Análise Arkade: O grande retorno de um clássico em Onimusha Warlords

15 de janeiro de 2019

Análise Arkade: O grande retorno de um clássico em Onimusha Warlords

Demorou, demorou muito, mas finalmente uma das grandes séries já criadas pela Capcom vê o seu retorno aos video-games, revivendo o capítulo que deu início a tudo em uma nova versão, com um visual polido mas mantendo tudo o que o fez um clássico no passado! Onimusha enfim está de volta!

E é hora de conferirmos como a remasterização do primeiro game acabou se saindo nessa nova geração. Com o retorno de Samanosuke Akechi em sua luta contra Nobunada Oda e as terríveis hordas demoníacas dos Genma. Então vamos lá!

O Início de uma grande série

Análise Arkade: O grande retorno de um clássico em Onimusha Warlords

Onimusha Warlords é um game com uma história interessante. Assim como Devil May Cry, o game era originalmente um protótipo de um Resident Evil que acabou não indo pra frente, mas que deu a sorte de se tornar uma obra independente, além de se tornar uma das principais séries da Capcom há quase 20 anos atrás.

Onimusha Warlords conta uma nova versão da era do Japão Feudal. Ambientado em cerca de 1560, o game conta uma nova versão da campanha de Nobunaga Oda para conquistar o país, até o momento em que é morto em batalha por uma flecha perdida. E envolvido nessa batalha está o samurai Samanosuke Akechi, junto se sua parceira, a kunoichi Kaede.

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A morte de Nobunaga não foi o fim da guerra, mas apenas seu princípio, pois pouco tempo depois diversos demônios começaram a aparecer e matar tudo e todos. Além disso, Nobunaga misteriosamente ressuscitou e a Princesa Yuki, do clã Saito, foi sequestrada por demônios.

E assim se inicia a longa jornada de Samanosuke, que em meio ao desespero é escolhido pela raça mágica dos Oni para empunhar o lendário Oni Gauntlet, uma poderosa ferramenta capaz de absorver as almas dos demônios e transformá-las em poder.

Revivendo um estilo clássico

Análise Arkade: O grande retorno de um clássico em Onimusha Warlords

Existem certos estilos de games que só de bater o olho já pensamos na Capcom. Alguns infelizmente já não existem mais ou se tornaram raros, e outros inesquecíveis como beat ‘em ups 2D, jogos arcade e os clássicos games de câmera fixa. As câmeras fixas fizeram parte da história da Capcom, principalmente nos primórdios de Resident Evil, com o progresso tela a tela, que estrategicamente escondiam inimigos e outras ameaças, pra causar poderosos sustos no jogador.

Onimusha também seguiu essa fórmula em seus três primeiros games, de forma ainda mais pura em Warlords. O que temos aqui são cenários feitos de imagens 2D, com personagens 3D explorando-os. Uma grande limitação desse estilo no passado era o uso de movimentação de tanque para os personagens, com eles podendo se mover para frente e para trás e girar para a esquerda e direita. Felizmente, nessa nova versão a jogabilidade foi adaptada aos analógicos, com movimentação livre.

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Assim como em Mega Man X Legacy Collection, o que temos aqui é pura e simplesmente uma melhoria gráfica de um clássico, todo o gameplay é essencialmente o mesmo, apenas com a adição de movimentação livre. Isso significa que para os nostálgicos fãs da série essa remasterização é um prato cheio, pois tudo está presente aqui exatamente como era lá em 2001, quando o game foi originalmente lançado no Playstation 2.

O sistema de menus continua o mesmo, o que pros padrões de hoje em dia acaba sendo um pouco obsoleto, por precisar entrar no menu, ir na categoria certa e selecionar o item que quiser. O que não é nenhum problema, antigamente isso não atrapalhava ninguém, mas para alguns jogadores (especialmente os mais novos) isso pode ser um tanto estranho, mas nada que vá atrapalhar a experiência (aliás, pode-se dizer que isso faz parte da experiência).

Análise Arkade: O grande retorno de um clássico em Onimusha Warlords

Onimusha Warlords deixa claro que o clássico estilo de câmera fixa ainda é tão impressionante quanto era na época, é algo que não vemos mais nos games de hoje em dia (com algumas exceções, como Back to 1995). Cada tela é desenhada com grande riqueza de detalhes, ângulos que escondem inimigos e perigos, uma direção de arte belíssima e uma ambientação e atmosfera puramente nostálgica mostram como fazem falta mais games nesse estilo.

