Análise Arkade: A simples e difícil subida do frenético Ruin of The Reckless
Ruin Of The Reckless é um game cheio de estilo em todos os sentidos: Desde o momento inicial onde é apresentada a tela de menu com o protagonista em frente a famigerada torre que você irá passar um bom tempo depois tentando subir até a hora que o numero de mortes dentro do game supera o numero de horas jogadas, tudo é muito frenético, ágil, bonito e legal. mas tudo isso sustenta um bom game ?
MORRENDO E VOLTANDO DE NOVO
No início do jogo você acorda na base da torre, e lhe é explicado rapidamente o que está acontecendo: Basicamente você morreu e foi parar nessa torre. Agora tem como objetivo chegar ao topo, passando por todos os andares, contando com uma certa justificativa narrativa por trás. A historia é simples, mas toda a parte visual, a caracterização dos personagens, consegue dar um contexto para o game. Entretanto, basta olhar qualquer vídeo de gameplay para notar que o foco do mesmo não é na historia em si, mas em seu frenético gameplay.
UM PIXEL ART DIFERENTE
O jogo todo foi feito com um visual pixelado, é um visual muito interessante quando estamos falando dos personagens. Pois os mesmos estão muito bem caracterizados, possuem uma bela animação e são interessantes quanto ao design, o que remete, guardando suas diferenças, a Bastion . O mesmo também se aplica para todos os secundários e todos os inimigos que você enfrenta no game.
Um grande porém no visual do jogo é o próprio cenário do game. Todos os andares são gerados de forma procedural, ou seja, a cada vez que você entrar em um determinado andar, ele vai ter um novo formato e a posição dos itens, inimigos e qualquer outro elemento que apareça irá ser diferente. Mas mesmo com essa geração procedural o visual, e não o design, dos mesmos não empolga, pois como você joga varias vezes a mesma fase, ficar olhando para aquele mesmo estilo com a mesma palheta de cores o tempo todo, chega em um ponto que cansa.
ESFORÇO E RECOMPENSA
Agora vamos falar de gameplay. Basicamente o game é um Rogue-Like: Você entra em um andar, acha a chave eliminando os monstros e sobe para o próximo andar até chegar no final. Explicando assim parece algo muito simplista, e de fato é, mas vamos aprofundar um pouco mais.
Primeiro é importante salientar que o jogo é muito rápido e frenético, pois o gameplay dele permite isso, uma vez que o seu personagem pode atacar para todas as direções enquanto anda para qualquer lado, basta posicionar o mouse para onde você quer que ele dispare o ataque e pronto. E existem varias opções de ataque, desde o normal que varia de alcance e força de acordo com a arma equipada, um ataque especial que depende do orb coletado, um ataque de magia que também varia de acordo com os scrolls achados e por ultimo um item para ser usado.
Como já mencionado, a utilização de itens é um ponto crucial do game. Os mais importantes são os orbs, que você coleta nos andares e vão te oferecer diferentes tipos de ajuda, desde regeneração de vida (coisa que acontece apenas no início de cada andar), até uma ajuda de algum inimigo na hora do combate. Após isso você tem que se preocupar também em equipar armas e itens de defesa, e como não há dados indicando qual é a melhor, o jeito é equipar e testar para ver se a mesma se adapta ao seu estilo de jogar. Por ultimo existem as cartas, que são as únicas mudanças permanentes e mais importantes que é possível fazer. Porém isso é também o maior defeito do game.
Ao jogar um game como Dark Souls você sabe que é difícil, sabe que vai morrer, morre muitas vezes e mesmo assim repete tudo de novo. Isso acontece pois o game sabe trabalhar com a quantidade de esforço que é feito e a recompensa que vem com este, fazendo com que o jogador se sinta recompensado de fato por todo aquele esforço, e isso não é feito apenas dando itens ou evoluindo o personagem, mas também com todo o incrível design do game.
Aqui em Ruin Of The Reckless a impressão que fica é que você pode jogar por muito tempo, mas todo o seu esforço é perdido. Pois a única mudança permanente são as cartas que alteram o gameplay, deixando ele mais fácil ou mais difícil. Todos os equipamentos, níveis e até o seu progresso nos andares é perdido quando você morre, te obrigando a jogar novamente, e somando isso com o design procedural a impressão que fica é que você jogou tudo a toa.
O game em si tem uma dificuldade considerável, e você vai adaptando-se a como tratar situações com poucos ou com muitos inimigos, e essa dificuldade aliado a politica de esforço e recompensa do game, faz com que o mesmo seja muito frustrante e desmotive o jogador a continuar em sua jornada. Entretanto, isso não tira toda a diversão, principalmente para aqueles jogadores mais insistentes.
CONCLUSÃO
Ruin Of The Reckless é um game cheio de estilo, Rogue-Like dos bons, mas sua dificuldade elevada junto com a sua politica de esforço e recompensa infelizmente faz com que o game talvez não seja para todos os jogadores, e sim para aqueles calejados de tantas horas de tentativa e erro em vários outros jogos.
Ruin Of The Reckless foi lançado dia 24 de abril para PC.