Análise Arkade: NBA Playgrounds se esforça para trazer o feeling de NBA Jam

17 de maio de 2017

Análise Arkade: NBA Playgrounds se esforça para trazer o feeling de NBA Jam

O saudosismo gamer invadiu até os jogos de esporte! NBA Playgrounds traz visual cartunesco, astros reais da NBA, e se esforça parta trazer de volta o “feeling” do clássico NBA Jam!

Atletas de bolso

Logo que você começa o jogo, recebe um punhado de pacotinhos de cards; e é por eles que você vai destravando novos jogadores. Apesar do visual caricato, o game reúne uma tonelada de jogadores reais da NBA, entre astros atuais e veteranos já aposentados que se tornaram lendas do esporte. Há até uma aba “Bio” que traz informações e curiosidades da carreira de cada atleta.

Abri alguns pacotes de cards de jogadores no vídeo abaixo, ó:

O game começa te oferecendo uns pacotinhos básicos, mas para conseguir mais — e, consequentemente, liberar mais jogadores — você precisa subir de nível e vencer torneios. Felizmente, é possível upar em qualquer modo de jogo; exibição, torneio ou online. Além do seu nível de jogador, cada atleta possui sua própria barra de level up, e a cada nível, jogadas e enterradas mais insanas vão sendo liberadas, e certos jogadores possuem movimentos exclusivos.

2 x 2 urbano

As semelhanças com NBA Jam já começam no formato das partidas: nada de times completos se enfrentando em quadras oficiais, o que temos aqui é o bom velho formato 2 x 2, dois jogadores de cada lado se enfrentando em canchas “urbanas”, o que até lembra um pouco outra finada série esportiva: NBA Street.

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Um detalhe interessante é que você não precisa necessariamente escolher dois atletas do mesmo time: quer que sua dupla seja formada por um jogador do Chicago Bulls e outro do New York Knicks? Sem problemas, aqui as combinações são livres, e sem penalidades.

O gameplay é muito parecido com o do NBA Jam clássico: temos um botão de corrida, um de passe e outro de arremesso, bem como um para dar “tocos” nos adversários. Praticamente tudo o que você faz consome a barra de stamina do jogador, que se recupera rapidamente quando você dá uma folguinha para ele (se mover sem correr já resolve).

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Ao invadir o garrafão correndo, pode-se executar uma gloriosa enterrada, e agora há também um botão só para solicitar assistência e fazer a chamada “ponte aérea”. Jogar bonito e fazer boas roubadas de bola preenche uma barra de especial que, quando cheia, sorteia um power up — correr sem gastar stamina, 2x mais pontos por cestas de lugares específicos, bola relâmpago, etc. — que dura por tempo determinado.

Confira uma partida completa no vídeo abaixo, cheia de enterradas, pontes aéreas, power ups e outros lances bacanas. Repare que um dos jogadores da minha dupla é o brasileiro Nenê, que joga pelos Houston Rockets:

Modos de jogo

NBA Playgrounds oferece o básico para um jogo esportivo com jeitão de arcade. Não há um modo carreira enorme, nem nada do tipo, o foco aqui está em partidas rápidas “sem compromisso”, que podem ser acessadas rapidamente como partidas de Exibição. Um detalhe interessante é que o jogo possibilita multiplayer local para até 4 players, cada um assumindo um jogador de cada time.

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Sua primeira partida no modo Exibição também serve como uma espécie de Tutorial, te ensinando o básico do que é necessário para você encarar os Torneios, que têm 4 partidas cada e rolam em diferentes cantos do globo. Vencer torneios não só lhe rende pacotinhos de cards melhores, como também libera novas quadras, bolas e power ups para serem usadas em outros modos de jogo.

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Por fim temos o Online — que só é liberado depois que você vence o primeiro torneio — , onde você pode testar suas habilidades desafiando players de outros cantos do mundo. Quando joguei não havia muita gente disponível para as partidas online, mas espero que isso melhore com o tempo, conforme mais gente for adquirindo o game. Além de partidas rápidas, em breve será possível criar lobbies e organizar torneios entre amigos (o conteúdo será disponibilizado futuramente, via patch).

Audiovisual

Abraçando um estilo cartunesco simpático e expressivo, NBA Playgrounds transforma os maiores ícones do basquete norte americano em caricaturas bem expressivas. Eu não sou um grande conhecedor do esporte, mas bastou dar uma Googlada rápida para perceber que os modelos estão muito fiéis ao visual dos jogadores reais. As animações são bacanas, e as enterradas ficam ainda mais legais com os bem sacados efeitos de zoom e slow motion que rolam de vez em quando.

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Não há muita variedade de quadras — são 6, no total — e a trilha sonora também se repete mais do que deveria (há basicamente uma música fixa para cada quadra). Porém, o que realmente faz falta aqui é um narrador carismático e fanfarrão como era Tim Kitzrow — a voz de NBA Jam e de jargões memoráveis como “Boom-Shka-Laka” e “He’s on fire!“.

Temos 2 comentaristas acompanhando as partidas, e eles até são esforçados e soltam umas piadinhas — tipo “será que ele derrubou refrigerante no controle?” (quando você faz uma jogada muito ruim) — mas eles simplesmente não têm o mesmo carisma do bom e velho Tim. Aliás, Tim Kitzrow continua vivo e na ativa, e poderia muito bem ter sido chamado para narrar este jogo, hein, Saber Interactive!

Conclusão

Se por um lado NBA Playgrounds lembra MUITO NBA Jam de várias maneiras, por outro ele nunca consegue realmente chegar lá. Não sei explicar exatamente o por que, mas o feeling simplesmente não é o mesmo. Talvez haja saudosismo e memória afetiva envolvidos, mas, por mais que seja esforçado e entregue uma experiência bacana, NBA Playgrounds não consegue ser tão bom quanto NBA Jam.

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Apesar disso, destaco que ele é sem dúvida um joguinho acessível e divertido, e o fato de aceitar coop local para 4 jogadores sempre pode render umas boas partidas e diversão com a galera. Quem é fã de basquete e está a fim de algo menos “sério” e mais arcade, sem dúvida vai se amarrar.

NBA Playgrounds foi lançado em 9 de maio, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch. A versão analisada foi a de PS4, com uma cópia de imprensa que nos foi cedida pela assessoria da Saber Interactive. Vale lembrar que o jogo chega ao Brasil com menus e legendas em português brasileiro.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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