O Mesmo gameplay satisfatório e divertido

Análise Arkade: O grande retorno de um clássico em Onimusha Warlords

Onimusha Warlords é um game de ação “meio que” hack n’ slash no estilo dos clássicos Resident Evils. Os controles são simples, um botão para ataques, permitindo fazer combos diferentes com cada arma, um botão para usar magias, um para defesa, um para mirar em um inimigo, um para usar armas de disparo e por fim um que permite sugar almas com o o Oni Gauntlet.

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O combate do game é muito satisfatório, com golpes rápidos para armas leves e golpes lentos mais devastadores para armas mais pesadas. As armas e magias podem ser melhoradas gastando as almas dos inimigos coletadas, deixando-as muito mais poderosas. Ainda há certos truques secretos que o game não ensina na prática, por exemplo, se você atacar exatamente antes de ser atingido, usará um ataque que destrói o inimigo instantaneamente, assim como ao se defender antes de ser atingido e atacar logo em seguida.

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A adaptação dos controles do game para movimentação livre melhorou e muito a experiência, mas infelizmente manteve um pequeno problema que acontece com todos os games de câmera fixa adaptados para a atual geração, que é uma confusão nos controles na transição de telas.

Isso se dá pela forma como o gameplay de Onimusha foi originalmente construído, com a jogabilidade de tanque, você precisa segurar pra cima para andar, e ao entrar numa nova tela, isso não muda, o botão para cima move o seu personagem para frente e não em direções cardinais.

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Na movimentação livre, Samanosuke continua andando pra frente independente da direção que você estiver apontando no momento em que mudar de tela, assim, você precisa soltar o analógico de seu controle para que a movimentação seja atualizada para o foco da câmera (funcionando assim de forma cardinal, analógico pra cima movimenta para o “norte” da tela). Não é nenhum erro grave, mas infelizmente é algo comum nessas adaptações, apesar de que provavelmente seria impossível corrigir isso.

Ah, e se você quiser ter a experiência pura de antigamente, a jogabilidade de tanque ainda está presente no game. Jogando em um controle, você pode usar os direcionais para movimentação em tanque e o analógico esquerdo para movimentação livre. E em combate, a movimentação livre torna tudo mais fluído e simples.

Remasterizando o visual e sons

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Graficamente, Onimusha Warlords está exatamente como o game original, tendo recebido apenas uma polida nos gráficos e nas cores. A remasterização foi semelhante a de Mega Man X Legacy Collection, em que os pixels das imagens foram “borrados” para não aparecerem serrilhados. Isso fica bem evidente nas cutscenes, que em certas cenas acabaram com um visual um pouco estranho.

Mas no gameplay o visual ficou bem feito. Os personagens ganharam uma ótima polida em seus visuais, sem parecerem borrados, como nas cutscenes. Usar magias e criar combos continua muito satisfatório de assistir, ainda mais em combates com vários inimigos ao mesmo tempo.

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Os cenários do game, feitos de imagens 2D de fundo, conseguiram ficar ainda mais belos. O tratamento visual foi muito bem feito, assim como em Resident Evil HD Remaster, com muito mais cores e detalhes mais definidos. Cada tela do game foi retrabalhada de forma muito competente, ainda que em algumas permaneça um visual em baixa resolução.

O departamento sonoro do game recebeu poucas alterações, além é claro da remasterização do áudio. As dublagens são as mesmas do game original, com opções para jogar com as dublagens em japonês ou em inglês. As músicas do game continuam excelentes e imersivas, elevando a todo o momento o clima de uma história no Japão Feudal. Infelizmente o game não conta com localização em português.

Conclusão

Análise Arkade: O grande retorno de um clássico em Onimusha Warlords

Desde a época do Playstation 3 Xbox 360 muitos fãs (eu incluso) imploravam para que a Capcom remasterizasse a série Onimusha, já que a produtora estava numa onda de remasterizações na época. Demorou, demorou muito, mas enfim Onimusha está de volta em toda a sua glória!

A remasterização de Onimusha Warlords prova que a série merece muito ser trazida de volta, e quem sabe até ganhar um novo capítulo? Só sei de uma coisa, se as remasterizações do três outros games da série (em especial Onimusha 3) não estiverem nos planos da Capcom, a coisa vai ficar feia!

Onimusha Warlords Remastered está sendo lançado hoje, dia 15 de janeiro, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One Nintendo Switch.

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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