Análise Arkade: acelerando pela vingança em Need for Speed Payback
Em suas duas décadas de história, Need for Speed já viveu várias fases diferentes: passou do jogo de carrões em super estradas, para a era Underground, até a época cinematográfica, que contava com games que misturavam as corridas comuns da série com elementos cinematográficos. Após uma tentativa de reboot, eis que a Ghost busca pegar um pouco de cada elemento que fez de sua franquia uma das preferidas na corrida virtual.
Payback tem competições variadas, como os drifts e arrancadas de Underground, a parte cinematográfica de The Run ou Undercover, adrenalina e mundo aberto do Most Wanted da Criterion e um universo de corridas ilegais, com uma narrativa simples, mas que justifica os rachas pela “Califórnia” do jogo. Em meio a apostas, tretas com policiais e busca por vingança, vamos dar o troco em Payback? Então escolhe seu carro preferido e vem com a gente!
Need for Speed e Furiosos
É notório que os elementos de Velozes e Furiosos influenciaram Payback, no que diz respeito a narrativa. Temos a história, que só existe para justificar as manobras perigosas e as insanidades com os carros, e para criar contexto e cenário. Aqui temos um grupo de amigos que se unem após um incidente, para desmontar a organização The House, um cartel que controla o submundo da cidade. Para alcançar este objetivo, eles precisam participar de corridas dos mais variados tipos, além de cumprir missões específicas, na cidade ou na estrada.
As missões aparecem ocasionalmente, entre as corridas que você vai disputando. Nos trailers que conferimos, até pensei que Payback seria algo mais próximo aos jogos com foco em enredo da série, mas o pessoal da Ghost teve a ideia de equilibrar, por entender que uma história não é lá muito necessária, e fazendo-a aparecer apenas em momentos específicos, fazendo com que o jogo não seja lá muito dependente do enredo, deixando a The House, os protagonistas e tudo o que cerca o jogo bem dispensável.
Fora isso, temos corridas de variados estilos, já conhecidos por fãs de NFS: corridas tradicionais, drifts, arrancadas, off-road… em uma mecânica simples: um grupo é especialista em um estilo, você pega o carro, vai até os pontos de largada e participa do evento. Ganhando uma série, você desafia o chefe do grupo e vai avançando.
Somando ao jogo, temos carros abandonados para procurar pelo mundo do jogo, lojas de peças ou de carros, garagem, radar para marcar as velocidades altas, áreas aleatórias para drifts e outdoors prontos para serem partidos ao meio com seu carro. O jogo oferece uma boa quantidade de conteúdo que não resumem o jogo nem para um modo campanha, que o faria ficar bem curto, nem para um modo de corridas aleatórias. Payback traz conteúdo, que se não é excelente, com certeza é bem satisfatório.
Mais passeio e menos corrida
Ao fazer o jogo em mundo aberto, encher o mapa de possibilidades, e apelar para pequenas microtransações envolvendo cartas de peças que dão upgrades para o seu carro, Payback te convida para passar um bom tempo andando pelas estradas e ruas do seu mundo, uma vez que você precisa ir até os pontos específicos no mapa para ativar qualquer atividade. Mesmo com os pontos de viagem rápida, você irá passear muito pelos cantos do mapa.
Isso deixa o jogo um tanto chato, em certos momentos. Pelo menos te deixa ter mais experiência com os carros, que contam com um controle muito divertido e bem feito. O controle mais arcade deixa as insanidades e as corridas bem interessantes, com o drift sendo facilmente assimilado até para quem não tem costume de jogar jogos deste tipo, os carros sendo bem macios no conduzir, nas curvas e tudo o mais. A demora que o jogo oferece acaba te deixando com os carros mais lentos na maior parte do jogo, mas os carrões vão chegando mais para o final da campanha, deixando tudo ainda mais divertido.
Temos também muita coisa pra fazer na garagem, especialmente quem gosta de customizar. As opções são muitas e, para esta turma, o tempo de vida útil do jogo aumenta e muito. Além das características do carro, mexidas através de cards de performance, também é possível instalar kits, além de encher o carro de perfumarias, como spoilers ou pinturas. Como são muitos os carros a serem descobertos, então há muito trabalho na garagem com a customização.
Um mais do mesmo que diverte
Payback é mais do mesmo no que diz respeito a Need for Speed. Seus elementos de história somados a uma proposta de exploração, aliados a estilos variados de corrida fazem com que o jogo divirta, apesar de não trazer nada de novo ou surpreendente. É mais um NFS e talvez isso já seja divertido o suficiente, para quem gosta da série.
Porém, para o bem ou para o mal, o ritmo mais devagar que o jogo oferece e seu trabalhoso sistema de grinding para angariar cards que “upam os carros” acabam dando uma esticada no jogo, mesmo com extras não tão convidativos, espalhados pelo mapa. Procurar os carros abandonados também agrega algo ao pacote e um fã da franquia será sim bem atendido neste game, ainda que seu sistema de evolução seja questionável.
Need for Speed Payback está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.