Análise Arkade: Ruiner é ação frenética e violência em clima cyberpunk
Pense em um jogo que mistura a temática cyberpunk de Blade Runner com a violência de Hotline Miami e a dificuldade de um bom e velho Contra. O resultado é Ruiner, game que a Devolver Digital lançou essa semana!
Mate o Chefão. Salve seu irmão.
Em Ruiner, assumimos o controle de um sujeito que tem seu rosto oculto por um estiloso capacete que projeta mensagens e imagens. Ele supostamente sofreu uma lavagem cerebral dos mesmos caras malvados que sequestraram seu irmão.
Obviamente, ele acorda com sede de vingança, e munido de armas brancas — de espadas ao clássico cano de metal — e armas de fogo — pistolas, metralhadoras, escopetas, etc. –, vai botar a cidade abaixo enquanto desmantela uma enorme rede criminosa na base da porrada.
A história de Ruiner é relativamente simples, mas cheia de personagens estilosos e interessantes. Por mais que seja uma experiência bem direta e linear, o game flerta um pouquinho com o RPG: há uma área urbana que serve de hub entre as missões, com NPCs lhe pedindo coisas (sim, sidequests), e coisas do tipo. Conforme adquire Karma, você ganha acesso a novas áreas e missões.
Frenético e visceral
Ruiner se apresenta na forma de um game de ação, pancadaria e tiroteio em perspectiva isométrica. Seu gameplay lembra um pouco o do excelente Mr. Shifty, com a diferença que aqui não temos um teleporte, mas um dash, que é MUITO útil, pois você vira peneira em 2 segundos se ficar parado de bobeira.
Veja um pouco de gameplay abaixo e tente entender o que está acontecendo:
Ruiner é um jogo sobre movimento: seja rápido, letal, e nunca fique parado. Os inimigos vêm em bando e são implacáveis, e alguns deles também possuem habilidades de dash, teleporte e outras coisas que irão complicar a sua vida. Seus dedos terão trabalho para tantos botões e ações simultâneas tendo que ser apertados!
Verdade seja dita, as vezes ele fica tão rápido que fica impossível ter um mínimo de precisão com a mira. Ou seja, vai ser comum você deixar de usar suas armas de fogo e priorizar bastões, martelos e espadas. Não sei se isso foi intencional ou não, mas é fato que acertar a mira fica impossível na maioria dos combates contra grupos grandes de inimigos mais ágeis.
Ruiner é um jogo difícil, mas viciante e rápido: da morte ao respawn, mal se passam 2 segundos, e os checkpoints são bem generosos, de modo que você entra num loop alucinante de tentativa e erro sempre que dá de cara com algum desafio mais intenso. E olha, não quero te assustar, mas os chefes desse jogo vão fazer você chorar sangue, de tão apelões!
Conforme sobe de nível, você vai ganhando pontos de habilidade que podem ser gastos em uma grande variedade de perks. Você pode, por exemplo, utilizar uma onda de choque que atordoa inimigos por alguns segundos, ou conjurar um escudo para te proteger no meio dos combates mais intensos. O mais legal é que você pode “”desequipar” habilidades, recuperando o ponto para usá-lo em outro poder, caso se arrependa do que escolheu.
Embora seja acelerado na maior parte do tempo, uma das suas habilidades permite que você desacelere o tempo, ganhando uma vantagem estratégica em combate e um tempinho para respirar. Coletar armas de inimigos mortos ocasionalmente também concede um breve slow, e acredite: cada momento de “sossego” desses deve ser aproveitado ao máximo!
Audiovisual
Bebendo na fonte de obras clássicas como Akira, Blade Runner e Ghost in the Shell, Ruiner é um jogo muito estiloso. Seu visual é rico e colorido , e mesmo a perspectiva isométrica entrega ambientes tremendamente detalhados.
O character design também impressiona, entregando personagens e tribos urbanas cheias de estilo e personalidade. Mesmo os NPCs são estilosos, e alguns deles são mostrados em um traço com cara de história em quadrinhos que é bem legal. Os comunicados importantes aparecem como interferências, como se estivéssemos vendo as mensagens diretamente pelo capacete do protagonista. É um detalhe pequeno, mas charmoso, e condizente com o futurismo hacker do game.
A trilha sonora é completamente viajada, uma sucessão de faixas eletrônicas pesadas com músicas mais atmosféricas que se conectam das formas mais loucas para manter o jogador totalmente imerso na psicodelia de som, luz e violência que compõem o game. Ah e vale ressaltar que temos menus e legendas em português brasileiro, em um excelente trabalho de localização!
Conclusão
Ruiner é um jogo extremamente difícil. Mas ele também é extremamente viciante, e essas duas coisas juntas tornam esse um daqueles jogos onde vira “uma questão de honra” jogar até derrubar “aquele” chefe maldito, ou até terminar “aquela” fase lazarenta de difícil.
Meio twin stick shooter meio beat ‘em up isométrico, Ruiner é uma salada de estilos e referências que funcionam muito bem juntos, entregando uma das experiências mais aceleradas e violentas dos últimos tempos. Você vai passar raiva, vai chorar sangue e querer tacar o controle na parede muitas vezes, mas a satisfação de cada chefe derrotado e de cada fase superada tornam cada pequena vitória ainda mais saborosa.
Ruiner foi lançado em 26 de setembro, com versões para PC e Playstation 4. O game possui menus e legendas em português brasileiro.