Análise Arkade: Madden 17 continua a evolução da NFL nos games
O Futebol Americano está em crescimento no Brasil. Com iniciativas da própria NFL, maior atenção da mídia e fãs que crescem a cada dia (e com isso, equipes), o esporte vem aos poucos, se consolidando e garantindo seu espaço em um país que ama o futebol com os pés e o vôlei, mas que gosta de esportes como um todo.
E não há melhor maneira de se conhecer um esporte do que tendo a experiência de praticá-lo. Como o Futebol Americano é um esporte muito técnico e que conta com algumas exigências para a sua prática, como equipamentos e conhecimento de muitas regras, talvez os games sejam o melhor local para saber o que é um fumble, um touchdown, ou para saber o que é e a melhor hora de se fazer um play action. E, entre os games licenciados, Madden sempre se destacou.
Sempre considerei Madden como o melhor game de esporte entre todos os esportes, devido ao seu cuidado técnico em expressar o que é ser um jogador profissional de NFL, tendo a sensação de jogar nos estádios sempre lotados e de lidar com a pressão de lidar com as várias situações que o jogo oferece. E, para continuar este legado, jogamos Madden 17, o mais recente game da franquia, que chega junto com a nova temporada da Liga Profissional mais poderosa do mundo, e oferece boa evolução.
O máximo do poder da atual geração
Jogos de esporte são conhecidos, atualmente, pela sua busca por perfeição visual. Estádios, técnicos, jogadores e até a bola contam com trabalho árduo, buscando sempre oferecer ao jogador a experiência mais próxima possível do que se pode ver na TV. Mas Madden consegue ir além de todos os outros games, em todos os esportes. Sua equipe consegue explorar melhor do que as outras as capacidades do Xbox One e do Playstation 4, oferecendo não só gráficos belos, mas um show de transmissão.
Os jogadores vibram, os técnicos gritam, os estádios pulsam e o game brilha. Poucos no Brasil terão a oportunidade de comparar, mas tecnicamente falando, sem levar em consideração a popularidade dos esportes, Madden é muito mais completo do que o FIFA, da própria EA. Ajuda também o fato de que no mundo da bola oval, tudo é muito mais “simples” de se trabalhar, já que estamos falando de apenas 32 times, com 32 estádios e suas particularidades, enquanto a franquia de futebol tem que negociar várias ligas pelo mundo, além de ter que oferecer vários estádios, clubes e jogadores, que passam das centenas.
E na narração, Brandon Gaudin e Charles Davis continuam segurando bem o bastão passado pelo lendário narrador John Madden. Porém, para vender mais cópias do jogo no país e para criar uma identidade melhor com o jogador brasileiro, acreditamos que já é hora da EA buscar um trabalho localizado, com menus em nosso idioma, adaptados para a nossa realidade e, principalmente, uma narração aos berros brasileiros. Rômulo Mendonça conseguiria levar muito mais brilho aos jogos com seu “Ritmo Ragatanga” de narração.
“É como estar lá”
A captura de movimentos também é um elemento chave para o sucesso de um game de esporte. E Madden continua fazendo isso com excelência. Não temos uma revolução neste ano, mas sem sombra de dúvidas, podemos conferir uma ótima evolução, com jogadores fazendo seus movimentos de maneira mais fluída e divertida. Na hora de atacar, as jogadas continuam oferecendo simplicidade para novatos e infinitos recursos para os mais experientes, com boa resposta tanto para jogadas longas envolvendo passes, quanto para as jogadas terrestres.
Os jogadores sempre buscam a melhor posição no campo para as jogadas específicas, e melhorou muito a questão de “errar o passe por causa de burrada da IA”. A defesa é bem consistente e agora o jogador pode ter mais controle sobre a equipe, ao invés de apenas escolher um jogador para fazer uma ação e rezar para que a IA cuide do resto. O futebol americano é muito complexo e cheio de possibilidades, mas mesmo com esta gama enorme de opções, Madden sempre faz bonito.
Somado a isto, temos boas opções de gameplay. Além dos tradicionais jogo rápido e temporada, temos também a volta do Ultimate Team, para a jogatina online, e o Franchise, para a jogatina solo, que assim como o próprio game, também simplifica a vida de novatos dando dicas e aconselhando o jogador para as melhores decisões, mas ao mesmo tempo oferece várias possibilidades de gerenciamento, dando ao jogador o poder de ser um dono de franquia, contratando e tomando decisões que vão influenciar na temporada.
E temos aqui o Play the Moment. Assim como a introdução do game do ano passado, que nos colocava direto na final de um Super Bowl com jogadas-chave, o modo lembra os modos scenario dos games International Superstar Soccer, em que tínhamos um jogo já rolando com a chance de mudar a história da partida. Só que aqui, ao invés de contar com o controle do time em um restante de tempo, temos um jogo todo, mas sem a “chatice” das primeiras descidas, punts ou campanhas enfadonhas. O que acontece aqui é apenas ação, com as jogadas mais importantes da partida sendo realizadas pelo jogador, influenciando diretamente no resultado da partida, para o bem ou para o mal.
O melhor game de esporte
https://www.youtube.com/watch?v=VEmQEFCBp2c
FIFA e PES contam com a preferência do jogador brasileiro pelas razões óbvias, a série NBA da 2K oferece uma imersão completa no esporte e até a Fórmula 1 reencontrou seu caminho, no atual game da Codemasters. Temos uma boa seleção de games esportivos, mas Madden ainda se destaca em meio a tantos jogos interessantes, oferecendo, nas devidas proporções de cada esporte, a melhor imersão em um game do gênero.
Visual matador, adaptado para novatos, com muitos recursos para os veteranos e com modos de game inteligentes, temos aqui um ótimo simulador de futebol americano e o melhor game esportivo do ano. Madden 17 não reinventou a roda, mas evoluiu de maneira relevante vários elementos do seu último game, trazendo ao seu jogador mais consistência e todo o brilho que uma partida de NFL pode oferecer. Para os fãs da bola oval, se trata de um jogo obrigatório.