas em assassinos/terroristas/torturadores reais –, isso sem dúvida é um adendo válido.
Conclusão
Kill the Bad Guy é um joguinho simples e desafiador, que estimula o raciocínio lógico de maneiras sádicas… mas em prol de uma boa causa, claro. Ainda que certas fórmulas acabem se repetindo (até por ele se prolongar um pouco além do necessário), ele oferece uma dose satisfatória de diversão, carnificina e puzzle.
Kill the Bad Guy foi lançado para Playstation 4 e Xbox One esta semana. O game já estava disponível para Steam desde 2014.