Análise Arkade: sabotando planos alienígenas no simpático Mugsters
Os aliens estão invadindo a Terra e aprisionando os humanos em bizarras estruturas de vidro. Sabe quem vai ter que salvá-los? Isso mesmo, você! Confira agora nossa análise do simpático Mugsters!
Humanos X Aliens
Mugsters não tem lá muita história, mas se passa em uma versão da Terra que está sendo dominada por alienígenas. Há antenas e aparatos tecnológicos para todo canto, ovnis patrulhando os arredores e pobres “serumaninhos” engaiolados em sinistros “potes”.
Não podemos ficar de braços cruzados perante esta situação, certo? Assim, em Mugsters nosso trabalho é basicamente explodir construções alienígenas, salvar seres humanos, coletar cristais… e tentar escapar com vida de cada fase, claro!
Fugindo da(s) Ilha(s)
Simplicidade é a palavra chave aqui: Mugsters se apresenta como um game de exploração e visão isométrica com environmental puzzles baseados em física. O cumprimento dos objetivos acaba sendo consequência, de modo que o trabalho “de verdade” está em descobrir como chegar até eles.
Há um hub principal com portais pelos quais acessamos novas áreas, e eu recomendo que você gaste um tempo por ali para familiarizar-se com as mecânicas e elementos básicos de gameplay, visto que aqui não há tutorial, nem nada do tipo: devemos aprender tudo na marra.
Junto dessa proposta, Mugsters traz uma vibe meio sandbox que é o que realmente se destaca: em cada fase, o jogo te larga em uma ilha com alguns objetivos para serem cumpridos, mas como você vai fazer isso fica totalmente a seu critério.
Por exemplo, há carros que você pode usar para se locomover, e eles podem inclusive ser usados para derrubar barreiras e destruir coisas. Porém, eles têm o péssimo hábito de explodir com você dentro quando tomam muito dano, então talvez seja interessante você NÃO usar o carro para destruir coisas, mas apenas para se locomover.
Confira abaixo meu gameplay das 2 primeiras fases:
Para você não ficar sem carro, felizmente há outras coisas com alto poder destrutivo pelos cenários: o game traz “vending machines” que parecem máquinas de refrigerante, mas que liberam barris explosivos, que você pode carregar para lá e para cá e usar para derrubar paredes e explodir coisas.
Então, ainda que este não seja um puzzle game tradicional — como um The Spectrum Retreat da vida — ele traz situações que obrigam o jogador a ser inventivo. Se você detonar o único carro da ilha e a saída estiver depois de uma rampa, por exemplo, você provavelmente não conseguirá acessá-la estando a pé, então é melhor poupar o carro e derrubar paredes de outra maneira.
É um exemplo simplório, mas que transmite bem o tipo de desafio que Mugsters oferece: ele nunca parece difícil demais, mas geralmente demanda que você observe o panorama geral antes de partir para a ação. Não ir pelo caminho mais óbvio se quiser vazar da ilha com todos os objetivos cumpridos é fundamental.
Estes objetivos são opcionais — a missão principal sempre é simplesmente sair da ilha — mas boa parte da diversão está justamente em fazer tudo. Desativar cercas elétricas, acionar portões, redirecionar lasers, despistar ovnis, há muita coisa para ser feita aqui, e o jogo é generoso em oferecer ferramentas para que você possa se livrar das enrascadas de formas inusitadas e criativas!
Um detalhe bacana é que o jogo oferece coop local para 2 jogadores, mas infelizmente não consegui testá-lo a tempo para esta análise. Isso é algo que quero fazer em breve, pois tal qual Human Fall Flat, este é aquele tipo de jogo que sem dúvida fica mais divertido com 2 jogadores confabulando e bolando estratégias juntos!
Audiovisual
Produzido com a versátil engine Unity, Mugsters não chega a ser impressionante, mas ganha pontos por ser bem colorido. O fato de vermos tudo de cima, somado ao jeitão meio cartunesco de veículos e construções, faz com que o jogo pareça uma maquete, um diorama. No conjunto da obra, é um visual bastante simpático.
O game quase não tem músicas, preferindo apostar no som das explosões e no ronco dos motores para situar o jogador naquele universo — e, de fato, podemos ouvir até mesmo os “serumaninhos” batendo no vidro enquanto aguardam resgate. Não se pode negar que a falta de música deixa um vazio, mas fora isso o departamento sonoro é competente, ainda que minimalista.
Conclusão
Mugsters é um jogo bem diferente do convencional. Ele não é um puzzle game nem um sandbox, mas apropria-se de elementos dos 2 gêneros para oferecer um mix bastante interessantes de cenários, que podem ser resolvidos de muitas maneiras.
Apesar do escopo um tanto limitado — o objetivo principal sempre é “sair da ilha” –, há muita variedade de situações aqui, e o fato de termos total liberdade na hora de encontrar/criar soluções é algo que estimula ao jogador, ao mesmo tempo em que adiciona fator replay. Se está em busca de algo assim, Mugsters sem dúvida tem potencial para te agradar!
Mugsters foi lançado em 17 de julho para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.