Análise Arkade: Old Man’s Journey é uma bela lição de vida em forma de game
Old Man’s Journey é aquele tipode jogo que já vi muita gente falando bem, mas ainda não tinha experimentado. Com a chegada do game aos consoles recentemente, enfim pude acompanhar o velho em sua melancólica jornada.
Uma história emotiva
Você já assistiu UP! Altas Aventuras, da Disney/Pixar? Sabe aquela intro que faz muito marmanjo chorar? Pois então, Old Man’s Journey é tipo aquilo. Não é a mesma história, claro, mas tem a mesma pegada.
Acompanhamos um velho em uma jornada silenciosa. Não sabemos exatamente para onde ele está indo, mas a cada parada, ele senta e relembra um pouco de sua vida.
É nesses momentos, através de suas memórias, que passamos a entender um pouco da vida do velho e seus arrependimentos.
Esse é aquele tipo de jogo que conta uma história de forma totalmente não-verbal: do início ao fim da jornada, nenhuma palavra é dita. Tudo é apresentado através de ilustrações, mas isso não tira o valor nem a sensibilidade da mensagem.
Movendo montanhas
O grosso do gameplay se resume a puzzles que brincam com a perspectiva: para que o velho possa ir do ponto A ao ponto B, o jogador deve arrastar montanhas, penhascos e elementos do cenário, criando caminhos para ele prosseguir.
Tipo assim, ó:
Nunca é realmente complexo, é mais questão de atenção, mesmo, com um pouco de tentativa e erro até que o caminho fique perfeito. Há cachoeiras que impedem seu progresso, bem como pequenos rebanhos de ovelhas que podem ficar no seu caminho de vez em quando, mas no geral, não há muita variedade.
Confesso que isso acabou me aborrecendo um pouco: ainda que Old Man’s Journey não seja necessariamente um jogo longo (deve durar umas 3 horas, no máximo), o fato dele ficar o tempo todo apoiado em uma mesma mecânica acaba tornando-o repetitivo.
O máximo de variação são alguns trechos em veículos, que na verdade seguem o mesmo princípio, com o diferencial que aqui devemos manter a estrada/linha inteira para prosseguir.
Não é como se o carro/trem fosse cair do abismo, nem nada parecido. Esse é um jogo light, sem mortes, perigos, ou cronômetros. O máximo que acontece é o veículo ficar parado até você tornar o acesso dele possível para que possa seguir viagem.
Como um jogo que nasceu no mobile, Old Man’s Journey claramente funciona melhor em telas touchscreen, uma vez que podemos literalmente arrastar os elementos do cenário com o dedo. Ele deve ficar incrível no Switch, mas quem optar pelo PS4 (plataforma em que joguei) também consegue aproveitar o game sem problemas.
Audiovisual
Old Mans’s Journey é um jogo muito bonito. Apesar de ter uma temática melancólica, ele é colorido na maior parte do tempo, e seu estilo artístico me lembrou dos livros ilustrados que eu folheava quando criança. Os cenários possuem pequenos detalhes interativos (tipo portas e janelas que podem ser abertas) que concedem um charme extra ao jogo.
Por ser um jogo sem diálogos e praticamente sem efeitos sonoros, sobra para a trilha sonora a missão de preencher o vazio. E ela faz isso com maestria, ainda que se mantenha suave na maior parte do tempo. Pelo som, o game passa uma tranquilidade serena, que transita para acordes mais melancólicos quando quer emocionar o jogador.
Conclusão
É fácil recomendar Old Man’s Journey até mesmo para não gamers, pois ele é mecanicamente simples, e conta uma bela história com muita sensibilidade. Porém, talvez você não precise necessariamente fazer isso em um console, e possa curti-lo na telinha do tablet ou smartphone, mesmo.
Independente da plataforma, é fato que a singela jornada do velho pode lhe arrancar algumas lágrimas… e talvez fazer você perceber que nunca é tarde para a gente voltar atrás e corrigir alguns erros do passado. 😉
Old Man’s Journey já estava disponível para iOS, Android e PC desde o ano passado. Na semana passada, ele chegou ao Nintendo Switch e ao Playstation 4.
