Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

24 de março de 2020
Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Você é fã dos mitos de H. P. Lovecraft? Então que tal conhecer uma nova aventura que leva a mitologia criada pelo autor para novos horizontes? Literalmente além dos horizontes da Terra! Este é Moons of Madness, game de terror originalmente lançado para PC em 2019 e que está chegando hoje ao Playstation 4 e Xbox One!

É hora então de sabermos como o game acabou se saindo, com sua história de terror no solo vermelho de marte, com seus vários mistérios e até mesmo algumas referências interessantes, propositais ou não. Então, vamos lá!

“No espaço, ninguém pode te ouvir gritar”

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Moons of Madness se passa no ano de 2063 e conta a história de Shane Newehart, um engenheiro enviado para uma missão de exploração em Marte em busca de vestígios de vida. Seu trabalho era bem simples, consertar coisas quebradas e manter tudo funcionando.

Shane é atormentado todas as noites com terríveis pesadelos, que mostram estranhas raízes, vinhas e plantas monstruosas que tentam matá-lo, além de sonhar com uma estranha mulher tenebrosa. E bem, como já é de se esperar, esses não eram somente pesadelos, mas sim presságios sobre um grande perigo que estava prestes a ser despertado no solo de Marte.

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

E assim, Shane e a tripulação que está explorando o planeta vermelho se vê no meio de um imenso perigo desconhecido e muito misterioso, que revela não só segredos obscuros de Marte, como da própria humanidade.

Uma interessante mistura de referências

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Lovecraft é referenciado constantemente nos video games, seja diretamente, com títulos basados em suas obras, como Call of Cthulhu e The Sinking City ou através de referências menores aqui e ali. Moons of Madness é um titulo bem interessante, pois cria uma história original baseada nos mitos de Lovecraft, mas levando-os para um futuro bem “realista”.

A primeira grande referência que percebemos no game, além de Lovecraft, é com a franquia de cinema Alien. Mais especificamente com o primeiro filme. O game se passa uma estação espacial em marte, com uma equipe composta por 5 pessoas, que nos eventos do game estão cada um em partes diferentes da estação. Assim, o sentimento de solidão, aliado com os sons de marte, suas ventanias, ecos do espaço e sons de máquinas e computadores, cria uma atmosfera muito bem feita.

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Uma coisa legal do game é como a tensão e terror são construídos, não é aquele clichê de “de uma hora pra outra” tudo desanda. Primeiro começam com os pesadelos de Shane, então as coisas começam a parar de funcionar na estação, coisas rotineiras, até que o mistério se abre de forma impactante e bem interessante, com a aventura seguindo mais e mais profundamente nos segredos de Marte.

Há é claro várias referências diretas às obras de Lovecraft (que não mencionarei para evitar spoilers), sendo o game ambientado no mesmo universo, porém no futuro. Um ponto positivo do game é que nós podemos ver os monstros, apesar deles não aparecerem constantemente.

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Este game não é como Alien Isolation, em que estamos constantemente fugindo. É um game mais focado em contar sua história e faz isso de forma bem satisfatória. Um ponto negativo é que o game possui dois finais, mas que não se diferenciam muito entre si. Mas no geral é uma história bem interessante, com uma atmosfera de terror bem construída e alguns jump scares bem colocados, que não caem no óbvio e realmente pegam de surpresa.

Jogabilidade

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Moons of Madness é um game de terror em primeira pessoa, em que controlamos um protagonista frágil. Sendo assim, não há batalhas contra monstros. Se você encontrar algum deverá fugir o mais rápido que puder.

Sendo um game focado em contar uma história, ele é bem linear, não que isso seja um defeito. O foco está na resolução de pequenos puzzles pelo caminho e pela coleta de informações, que vão dando seguimento na história e revelando todos os mistérios pros trás dos eventos que o jogador viverá.

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Entre as coisas que o jogador pode fazer no game está encontrar alguns objetos que ajudam na exploração, como ferramentas e cartões de acesso. Além de poder escanear a área. O Scanner é a ferramenta mais útil que você terá, pois é com ele que o jogador interage com máquinas, inclusive a distância, acessando suas interfaces por um pequeno monitor acoplado ao braço esquerdo de Shane.

Além disso o jogador pode interagir fisicamente com certos objetos, podendo usar o joystick para movê-los e girá-los, o que é um recurso bem interessante, mas que poderia ser melhor utilizado, na minha opinião. Há objetos que você pode girar para encontrar algo importante, como um informação ou algo a se interagir, mas não são muitos, o que torna esse recurso, apesar de interessante, subaproveitado.

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Uma coisa legal do game é que em vários momentos temos que explorar o planeta, para isso o jogador deverá vestir seu traje espacial, recarregar seu tanque de oxigênio e sair por aí. A exploração porém não é livre, o jogador deve entrar em um veículo que o levará a seu destino. Uma coisa bem importante é ficar de olho em seu medidor de oxigênio e recarregá-lo quando preciso. Pois se você ficar sem ar na parte externa de Marte, terá uma morte terrível.

Audiovisual

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Moons of Madness possui um visual muito bem feito. A estação espacial é futurista, mas aparenta ser até “realista”. Ela conta com um visual limpo e “funcional”, como o interior da Nostromo de Alien, ou seja, nada de coisas flutuantes, hologramas e coisas do tipo.

Os monstros do game, além das raízes e plantas alienígenas que aparecem pela estação, também são bem feitos. E um ponto positivo do game é que podemos ver os monstros em detalhes, e cada encontro com eles é bem tenso. Porém, sendo um game linear, dificilmente você morrerá muitas vezes. Basta usar seu scanner para saber para onde ir.

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Isso sem falar nas paisagens de Marte, com seus imensos desertos de areia vermelha, atingidos por constantes tempestades de areia e ventos fortes. E as estruturas humanas construídas em diferentes pontos do planeta, como a própria estação espacial, um imenso satélite e etc.

O departamento sonoro do game manda muito bem. Como já mencionado, os sons ambientes do game são muito bem feitos, a ventania, os “ecos” espaciais, sons de máquinas e aparelhos eletrônicos, além dos sons dos monstros e criaturas sobrenaturais.

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

O game é dublado em inglês, com um ótimo trabalho vocal. E conta com menus e legendas em português brasileiro, com uma tradução realmente excelente, tanto nas conversas e gírias entre os personagens, quanto nos vários termos científicos em documentos e arquivos encontrados.

Conclusão

Análise Arkade: Encare os terrores do espaço em Moons of Madness

Moons of Madness é um game bem surpreendente, misturando os mitos de H. P. Lovecraft com ficção científica espacial e alguns outros elementos. Num geral o game pareceu um tanto “curto”, mas talvez seja por estar acostumado a games de terror com durações maiores. Não se engane, o game tem uma boa duração, mas não leva muito tempo para ser finalizado.

Se você gosta de games de terror e dos contos de Lovecraft, então esse é um título bem interessante que merece sua atenção, ainda mais se você conseguir perceber as várias referências escondidas aqui e ali!

Moons of Madness está chegando hoje, 24 de março ao Playstation 4 e Xbox One. O game também está disponível nos PCs.

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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