Análise Arkade: A pixelada saga de um náufrago em Olija
Você curte games de plataforma, metroidvanias e aquele estilo pixelados de games de antigamente como Prince of Persia e Another World? Então venha com a gente conferir nossa análise completa de Olija, um interessante game da Skeleton Crew Studio e distribuído pela Devolver Digital!
A saga de um náufrago
Olija (lê-se Olí-ia) conta a história de Faraday. Um homem que, não aguentando mais ver a miséria e pobreza do vilarejo em que vive, decide arriscar tudo e partir para os mares junto de sua tripulação, em busca de algo que possa ajudar seu povo.
E em alto mar, seu navio é atacado por uma baleia gigantesca durante uma tempestade. Com isso, seu navio é inteiramente destruído e ele, junto de toda a tripulação, são jogados no mar. E então, Faraday acorda sozinho em uma praia, em meio aos destroços de seu navio. Parte de sua tripulação é encontrada morta, mas a maioria deles não está por perto.
Faraday então inicia sua busca pelos sobreviventes, além de tentar entender onde está e como ir para casa. Mas nada será fácil, pois alguma força maligna domina a região em que ele está. E além disso, ele conhece a misteriosa princesa Olija, vendo-se no meio de um antigo conflito que perdura há muito tempo naquelas terras.
Ação/Aventura/Plataforma
Em Olija, controlamos Faraday explorando diferentes ilhas das terras de Terraleva, um estranho lugar que atrai diversos náufragos e se torna uma verdadeira prisão para quem sobrevive a fúria dos mares. Em sua jornada, ele irá enfrentar o sinistro clã Putreflora, com seus soldados monstruosos e diversas criaturas maléficas.
E para conseguir enfrentar seus inimigos, ele contará com o poder de um Arpão Lendário, com o poder de voltar para a mão de seu dono após ser atirado e até mesmo distorcer o espaço tempo, permitindo que Faraday teletransporte-se para o arpão, quando a arma é fincada em algum objeto ou inimigo.
O game é um platformer de ação e aventura,em que o jogador visita cada uma das ilhas de Terraleva para cumprir seus objetivos, que consistem normalmente em coletar mapas, que desbloqueiam novas ilhas, e chaves, necessárias para abrir o caminho para fora de Terraleva.
Imagine o game como um Metroidvania de menor escopo. Com o uso do Arpão, você pode atravessar o cenário em qualquer direção, contanto que tenham pontos para fincar a arma e teletransportar-se a ela. Dito isso, Olija tem um pequeno problema de “navegação” pela forma como apresenta seus cenários.
Em cada ilha, você deve entrar em cavernas para poder coletar os itens importantes para dar seguimento na aventura. Após coletar esse item, a caverna em que ele foi encontrado é permanentemente fechada. Além disso, tanto as ilhas como as cavernas possuem caminhos alternativos, que levam a tesouros escondidos.
Os tesouros vão desde recursos (falarei deles mais adiante), dinheiro e itens colecionáveis. Esses itens não são necessários para finalizar o game, sendo mais necessários para quem quiser completar 100% da aventura. Dessa forma, se o jogador assim preferir, ele deve explorar cada ilha e caverna para encontrar tudo.
Mas muitas vezes o game já coloca o caminho certo logo de cara, e se o jogador entrar nele, não poderá voltar, deverá ir até o fim. Isso acaba bloqueando certas áreas de cada ilha, se o jogador não as explorar a fundo. Novamente, isso não atrapalhará no final do game, mas é uma decisão de design que eu pessoalmente não curti muito.
Os recursos que você encontra ao explorar, que vão desde ossos, pólvora, bambu, conchas e etc, são utilizados na fabricação de chapéus. Os chapéus adicionam poderes especiais a Faraday, cada um tendo uma utilidade, como recuperar vida enquanto ataca, expelir ácido, carregar seus ataques com eletricidade e etc. Você pode fabricar chapéus novos na ilha de Marvalho, o hub central do game.
O gameplay e combate de Olija são bem simples. O arpão, além de uma ferramenta de exploração, também é uma arma poderosa. Além disso o jogador pode usar diferentes armas secundárias, como uma espada, balestra, mosquete e etc.
Algo bem legal é o sistema de combos, a cada ataque, alguns pontos brancos vão aparecendo sob a cabeça de Faraday, quando eles se agrupam em um círculo, um ataque especial é executado. Esse ataque especial pode ser usado por qualquer arma e é o que ativa os poderes dos chapéus. Usando o Arpão, você pode dar um golpe tão poderoso que faz os inimigos saírem voando, com a espada uma sequência rápida de golpes e etc. Quanto melhor seu combo, mais forte será o dano causado.
Audiovisual
Lá no começo dessa análise eu relembrei games como Prince of Persia e Another World, e não foi uma comparação acidental! Olija tem um visual pixelado que lembra bastante esses dois clássicos. O game é construído com pixels grandes e personagens de visual simples, assim como no primeiro Prince of Persia.
O game tem ao mesmo tempo um visual bem simplista e bem bonito, parecendo realmente um game lá do início dos anos 90. Cada cenário é bem construído e cheio de detalhes, e sua progressão é de tela a tela, assim como em games de antigamente. E algo que acontece em uma tela continua na próxima, com inimigos atacando e te seguindo.
O game possui músicas muito belas, com um estilo bem próprio e uma qualidade instrumental realmente incrível. O game possui vozes em uma língua fictícia, não possuindo dublagem em nenhum idioma. Felizmente o game conta com localização em português brasileiro.
Conclusão
Olija é um game bem divertido e envolvente. Sua história é bem simples, mas bem contada e interessante. Seu combate é bem divertido e satisfatório, e o uso do Arpão Lendário deixa tudo ainda mais dinâmico.
O game acaba sendo um pouco curto, são poucas ilhas para explorar, além da forma como o game apresenta sua exploração. Assim, o jogador pode acabar o game ainda mais rápido se não decidir explorar tudo o que Terraleva tem para oferecer.
Olija foi lançado no dia 28 de janeiro, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.