Análise Arkade – Rage of the Dragons NEO é mais um interessante resgate de um game de luta feito pela QUByte
A QUByte tem resgatado capítulos importantes da história dos games nos últimos anos. Seja com jogos como Breakers Revenge, ou com a coletânea envolvendo Top Gear/Racer, o estúdio brasileiro tem contribuído positivamente quando o assunto é preservação histórica dos videogames.
E, continuando a resgatar a história dos os jogos de luta, chegou a vez de Rage of the Dragons NEO, mais um jogo do gênero resgatado pela QUByte que, assim como Breakers Revenge, ampliavam as possibilidades de pancadaria no Neo Geo, e serviam para os jogadores que queriam mais porrada além de The King of Fighters, Fatal Fury ou outros jogos da SNK.
Rage of the Dragons foi lançado originalmente em 2002, desenvolvido pela Noise Factory em conjunto com a BrezzaSoft, e com o suporte do estúdio mexicano Evoga. Era, na verdade, uma sequência de um jogo de luta de Double Dragon, aquele de luta para Neo Geo inspirado no filme de 1994. Mas com a falência da Technos e a mudança de direitos, o game teve que ser repaginado e ser terminado como uma IP nova.
Tinha como bons valores um gameplay que tentava adicionar novidades no gênero, além do seu estilo, que era um tanto mais agitado em relação a outros games, além de contar com um visual inspirado em um tom mais noir, como Art of Fighting, ou mesmo Double Dragon, que ainda “empresta” muita coisa para o game, até porque as mudanças aparentam terem sido feitas em cima da hora, já que há muito da franquia neste jogo, mesmo que sem ser a intenção de “copiar”, já que seria, de fato, um Double Dragon oficial.
O jogo é basicamente o mesmo de 2002, porém com alguns ajustes aqui e ali, além da mão da QUByte adicionando novos modos ao jogo, incluindo um online. Seu gameplay é padrão Neo Geo, com dois socos e dois chutes, que servirão para criar combos e golpes especiais. Mas por aqui, também há um “combo por sequência”, iniciado com botões de soco e chute forte. As lutas são no formato 2v2, mas com trocas no meio da luta, como nos jogos Versus da Capcom. Dá pra recuperar alguma energia ao final das lutas.
Cada personagem tem um parceiro ideal, fazendo com que os especiais em dupla, presentes por aqui, se tornem ainda mais elaborados. Um outro sistema de combo bem interessante consiste em “abrir a guarda” do rival com um golpe específico, abrindo uma oportunidade para que o jogador acerte vários golpes, como achar melhor. E os cenários também contam com locais interativos, que podem servir para as lutas. Fora isso, você tem um jogo que oferece uma dificuldade bem elevada, como era com os jogos de Neo Geo, que exigirá domínio do game para conseguir avançar nas lutas, e assim o jogador tem em mãos um interessante jogo de luta, que ficaria esquecido no tempo, se não fosse os esforços de resgate da QUByte.
O NEO no nome desta versão indica o retorno do game, mas não espere nenhum remaster ou nada que Breakers não tenha trazido em outra oportunidade. Trata-se, mais uma vez, de um port da versão original de arcade, com correções de bugs. Há a possibilidade de um filtro CRT, o “pixel perfeito” ou o scanline para deixar a tela como mais gostar. Dá também para fixar a lista de golpes do seu personagem, evitando o famoso “pausa e volta” para quem quer descobrir novos movimentos.
Outra novidade diz respeito à dificuldade elevada do game. Dá pra trocar a dificuldade (não que isso ajude tanto), mas também é possível configurar o jogo para restaurar a energia entre as lutas, ou personalizar um pouco mais os confrontos. E, obviamente, há o modo online, mas sem cross-play, ou o modo versus, caso o seu oponente esteja no mesmo cômodo que você.
Rage of the Dragons NEO é mais um interessante resgate da história dos jogos obscuros feito pela QUByte. Obviamente, não se trata de um jogo capaz de superar os grandes nomes do gênero, mas ainda assim é bem divertido e eficiente no que se propõe a fazer. Veteranos nos jogos de luta, que querem conhecer ou relembrar mais um grande clássico, podem curtir bastante este jogo, especialmente pela sua dificuldade elevada, coisa dos tempos mais antigos.
O game já está disponível, com versões para Nintendo Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, além das versões originais, de Neo Geo MVS e Arcade.
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