Análise Arkade: Rainbow Six Siege é a evolução do multiplayer

11 de dezembro de 2015

Análise Arkade: Rainbow Six Siege é a evolução do multiplayer

Lembra de como era divertido pra caramba jogar GoldenEye 007 com os seus amigos, ou mesmo Counter Strike em uma Lan House? Pois este sentimento evoluiu em Rainbow Six Siege, vem ver!

O multiplayer nos jogos sempre foi um dos itens que mais fizeram bem à indústria gamer. Das tardes jogando Mario Kart ou International Superstar Soccer, passando pela “era GoldenEye”, chegando até os bons e velhos tempos das Lan Houses, jogar com um amigo — ou um monte deles — sempre vale a pena, até hoje, mesmo com as salas grandes dando lugares a salas virtuais e fones de ouvido.

E com a chegada da geração atual, tanto Xbox One, o Playstation 4 ou mesmo os jogos em PC oferecem possibilidades interessantes nas jogatinas multiplayer, trazendo uma evolução de jogos neste gênero: aqueles que se dedicam apenas a jogatina online, trazendo pouco, ou nenhum conteúdo offline, aconteceu neste ano com a versão da geração passada de Call of Duty: Black Ops III, o modo campanha é meio que ignorado pelos próprios jogadores do mesmo jogo e agora é a Ubisoft que traz a sua série Rainbow Six para um novo patamar, valorizando mais o jogar com amigos do que apreciar um enredo.

Eu acho que tem uma coisa que parece campanha ali

Análise Arkade: Rainbow Six Siege é a evolução do multiplayer

A ausência dos modos de campanha nos jogos até parece estranha, mas pelo menos nos consoles, onde jogos assim são ainda raridade, vá se preparando: a tendência é de que mais jogos nesse estilo apareçam, com nenhum enredo, nenhuma campanha grandiosa, estimulando o jogador a ir direto para os finalmentes e trocar tiros com desconhecidos por aí. Funcionou na década passada e tem tudo para funcionar de novo nesta geração.

Mas até que existe algo semelhante a um modo carreira: alguns minigames que ajudam os novatos a entenderem como funciona a mecânica do jogo e a entrar no clima proposto em Siege. As missões envolvem o essencial do game, o que quer dizer: resgate de reféns, invasões táticas, reconhecimento de terreno. As missões funcionam de maneira semelhante aos jogos de celular: algumas missões simples, recompensadas por até três estrelas de acordo com o que for feito pelo jogador.

Estes modos são importantes para quem quer conhecer o game antes de cair na matança ou para os caçadores de troféus e conquistas, mas totalmente dispensável para os gamers que colocam o game no console já esperando uma sala com lugar para jogar.

Apenas é de se lamentar algo deste tipo em um game que recebe o selo Tom Clancy, que enquanto vivo providenciou romances e mais romances de qualidade. Tudo bem que a proposta se encaixa perfeitamente no jogo, mas sempre jogamos Tom Clancy esperando algo relativo ao enredo e é no mínimo esquisito jogar sem ter isto à disposição.

O sangue jorra na parede!

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Você quer quebrar a parede? Sinta-se a vontade. E ver sangue jorrando na parede ao acertar a cabeça de alguém? Pode “apreciar”, mas com cuidado para não ser o próximo. O visual do game está bem caprichado e a riqueza de detalhes, especialmente os detalhes que somam na imersão do gameplay.

Porém, não espere nada além de um “ok”. O jogo não compromete em momento nenhum, e as cenas em CG são bacanas, funcionando de maneira semelhante as cutscenes de Metal Gear Solid V, por exemplo. Mas o visual é competente, e só, dando mais valor para a questão dos detalhes e da interação com os cenários, do que com o visual em si.

Agora, apreciadores do som, e jogadores de home theater irão se esbaldar com o jogo, que conta com sua parte sonora com um nível acima da média. As explosões, a gritaria e o tiroteio são convincentes e não apenas sons “aleatórios” jogados ali para criar clima de tensão; cada barulho no jogo tem sua razão pra existir e ajudam demais na imersão.

