Análise Arkade: Lost Epic, uma competente mistura de RPG, Metroidvania e Souls-Like
Lost Epic é um Action RPG, Side-scrolling e Souls-Like desenvolvido pela Team Earth Wars (equipe responsável pelo game Earth Wars) e publicado pela One or Eight INC.
Lançado primeiramente para Steam em acesso antecipado, o jogo sofreu várias mudanças antes de seu lançamento oficial, para agradar a quem gostou da ideia, e recebeu novos conteúdos posteriormente, como novas áreas, avatares e armas.
Finalmente, o jogo está chegando ao Nintendo Switch. Tivemos acesso ao game nesta nova plataforma, e agora amos te contar tudo sobre ele!
A História
Você acorda em uma espécie de limbo, controlando apenas uma sombra. Ao longe, podemos ouvir uma voz nos orientando. Conforme avançamos, encontramos uma casa e dentro dela uma figura se apresentará como Cecilia, bruxa que nos dará uma prévia dos acontecimentos.
Após escolhermos nosso “avatar” a bruxa explicará sobre a situação do Santuário. Ela dirá que os novos deuses (o panteão dos seis) e seus abençoados estão tirando as coisas das pessoas, levando-as à uma inexorável extinção. Neste cenário, os cavaleiros escolhidos (dos quais você faz parte) são a força que lutará contra isso. Assim, seu objetivo é visitar os santuários e enfrentar tais deuses a fim de evitar a destruição da humanidade.
O Mundo
O mundo de Lost Epic é vasto e oferece grandes possibilidades de exploração. Muitos segredos serão desvendados conforme avançamos no jogo. Há uma diversidade bem grande de cenários, cada um abrigando o seu deus referente. Existem regiões submersas, locais com neve e até ambientes completamente tomados pela escuridão.
Lost Epic até pode ser considerado um Metroidvania, uma vez que seu mapa é totalmente interconectado, e iremos revisitar diversos locais para ter acesso a novas áreas conforme adquirimos novas habilidades.
Enquanto exploramos, também teremos interações com outros personagens que poderão nos dar missões secundárias cujas recompensas podem ser itens únicos. Então, não os ignore.
Jogabilidade
Aqui é a parte onde o jogo é mais competente: a jogabilidade de Lost Epic é viciante e bem fluida. Apesar de termos uma barra de stamina ela só irá limitar a quantidade de golpes que podemos desferir contra os inimigos e nossa capacidade de desviar deles. Não existe punição, nem demora de recarga.
A única punição que o jogo possui de fato é o famoso “corpse run”: se morrer, você perderá todos os cristais de XP que está carregando, sendo obrigado a ir recuperar tudo no local em que você morreu. Se morrer novamente antes de pegar… bem, você já sabe.
Como pode ver, ainda que o jogo se descreva como um Souls-like, seu gameplay é muit mais ágil, com golpes especiais e combos que flertam com gênero hack ‘n slash. Somado ao fato Metroidvania, eu diria que esta é uma boa mistura, pois torna Lost Epic divertido e viciante.
Evoluindo o personagem
No jogo coletamos Anima, uma espécie de cristal que dropa dos inimigos e é usado para aumentarmos de nível. Nos level ups, podemos escolher uma nova benção a cada nível ganho.
Em uma primeira olhada, a quantidade de páginas que tem o livro de bençãos chega a assustar, mas fique tranquilo: algumas habilidades serão desbloqueadas interagindo com certos monumentos espalhados pelo mapa, enquanto outras também são liberadas mediante o cumprimento de certos requisitos específicos.
Forjando armas e aprendendo novas habilidades
Lost Epic possui um sistema de forja de armas, a princípio um pouco complexo, mas bastante gratificante.
Funciona assim: cada arma possui uma árvore de possíveis evoluções próprias. Podemos escolher o efeito dela utilizando os itens certos para criar armas únicas.
É importante entender como isso funciona pois conquistamos habilidades através das armas que criamos: cada arma uma possui uma Habilidade Divina única. Como tais poderes estão atrelados à uma arma, se trocar de arma, você não poderá mais utilizar a habilidade dela.
Felizmente, existe uma forma de quebrar essa “limitação”, que é aumentando o nível de proficiência da Habilidade Divina. Assim, podemos utilizar a habilidade com outras armas de mesma classe, ou mesmo evoluir essas habilidades em Habilidades Ocultas. Estas são mais poderosas, mas sua criação demanda o sacrifício das habilidades que foram aprendidas para realizar o processo.
É um processo interessante, que acrescenta alguma estratégia à escolha das armas. O jogo inclusive incentiva a criação de vários tipos de armas, para que o jogador possa conhecer e aproveitar ao máximo as habilidades de cada uma.
Na forja também iremos criar outros tipos de itens como armaduras, iten consumíveis e também uma manopla que possui habilidades mágicas variadas como cura e magias únicas.
Por fim, vale mencionar algo que achei interessante, a dificuldade. Lost Epic traz como dificuldade normal a -1, que seria a dificuldade fácil e a dificuldade -2 que seria uma mais fácil ainda. Porém, também podemos aumentar a dificuldade do jogo gastando anima em determinados monumentos.
Isso faz com que nas áreas iniciais os inimigos não morram com um golpe só, afinal a graça do jogo está em seu robusto sistema de combate.
Também podemos enfrentar os deuses que já foram derrotados anteriormente: basta interagir com uma chama roxa que fica na arena do deus. Podemos repetir a batalha quantas vezes quisermos, mas com um porém: a cada nova luta, o nível do deus ficará mais forte, podendo chegar até o nível 10.
Missões secundárias e missões de eliminação
Lost Epic traz missões secundárias e de caçada em cada região que visitamos. Cumprir essas missões concede Anima para evoluir o personagem e ganhar novas habilidades, mas fica a seu critério fazê-las ou não.
O jogo ainda conta com um elemento cooperativo: você poderá ajudar seus amigos em batalhas contra os deuses, mas infelizmente, por ter jogado antes do lançamento, não pude experimentar este recurso, então não irei me aprofundar nesse ponto.
Audiovisual
Lost Epic conta com belíssimas composições musicais de Hiromitsu Iijima, artista que produziu músicas para as animações Star Wars Visions, Made in Abyss e Eden.
Já o character design ficou para uma artista australiana conhecida como Namie que ilustrou um mangá Shounen The Farthest Library in The Mirror e os jogos Azur Lane, Arknights e Grand Order.
O visual, inclusive, é um dos destaques do jogo: os personagens são muito bem desenhados, e os cenários são muito variados e coloridos. Os inimigos também se destacam, especialmente os chefes e monstros gigantes.
Conclusão
Lost Epic é um Action RPG 2D de exploração com elementos de Souls-Like e Metroidvania que consegue criar uma experiência surpreendentemente coesa, apesar dessa mistura toda.
Com um vasto sistema de criação de armas e itens e um sistema de combate muito competente, o jogo incentiva o jogador a continuar explorando, seja pelas batalhas, seja para conhecer novos personagens intrigantes e o desenrolar da trama.
Embora já esteja disponível para outras plataformas, o título é uma excelente adição à biblioteca do Nintendo Switch, que se mostra uma ótima plataforma para quem quiser curtir o game a qualquer hora, em qualquer lugar.
Lost Epic foi lançado em 28 de julho de 2022 para PC, PS4 e PS5.A versão Nintendo Switch, que analisamos, chega hoje, 20 de abril de 2023. O jogo conta com áudio em japonês e legendas em português brasileiro (para a nossa alegria).