Análise Arkade: Nidhogg II e seus duelos cartunescos

19 de agosto de 2017

Análise Arkade: Nidhogg II e seus duelos cartunescos

Prepare-se para uma boa dose de duelos insanos com Nidhogg II, sequência de um cultuado indie game que chegou com tudo esta semana aos PCs e consoles!

Mais porradaria, menos história

Nidhogg não tem uma história, seu foco é na ação propriamente dita desde o início. Ele não é realmente um jogo de luta, mas também não é um jogo de fases. Apesar disso, o foco dele é em duelos 1×1, e nosso objetivo é sair do lado direito da tela e chegar ao lado esquerdo. Ué, mas isso não é exatamente o que jogos de luta e fase fazem? Pois é, sei que ficou confuso, mas a pegada aqui é outra.

Análise Arkade: Nidhogg II e seus duelos cartunescos

Explicando: cada fase é uma sucessão de 7 ou 8 telas. Cada vez que você supera uma fase, você pinta ela da cor do seu personagem. A ideia é justamente chegar ao extremo esquerdo da área, deixando todas as telas da sua cor. Quando você é derrotado em combate, o inimigo faz o oposto, seguindo para a direita e colorindo as telas com a cor dele.

Confira um poco de gameplay abaixo e tente entender (ou não):

Ainda que o combate seja majoritariamente 1×1, você vai enfrentar mais de um inimigo em cada tela, e só eliminando todos é que o caminho para a próxima fica liberado. Do mesmo modo, caso você seja derrotado, pode ganhar um respawn na mesma tela, podendo “defender seu território” antes que o inimigo consiga avançar.

Duelos estratégicos

Em Nidhogg, não saímos distribuindo combos e magias. A maioria dos combates é uma espécie de duelo de armas brancas (que podem ser espadas, floretes, lanças, adagas, etc.) onde apenas um golpe é mortal. É aí que entra o fator estratégico dos combates: temos 3 “posturas” de ataque diferentes — ataques baixos, médios e altos — que devem ser utilizados com cautela, pois eles também podem ser usados para rechaçar os golpes inimigos (o famoso parry).

Análise Arkade: Nidhogg II e seus duelos cartunescos

Ou seja, os 2 combatentes sempre estão em pé de igualdade, e devem saber utilizar estas 3 posturas a seu favor para aparar os golpes inimigos e tentar abrir sua defesa. Pode se tornar algo frenético, mas na maioria dos casos acaba se tornando algo bem estratégico, quase como uma dança, onde cada combatente tenta antever o ataque inimigo.

Aí vai mais um pouco de gameplay — desta vez com o criador de personagens incluso –, confira:

A Ubisoft utiliza um sistema semelhante em For Honor, com diferentes posturas de ataque para ataques pela direita, pela esquerda, ou por cima. Claro que os jogos em si são bem diferentes, mas se você jogou For Honor sabe que o “button mashing” é suicídio, cada combate demanda cautela e atenção. E aqui, salvas as devidas proporções, o feeling é o mesmo.

Com os amigos é mais legal

Nidhogg possui uma espécie de modo arcade que nada mais é que uma sucessão de fases que lhe oferecem um tour por todas as arenas do jogo, enfrentando inimigos genéricos comandados pela IA. É um modo de jogo ok, mas curto e simples, servindo mais como um tutorial do que como uma campanha propriamente dita.

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Obviamente, é na jogatina multiplayer que Nidhogg II brilha. Seja em duelos locais ou online, jogar contra pessoas reais deixa tudo muito mais imprevisível e emocionante. Não temos lá muitos modos de jogo, mas há partidas rankeadas online e até um modo Torneio, onde 8 jogadores se enfrentam (alternadamente, claro) para ver quem é o melhor.

O fato de qualquer errinho lhe custar a vida torna cada duelo um exercício de reflexos e atenção. Sem contar que, abrir a defesa do seu amigo e enfiar uma espada no olho dele é bem mais satisfatório do que fazer isso em um boneco controlado pela inteligência artificial.

Audiovisual

Acho que poucos jogos neste mundo tiveram uma mudança de visual tão drástica quanto Nidhogg. O primeiro jogo é muito mais chapado, com personagens pixelados simples, que eram pouco mais que bonecos de palito. Agora em Nidhogg 2 temos muito mais cores, mais vida, e personagens — customizáveis — com um estilo artístico que lembra um pouco o traço d’Os Simpsons. É uma diferença brutal, mas sem dúvida deixa o jogo muito mais simpático e charmoso.

Compare abaixo o visual dos dois games:

Análise Arkade: Nidhogg II e seus duelos cartunescos

A simplicidade do Nidhogg original…

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Ou a beleza de Nidhogg II: qual você prefere?

Sacou a diferença? Houve um salto de qualidade monstruoso, e isso sem dúvida enriqueceu muito o game audiovisualmente. Isso, claro, é mérito dos artistas envolvidos — Mark Essen (diretor de arte), Toby Dixon (animador) e Kristy Norindr (diretor musical) — que realmente deram uma nova cara para o game, tornando-o muito mais agradável aos olhos e ouvidos. O visual está incrível, colorido, carismático e até um pouco bizarro, e a trilha sonora e os efeitos acompanham esta qualidade.

Conclusão

Nidhogg II pode parecer um jogo um tanto limitado, mas isso é porque ele não perde tempo tentando ser algo maior do que é: um jogo de duelos simples, mas bem calibrado, com um gameplay que se apoia muito mais no feeling e nos reflexos do jogador do que no button mashing.

Análise Arkade: Nidhogg II e seus duelos cartunescos

Esse é aquele tipo de jogo que só vale a pena ser jogado se você a) tiver alguém para jogar contigo ou b) não tiver medo de encarar desconhecidos em partidas online. Seu escopo é bem limitado, mas isso é inversamente proporcional à diversão imprevisível que cada partida pode gerar.

Nidhogg II foi lançado em 15 de agosto, com versões para PC e Playstation 4.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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