Análise Arkade – O interessante caos de Riders Republic
Uma festa com vários esportes radicais é o sonho de muita gente. Poder descer montanhas de bicicleta, voar em protótipos ou esquiar, tudo quando quiser. No mundo dos games, tal situação era mais comum nos anos 90, com vários games de esportes radicais bombando em Playstations, Nintendos 64 e Dreamcasts.
Era a série Tony Hawk com seus skates e Ramones de trilha sonora, Dave Mirra e as bicicletas, Cool Boarders no snowboards, entre muitos outros. Mas, após um “hiato”, tais games começaram a voltar. O próprio Tony Hawk, por exemplo, ganhou uma versão remasterizada. Mas a Ubisoft, em 2016, trouxe Steep, um “tudo em um” de esportes radicais na neve.
O game, que conquistou os fãs do gênero, e chegou a ser o jogo oficial das Olimpíadas de Inverno de 2018, abriu um novo nicho para ser explorado pela companhia francesa. Famosa por seus games de ação, como Assassin’s Creed, Far Cry, ou Watch Dogs, Steep trouxe um novo espaço para a empresa, que traria também The Crew, jogo de corrida com vários elementos importados do game na neve.
Cinco anos depois, chegou a “sequência”. Que não se chama Steep 2 e nem é um game focado 100% na neve. Mas que, com certeza, trata-se de uma evolução espiritual de uma proposta que no passado foi interessante, mas que sempre demonstrava que “podia mais”. Assim, Riders Republic chega prometendo ampliar ainda mais as possibilidades em relação ao game de cinco anos atrás.
Começando pelo atual “jeitão Ubisoft” de fazer games: um imenso mundo aberto, com inúmeras atividades e a promessa de conteúdo constante. Em Riders Republic, a ação acontece em um gigantesco parque natural com uma riqueza de paisagens: temos montanhas cheias de neve, “herança” de Steep, florestas, e desfiladeiros.
O mapa maior e mais variado permitiu que o game recebesse mais elementos do que os focados na neve. Além de esquis e motos de neve, também temos à disposição bicicletas, wingsuits e uma ação totalmente arcade, com muitas “liberdades poéticas” quanto ao realismo e à física.
Como disse no preview do game, a ação é totalmente arcade, livre, leve e solta. Não espere um simulador, mas sim um game que, assim como os bons e velhos arcades dos anos 90, buscam trazer apenas diversão, com alguns exageros propositais somando ao gameplay.
A Ubisoft Annecy, que cuidou de Riders Republic, apresentou em sua versão final um game bem robusto, e com gameplay interessante. Tudo o que se oferece conta com jogabilidade agradável, salvo a bicicleta, que em alguns momentos achei meio duro de guiar. Mas nada que atrapalhe o todo. São apenas alguns momentos em que falta resposta no movimento, mas como disse, não é corriqueiro e não prejudica o gameplay de forma constante.
Há um modo rewind, como em Forza Horizon e os jogos da Codemasters. Mas aqui, voltar no tempo só funciona com você, pois os adversários seguem em movimento. Isso significa que o uso desse recurso só deve ser utilizado em situações de extrema necessidade, sabendo que poderá perder tempo e posições nas corridas ao usá-lo.
Também é muito fácil trocar de veículo/esporte. Por ser um game dinâmico, que propõe gameplay rápido e descompromissado, mas com um convite para a exploração profunda aos mais dedicados, a troca de equipamento acontece em um menu rápido, sendo muito simples e rápido. Isso permite, até, insanidades como voar com sua wingsuit, se jogando na estrada com a bicicleta.
As provas também são variadas, que envolvem provas exclusivas de um gênero, mas também provas com várias disciplinas, onde você começa na bicicleta, troca para o esqui, voa com a wingsuit e termina novamente de bicicleta. Todas envolvendo ação arcade e com um bom uso do espaço proposto pelo parque do game. Com a boa notícia de que a promessa de 60FPS na nova geração e nos PCs foi cumprida, garantindo mais fluidez no contexto caótico do game.
Inclusive, como todo jogo da Ubisoft, o game te recompensa se você joga bastante. Os equipamentos vão sendo distribuídos generosamente, permitindo que o jogador sempre tenha acesso a equipamentos melhores, para se sentir motivado a explorar o mundo e participar das atividades. E, conforme vai cumprindo as corridas e ganhando estrelas, o seu mapa vai se enchendo de conteúdo, sempre tendo algo de diferente para fazer.
Apesar das provas serem praticamente as mesmas, de acordo com cada equipamento, é na variedade de itens e esportes que Riders Republic engaja o jogador, fazendo-o jogar “de tudo um pouco”, sem se tornar algo repetitivo ou enjoativo. Além disso, o mundo aberto está sempre movimentado, com inúmeros outros jogadores dentro de seu mundo, em um sistema já usado em The Crew e em outros games, como Forza Horizon.
Além disso, tem a “cereja do bolo”, que são as Corridas em Massa, multiplayer que suporta até 64 jogadores simultâneos, na nova geração. Usando dos princípios atuais de um Battle Royale, ou mesmo de jogos como Fall Guys (em seu trailer de introdução, muito se dizia que o modo era um Fall Guys com bikes), onde o convite ao caos acontece com todos os jogadores, na base do “cada um por si”, competem buscando o primeiro lugar. São realmente divertidas, especialmente para quem gosta de jogos multiplayer e de um bom caos videogamístico.
Somado a tudo isso, há a promessa de “conteúdo infinito”, com o conteúdo do Ano 1 já disponibilizado, e muito mais vindo por aí, no “padrão Ubisoft“. Oferece um mapa grande, um grande apelo online e multiplayer, eventos variados, as divertidas Corridas em Massa, e uma grande possibilidade de customização, onde seu personagem pode usar desde um equipamento de esportes radicais tradicionais, até um “cosplay” do Barney, o dinossauro, para sair curtindo as montanhas do game.
Riders Republic já está disponível, para Xbox One, Xbox Series X|S, Playstation 4, Playstation 5 e PC. Jogadores de Xbox One e PS4 poderão fazer o upgrade gratuito para os novos consoles, quando tiverem acesso a eles.