Análise Arkade: Mônica e a Guarda dos Coelhos traz diversão para toda a família
Mais de 20 anos após sua última aparição no mundo dos games, a Turma da Mônica retorna para uma nova aventura multi-plataforma em Mônica e a Guarda dos Coelhos, confira nossa análise!
Ajudando uma estrela
A Turma da Mônica dispensa apresentações. Os personagens criados por Mauricio de Sousa já estão há mais de 50 anos incentivando a leitura com muito bom humor e consciência social. O que nasceu nos quadrinhos logo ganhou a TV e o cinema, virou parque temático e tornou-se uma das maiores produções de entretenimento do Brasil.
A Turminha, claro, também já passou pelos games, ainda que em produções que nada mais eram do que mods de outros jogos, adaptados ao público brasileiro pela TecToy. Caso do famoso Mônica no Castelo do Dragão, nada mais que uma adaptação de Wonder Boy in Monster Land com uma skin diferenciada. Tivemos alguns mobile games e games de browser nos últimos anos, mas Mônica e a Guarda dos Coelhos marca o retorno da turma aos consoles depois de mais de 20 anos.
A história de Mônica e a Guarda dos Coelhos coloca a protagonista para ajudar uma estrelinha que caiu na Terra porque o céu está muito sujo. Para piorar, Mônica descobre que sua turminha foi aprisionada por monstrinhos de sujeira — que também estão querendo capturar a estrelinha. Precisamos protegê-la, e para fazer isso devemos visitar os castelos da tal Guarda dos Coelhos.
Assim, Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e diversos outros personagens famosos da Turminha unirão forças para proteger castelos da invasão destes monstrinhos e enviar a estrelinha de volta para casa. A história meio que remete ao clássico desenho Turma da Mônica e a Estrelinha Mágica, animação que já completou 30 anos e sem dúvida marcou a infância de muita gente.
Diversão familiar
O subtítulo acima tem duas conotações: a primeira é porque este é um jogo excelente para se jogar em família. A segunda é porque o jogo é meio que uma “nova versão” do divertido No Heroes Here, tower defense diferenciado onde devemos alimentar (e limpar) canhões para manter hordas de inimigos afastados.
Mônica e a Guarda dos Coelhos parte da mesma premissa, e tem muito em comum com No Heroes Here. Porém, há espaço para novidades interessantes. A mais óbvia, claro, é a presença da Turma da Mônica, mas novas mecânicas de gameplay se fazem presentes, trazendo um bem-vindo frescor mesmo para quem jogou muito o outro game da Mad Mimic.
Vejamos: agora temos 3 tipos de munição, representados por coelhos de cores diferentes. Sansão, o famoso coelhinho azul, é a munição padrão, que causa dano. A coelha rosa, Dalila, cria uma poça de chiclete que atrasa o progresso das hordas de inimigos. Por fim, temos o coelho amarelo, Hércules, que paralisa os inimigos por alguns segundos.
Claro que nenhum dos coelhos vêm “prontos”: precisamos fabricá-los utilizando matéria-prima e forjas que ficam em pontos (nem tão) estratégicos dos castelos. Trabalho em equipe é fundamental para otimizar a produção de munição, pólvora e a manutenção dos canhões, que devem ser limpos após cada disparo.
A campanha do jogo espalha-se por 4 reinos, cada um com um bom número de fases. Há batalhas contra chefes e desafios específicos para cada fase que são opcionais e estão lá justamente para aumentar o desafio, estimulando o jogador a se superar. Elementos como portais que transportam ingredientes, esteiras rolantes e/ou cenários que sofrem mudanças estruturais também marcam presença, apimentando a receita com novas possibilidades e obrigando os jogadores a improvisarem e se adaptarem.
Audiovisual
Apesar da simplicidade latente do estilo pixel art adotado, Mônica e a Guarda dos Coelhos é um joguinho muito simpático e bem resolvido visualmente. Mesmo com poucos pixels, os personagens são facilmente identificáveis, com detalhes que ressaltam suas características mais emblemáticas dos quadrinhos. Enquanto a Mônica usa seu coelhinho para bater e forjar coisas, Cascão usa um guarda-chuva, e Chico Bento uma viola. São detalhes charmosos e condizentes com a personalidade de cada um.
A trilha sonora segue a mesma pegada: simples, mas carregada de personalidade. Os efeitos sonoros se destacam por serem bem diferentes de um personagem para o outro, o que contribui com a já mencionada representação da identidade de cada um: considerando que mecanicamente todos são iguais, é nos barulhinhos e trejeitos que cada personagem se torna único.
Como bom jogo brasileiro, vale ressaltar que Mônica e a Guarda dos Coelhos chega totalmente em português brasileiro para todas as plataformas, e até vai um pouco além: algumas palavras aparecem escritas de forma “elada”, justamente para homenagear a forma de falar do nosso querido Cebolinha!
Este é mais um detalhe mínimo, que pode até passar meio batido por quem não se liga tanto na Turminha, mas reforça o carinho e atenção aos detalhes que o jogo recebeu.
Conclusão
Como dito no início deste texto, o debute da carreira da Turma da Mônica no mundo dos game se deu através de um mod que trocava a skin de outro jogo. Em uma primeira olhada, este Mônica e a Guarda dos Coelhos parece repetir este mesmo formato: é inegável que ele parece um No Heroes Here com skins da Turma da Mônica.
Mas, basta meia hora de jogatina para vermos que ele é mais do que isso: ainda é um jogo da Turma da Mônica construído sobre os alicerces de No Heroes Here, mas suas novidades deixam claro que ele não é apenas uma skin, mas uma versão melhorada e ampliada da fórmula que deu certo no jogo original, com novos desafios, munições, fases, e muito mais.
O fato é que a Turma da Mônica segue alegrando gerações de fãs em diversas mídias, e agora temos mais um lugar para nos divertimos com estes personagens tão queridos: Mônica e a Guarda dos Coelhos é o tipo de jogo excelente para reunir os amigos ou a família para uma boa dose de jogatina e diversão!
Mônica e a Guarda dos Coelhos foi lançado em 5 de dezembro, e está disponível para Xbox One, Playstation 4, Nintendo Switch e Steam.