Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness
Você é fã dos mitos de H. P. Lovecraft? Então que tal conhecer uma nova aventura que leva a mitologia criada pelo autor para novos horizontes? Literalmente além dos horizontes da Terra! Este é Moons of Madness, game de terror originalmente lançado para PC em 2019 e que está chegando hoje ao Playstation 4 e Xbox One!
É hora então de sabermos como o game acabou se saindo, com sua história de terror no solo vermelho de marte, com seus vários mistérios e até mesmo algumas referências interessantes, propositais ou não. Então, vamos lá!
“No espaço, ninguém pode te ouvir gritar”
Moons of Madness se passa no ano de 2063 e conta a história de Shane Newehart, um engenheiro enviado para uma missão de exploração em Marte em busca de vestígios de vida. Seu trabalho era bem simples, consertar coisas quebradas e manter tudo funcionando.
Shane é atormentado todas as noites com terríveis pesadelos, que mostram estranhas raízes, vinhas e plantas monstruosas que tentam matá-lo, além de sonhar com uma estranha mulher tenebrosa. E bem, como já é de se esperar, esses não eram somente pesadelos, mas sim presságios sobre um grande perigo que estava prestes a ser despertado no solo de Marte.
E assim, Shane e a tripulação que está explorando o planeta vermelho se vê no meio de um imenso perigo desconhecido e muito misterioso, que revela não só segredos obscuros de Marte, como da própria humanidade.
Uma interessante mistura de referências
Lovecraft é referenciado constantemente nos video games, seja diretamente, com títulos basados em suas obras, como Call of Cthulhu e The Sinking City ou através de referências menores aqui e ali. Moons of Madness é um titulo bem interessante, pois cria uma história original baseada nos mitos de Lovecraft, mas levando-os para um futuro bem “realista”.
A primeira grande referência que percebemos no game, além de Lovecraft, é com a franquia de cinema Alien. Mais especificamente com o primeiro filme. O game se passa uma estação espacial em marte, com uma equipe composta por 5 pessoas, que nos eventos do game estão cada um em partes diferentes da estação. Assim, o sentimento de solidão, aliado com os sons de marte, suas ventanias, ecos do espaço e sons de máquinas e computadores, cria uma atmosfera muito bem feita.
Uma coisa legal do game é como a tensão e terror são construídos, não é aquele clichê de “de uma hora pra outra” tudo desanda. Primeiro começam com os pesadelos de Shane, então as coisas começam a parar de funcionar na estação, coisas rotineiras, até que o mistério se abre de forma impactante e bem interessante, com a aventura seguindo mais e mais profundamente nos segredos de Marte.
Há é claro várias referências diretas às obras de Lovecraft (que não mencionarei para evitar spoilers), sendo o game ambientado no mesmo universo, porém no futuro. Um ponto positivo do game é que nós podemos ver os monstros, apesar deles não aparecerem constantemente.
Este game não é como Alien Isolation, em que estamos constantemente fugindo. É um game mais focado em contar sua história e faz isso de forma bem satisfatória. Um ponto negativo é que o game possui dois finais, mas que não se diferenciam muito entre si. Mas no geral é uma história bem interessante, com uma atmosfera de terror bem construída e alguns jump scares bem colocados, que não caem no óbvio e realmente pegam de surpresa.
Jogabilidade
Moons of Madness é um game de terror em primeira pessoa, em que controlamos um protagonista frágil. Sendo assim, não há batalhas contra monstros. Se você encontrar algum deverá fugir o mais rápido que puder.
Sendo um game focado em contar uma história, ele é bem linear, não que isso seja um defeito. O foco está na resolução de pequenos puzzles pelo caminho e pela coleta de informações, que vão dando seguimento na história e revelando todos os mistérios pros trás dos eventos que o jogador viverá.
Entre as coisas que o jogador pode fazer no game está encontrar alguns objetos que ajudam na exploração, como ferramentas e cartões de acesso. Além de poder escanear a área. O Scanner é a ferramenta mais útil que você terá, pois é com ele que o jogador interage com máquinas, inclusive a distância, acessando suas interfaces por um pequeno monitor acoplado ao braço esquerdo de Shane.
Além disso o jogador pode interagir fisicamente com certos objetos, podendo usar o joystick para movê-los e girá-los, o que é um recurso bem interessante, mas que poderia ser melhor utilizado, na minha opinião. Há objetos que você pode girar para encontrar algo importante, como um informação ou algo a se interagir, mas não são muitos, o que torna esse recurso, apesar de interessante, subaproveitado.
Uma coisa legal do game é que em vários momentos temos que explorar o planeta, para isso o jogador deverá vestir seu traje espacial, recarregar seu tanque de oxigênio e sair por aí. A exploração porém não é livre, o jogador deve entrar em um veículo que o levará a seu destino. Uma coisa bem importante é ficar de olho em seu medidor de oxigênio e recarregá-lo quando preciso. Pois se você ficar sem ar na parte externa de Marte, terá uma morte terrível.
Audiovisual
Moons of Madness possui um visual muito bem feito. A estação espacial é futurista, mas aparenta ser até “realista”. Ela conta com um visual limpo e “funcional”, como o interior da Nostromo de Alien, ou seja, nada de coisas flutuantes, hologramas e coisas do tipo.
Os monstros do game, além das raízes e plantas alienígenas que aparecem pela estação, também são bem feitos. E um ponto positivo do game é que podemos ver os monstros em detalhes, e cada encontro com eles é bem tenso. Porém, sendo um game linear, dificilmente você morrerá muitas vezes. Basta usar seu scanner para saber para onde ir.
Isso sem falar nas paisagens de Marte, com seus imensos desertos de areia vermelha, atingidos por constantes tempestades de areia e ventos fortes. E as estruturas humanas construídas em diferentes pontos do planeta, como a própria estação espacial, um imenso satélite e etc.
O departamento sonoro do game manda muito bem. Como já mencionado, os sons ambientes do game são muito bem feitos, a ventania, os “ecos” espaciais, sons de máquinas e aparelhos eletrônicos, além dos sons dos monstros e criaturas sobrenaturais.
O game é dublado em inglês, com um ótimo trabalho vocal. E conta com menus e legendas em português brasileiro, com uma tradução realmente excelente, tanto nas conversas e gírias entre os personagens, quanto nos vários termos científicos em documentos e arquivos encontrados.
Conclusão
Moons of Madness é um game bem surpreendente, misturando os mitos de H. P. Lovecraft com ficção científica espacial e alguns outros elementos. Num geral o game pareceu um tanto “curto”, mas talvez seja por estar acostumado a games de terror com durações maiores. Não se engane, o game tem uma boa duração, mas não leva muito tempo para ser finalizado.
Se você gosta de games de terror e dos contos de Lovecraft, então esse é um título bem interessante que merece sua atenção, ainda mais se você conseguir perceber as várias referências escondidas aqui e ali!
Moons of Madness está chegando hoje, 24 de março ao Playstation 4 e Xbox One. O game também está disponível nos PCs.