Nada de chutar a porta e sair atirando, hein?

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Os veteranos já sabem, mas não custa avisar: quem vier jogar Siege achando que é um “novo Call of Duty“, vai se dar muito mal. O gameplay é bem diferente, exigindo do jogador muito mais do que encarnar o rambo e sair atirando por aí. Jogadores de Rainbow Six gostam de montar estratégias, se comunicam muito e dão um passo por vez, e o jogo foi feito para ser jogado desta maneira, então conceitos precisam ser revistos para não atrapalhar a jogatina.

O game ajuda bastante, até pelas missões já citadas que servem como treinamento. Os comandos, apesar de contar com mais recursos do que os FPSs habituais, é bem tranquilo de se aprender e assimilar, exigindo mesmo uma mudança é no comportamento do jogador. E quem avisa, amigo é: aqui a sa

Porém, o game comete alguns vacilos, vira e volta reportados em fóruns. A minha experiência mais bizarra foi morrer ao pular de uma sacada que não tem dois metros de distância do chão. Ao saltar a sacada, acidentalmente segurei mais o botão de pulo e ativei o rapel. Fazendo isso, apertei o botão pra descer dele e morri em uma queda de um metro e meio de altura. A expectativa é de que as atualizações corrijam isto.

Não importa o modo de jogo, tem que ser entre amigos!

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Além dos cenários offline, você também tem à disposição, além do multiplayer, o Terrorist Hunt, que leva você e outros jogadores em combates contra terroristas controlados pela IA, oferecendo um pouco mais de variedade quando cansar dos mapas e dos inimigos “reais”.

Porém o multiplayer é um só: policiais que devem cumprir missões específicas e terroristas que precisam manter suas posições. Você mata, morre e volta tudo ao início, com times inversos. Como jogo, isso não é necessariamente ruim, o problema é que você tem os mesmos modos de jogo em games gratuitos pela Internet.

Se por um lado, as variações causadas pelos próprios jogadores não traz o clima de repetição, por outro jogos concorrentes são bem mais criativos em seus modos multiplayer. Sabemos que Rainbow Six é um jogo sério e não teria cabimento inventar muita moda, mas apenas um modo, com pequeninas modificações é pouco. Quem sabe um game gratuito com opções a serem vendidas separadamente pudesse ser a solução? Não a ideal, mas já seria um começo.

Mas a conversa muda de figura quando estamos falando das equipes, que são variadas e contam com equipamentos específicos, que aumentam as capacidades do gameplay e das estratégias entre os jogadores, seja para aprender ou surpreender times adversários.

Só que nada disso importa se você não tiver amigos que tenham o game ou fizer amizades com jogadores lá nas salas. Jogar multiplayer sozinho não é lá uma das experiências mais legais, pois o gameplay vai se resumir em ser “jogado” em uma sala qualquer e sair atirando aleatoriamente, sendo que com um grupo de amigos, as risadas e a comunicação vai produzir um jogo bem mais interessante, com sincronia (quando possível, claro) e com muita diversão, da mesma forma que talvez você jogava com estes mesmos amigos em uma sala de locadora há 20 anos atrás.

“Mais um jogo de tiro”. Só que este é interessante

Os games de FPS sempre passam por mutações. Eles já tiveram labirintos como cenários, viveram momentos de Segunda Guerra Mundial, contaram com enredos cinematográficos e agora parecem querer focar mais na jogatina em grupo, sem grandes enredos, pensando só em divertir.

Rainbow Six Siege se encaixa bem nesta nova “era” dos FPSs por não exigir uma história para justificar o tiroteio e oferece, mesmo de maneira mínima, opções para horas de gameplay. Como o ciclo natural da indústria, é natural que tenhamos daqui alguns anos alguma continuação do jogo, e aí poderemos ver se o gênero “FPS só de multiplayer” será algo mais comum na indústria ou um tiro não aceito pelo público. Enquanto isso, vamos matar mais alguns desconhecidos pois isso sempre é muito legal.

Rainbow Six: Siege já está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Siga-me em instagram.com/juniorcandido ou x.com/junior_candido

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